domingo, 28 de fevereiro de 2021

Poder econômico, ideológico e político: o brasileiro como lobo do brasileiro


      Dois vícios sempre moveram a humanidade: escravizar ou ser escravizado. Os dois envolvem a questão do poder. E se o poder é tão importante para os homens, não há quem não queira conceituá-lo. Nessa empreitada se destacam Aristóteles, Tomas Hobbes, Rousseau, Max Weber e Norberto Bobbio. Esses pensadores classificaram e justificaram os poderes de sua época. O Brasil já experimentou ou conciliou o pensamento de todos, foi de Monarquia a República, mesmo assim não tem acertado num tipo de poder que não provoque tantos desequilíbrios.

      O poder é uma força, física ou psicológica, que algo ou alguém exerce sobre o outro. A natureza é regulada pelas relações dessas forças e essa relação é facilmente percebida na fauna e na flora. Com o homem não poderia ser diferente – desde que se tem notícia, há uma relação clara de poder entre os homens, e do homem com a natureza. Contudo, todo poder encontrado na natureza é um conflito que pende para um equilíbrio.

     As mais antigas concepções de Poder datam de Aristóteles, mas só as modernas, iniciada com Weber e melhor classificada por Bobbio é que fazem menção ao Poder Econômico; ao Poder Ideológico; ao Poder Político. Os detentores destes tipos de poderes têm ditado as regras que a maioria deve seguir.

     Exemplo de Poder Econômico é o caso das poucas famílias que detêm o poder midiático no Brasil. Eles elegem pessoas e ditam os rumos de algumas leis – às vezes, leis descontextualizadas da vontade da população; No Poder Ideológico pode ser citado os partidos políticos; no terceiro caso, o do Poder Político, dá para se citar o próprio Estado que tem do seu lado as forças policiais, o exército.

     Hobbes e Rousseau concordam quanto a necessidade de um poder para regular os homens e dar-lhes uma certa “paz”. Esse poder seria o Estado. Os dois pensadores discordam quanto ao estado de natureza. Para Tomas Hobbes, o homem em estado de natureza vive em constante estado de guerra; o pensamento do filósofo é rebatido por Rousseau que irá argumentar que mesmo estando sob proteção do Estado, as pessoas tendem a fechar suas portas, uma demonstração clara de estado de guerra.

     Teoricamente o Brasil já esteve em estado de natureza, ou seja, em estado de anarquia (guerra), basta citar a época dos índios. Não havia Estado. A questão é que segundo a história, a vida dos indígenas piora drasticamente quando os portugueses chegam e implantam as suas regras. Nesse caso, pontos para Rousseau – as ocas agora precisariam de portas e chaves. Mais tarde veio a Monarquia e logo em seguida a República.

     Pode-se dizer que entre Monarquia e República, o segundo é menos pior: o chefe de estado é eleito pelo povo ou por seus representantes; a duração do governo é limitada; o voto é livre e secreto; Mesmo assim, sob a República, os embates e desequilíbrios têm sido constantes em todo o mundo. Parece até que a natureza continua a agir criando conflitos até que se chegue ao tão sonhado equilíbrio. A Monarquia no Brasil teve lá seu auge, mas não conseguiu se depreender de suas características. A pior delas – a hereditariedade: D. Pedro II foi obrigado a assumir o posto de rei com apenas 14 anos incompletos.

     Na verdade, o problema desde o começo está no homem. O homem sempre buscou o menor esforço, prega o trabalho afim de que outros o façam para ele – quando não por uma ilusão de uma felicidade no trabalho, pela escravidão direta como ocorreu em vários momentos da história. Monarquia, República ou qualquer outra forma de poder só aflora o animal que veio da natureza – o homem que come outros homens, se não a carne, a energia através de uma servidão. De qualquer forma, há a necessidade de aperfeiçoar um ou outro sistema de forma que se privilegie um poder horizontal e o lazer acima do trabalho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

REFERÊNCIAS

 

Coelho, Ricardo Corrêa Ciência política / Ricardo Corrêa Coelho. – 2. ed. reimp.Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2012.159p. : il.

 

Silva, José Maria da. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas e técnicas/José  Maria da Silva , Emerson Sena da Silveira. 5. Ed. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2009

 

TREVISAN, Andrei Pittol; BELLEN, Hans Michael van.  Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro 42 (3): 529-50, maio/jun. 2008.

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