domingo, 5 de maio de 2013

A importância das funções Alocativa, Distributiva e função estabilizadora do Estado para as regiões pobres do Brasil.



Por Isaac Sabino Cardoso

    Com o surgimento dos monopólios e oligopólios; a força adquirida pelos movimentos sindicais; o crescente aumento da especulação, justificou-se a presença do Estado como agente capaz de alocar, distribuir e estabilizar os recursos produzidos no país. No Brasil, em muitos municípios: estradas, educação, previdência, saúde e segurança dificilmente poderiam ser fornecidos pela iniciativa privada. O lucro não exisitiria por conta do tamanho das inciativas e do longo prazo do retorno dos investimentos. É aí onde entra o Estado, cumprindo as três funções econômicas clássicas citadas acima.
     Como os monopólios e os oligopólios só visam o lucro, é natural que tais organismos se instalem em locais onde haja maior circulação de pessoas e dinheiro. O Grande Empresário não está preocupado com lugarejos e com empreendimentos que têm retorno remunerativo a longo prazo. Nessa ótica, lugares como Brejo, Luzilândia, Madeiro, Santa Quitéria do Maranhão, São Bernardo, o Norte e Nordeste brasileiros ficariam desprotegidos. Estradas custam muito caro; educação, previdência, saúde e segurança também custam muito caro.
     Alguém pode até defender o livre mercado. Pessoas comprando e vendendo totalmente livres de impostos. Um país livre do Imposto de Renda. Uma disputa pura onde quem ganharia seria o consumidor, pois conseguiria o menor preço sempre e ficaria com mais dinheiro no bolso. O problema é que o mercado não está preocupado com as pessoas ou os municípios que não conseguem se adaptar à disputa pelo capital. Nisso, há a necessidade do Estado, do Governo, que captará os recursos de uns e distribuirá a outros. É até uma forma de diminuir as desigualdades e consequentemente conflitos.
    No norte e nordeste brasileiro impera a desigualdade quando comparado com o Sul e o Sudeste do país. As coisas pioram quando se sai das capitais para as cidades pequenas e das cidades pequenas para os interiores. A alocação, processo pelo qual o governo preenche as lacunas de infraestrutura econômica; a distribuição, ajuste pelo qual é corrigida as distorções na renda e na riqueza; a estabilização, função pela qual os preços, através da oferta e da demanda são controlados, são os únicos mecanismos de amparo de muitos lugarejos no Brasil.
     Em municípios tão pequenos como os Maranhenses e Piauienses (dois dos estados mais pobres da federação) citados acima, não fosse a função alocativa do Estado, através da criação de estradas, escolas; a função distributiva, feita principalmente com o pagamento de aposentadorias rurais; a função estabilizadora feita, embora distante, com o controle dos juros, a desigualdade aumentaria - os conflitos seriam constantes. A iniciativa privada não remediaria. É bem aí que se percebe a importância das três funções econômicas clássicas do Estado - denominadas de funções fiscais - para os pequenos lugares e para a União como toda.
     Em virtude dos fatos mencionados, é clara a complexidade que assumiu a economia nos últimos séculos. Essa complexidade se deu principalmente com a força que assumiu a economia privada. O contrapeso desta força tem sido o Estado alocando, distribuindo e estabilizando os recursos produzidos no território nacional. É perceptível que sem tais mecanismos o país beiraria ao caos, pois a iniciativa privada visa unicamente o lucro - o contrário é a figura do Estado que visa o bem-estar social. Sem este,  muitos lugares pequenos estariam desamparados.

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