sábado, 26 de agosto de 2023

O Grande Truque: uma analise do conflito como propulsor do conhecimento

     Como é que se constrói o conhecimento? Aí se tem um dilema que há milênios aflige a humanidade. Vários filósofos tentaram responder tal pergunta. A arte ao longo do tempo tenta colocar de forma simples as respostas dadas por estes pensadores aos homens comuns. Dentre os filósofos que ousaram responder dá para se citar Heráclito, Parménides e Platão. Dentre as obras de ficção que podem ser usadas para explicar de maneira fácil os seus pensamentos pode se citar o Grande Truque, filme de Christofer Nolan de 2006. A obra é tão interessante que dá para se extrair, além do conflito entre os dois mágicos, que no real se traduz no conflito entre Thomas Edison e Nicolas Tesla, o conflito que existiu entre Heráclito e Parmênides.
     O conflito. Essa é a resposta dada por Heráclito ao surgimento e amadurecimento ou extinção do conhecimento. Para o pensador é necessário o combate travado eternamente entre o bem e o mal; entre mentiras e verdades para que sempre renasça algo novo e de novo seja traçado outro embate. E assim para sempre. Nada melhor para explicar isso do que o conflito entre os mágicos rivais do filme O Grande Truque, Robert Angier (Huch Jackman) e Alfred Borden (Christian Bale). No enredo o embate começa quando Borden atrapalha o truque de Angier e termina matando a assistente de palco, namorada de Angier, afogada em uma das magias. A partir daí começa o embate entre os dois. O surgimento de novos truques, o amadurecimento e a extinção. 
     É tudo ilusão. Os homens são apaixonados por serem iludidos. É mais ou menos assim que pensará Parmênides. Sem perceber, o filósofo contribuirá para o debate (conflito) com Heráclito, mas não deixará de ter razão em muitos pontos do seus pensamento. Realmente os homens são hipnotizados pela ilusão, isso é verdade. O filme é a prova. Tanto as pessoas da época dão valor ao show de magia promovido pelos dois personagens quanto quem ver a história fica de olhos vidrados esperando o próximo truque. 
     Plantão concorda com os dois filósofos. Para ele há sim o mundo que muda e outro que é imutável. O que muda é ilusório e é o da matéria - esse aqui. O imutável é outro plano. Os homens só conhecem algo de verdadeiro aos poucos. O verdadeiro do outro plano, através do conhecimento é pingado aos homens neste plano ilusório. É bom pegar cenas dO Grande Truque para explicar. Imagine, que Thomas Edison invente a eletricidade, que já existe no plano real, aqui os homens se espantam. Em seguida Tesla inventa outra máquina. Os homens se espantam de novo. Há um embate de conhecimentos entre os dois cientistas abastecido por um outro plano - o plano real. 
         O conhecimento é a porta de saída deste mundo das ilusões e a de entrada ao mundo da verdade. Se a ilusão muitas vezes tem uma lógica e engana as nossas mentes, essa lógica é quebrada quando o conhecimento produz algo e o homem fica espantado. Imagine a eletricidade criada por Edison, ou no filme a máquina de Xerox humana criada por Tesla. De início um choque. 
         A mensagem mais interessante do filme reside em dois momentos e serve para todos que desejam transformar a verdade em verdade aos outros ou simplesmente transformar uma aparente mentira em verdade. A mensagem é “viver o número”. Ela foi dita duas vezes. Na cena do chinês que vive carregando um aquário entre as pernas e no momento em que Robert Angier pressiona sua assistente a descobrir o segredo do truque de Borden. O truque é o homem transportado, onde Borden entra numa porta e sai em outra. Esse truque tem que ser desvendado pelo telespectador ao longo do filme. Seria fácil não fosse as excelentes manobras do enredo que levam quem assiste a dúvida. Contudo, o truque é simples. Trata-se de um irmão gêmeo do mágico que sai na outra porta. O dificuldade em desvendá-lo se dá por conta do mágico viver o truque vinte e quatro horas. Já pensou se o conhecimento fosse vivido a todo momento. 
            Viver o truque. Viver o conhecimento. Uma boa forma de fazer a ilusão parecer verdade como fez o mágico Borden ou simplesmente mostrar coisas verdadeiras e assombrosas a humanidade como fez Angier usando ciência pura. O homem pode escolher promover o debate, o conflito, e mudar de fase; ou por medo, optar pela ilusão e viver o imutável. Heráclito, Parmênides, Thomas Edison e Nicolas Tesla, sofreram, mas não recuaram diante dos conflitos que lhes esperavam, sabiam dos benefícios que a humanidade colheria.     




De acordo com o texto, quais filósofos tentaram responder como se forma o conhecimento?


 (A) Heráclito, Parménides e Platão.

 (B) Robert Angier, Heráclito e Alfred Borden 


De acordo com o texto, o CONHECIMENTO é

(A) é a porta de saída deste mundo das ilusões e a de entrada ao mundo da verdade

(B) é a porta de entrada deste mundo das ilusões e a de saída ao mundo da verdade



               O livro Górgias de Platão é um diálogo filosófico que aborda o tema da retórica, ou seja, a arte da persuasão. O diálogo se passa na casa de Cálicles, um político ateniense, e envolve cinco personagens: Sócrates, Górgias, Polo, Querefonte e Cálicles.

               Sócrates questiona Górgias, um famoso sofista e orador siciliano, sobre a natureza e o valor da retórica. Górgias defende que a retórica é uma arte que permite convencer qualquer pessoa sobre qualquer assunto, sem necessidade de conhecimento verdadeiro. No entanto, Sócrates critica essa posição, argumentando que a retórica é uma forma de adulteração da verdade e da justiça, e que visa apenas satisfazer os desejos do orador e do público. 

             Para ilustrar esse ponto, Sócrates mostra que Górgias seria capaz de persuadir um médico a não tratar um doente, ou um professor a não ensinar um aluno, apenas pelo uso da palavra. Além disso, Sócrates confronta também Polo e Cálicles, que são discípulos de Górgias e admiradores da retórica. Polo defende que a retórica é uma forma de poder que permite ao orador dominar os outros e fazer o que quiser. Contudo, Sócrates refuta essa tese, mostrando que o poder não é um bem em si mesmo, mas depende do seu uso correto. Como exemplo, o mestre de Platão afirma que um tirano que comete injustiças não é feliz, mas infeliz e digno de pena.

             Por fim, Cálicles defende que a retórica é uma expressão da natureza humana, que consiste em buscar o prazer e a vantagem pessoal, sem se importar com as convenções morais. Todavia, Sócrates refuta essa tese, mostrando que a natureza humana não é guiada pelo prazer irracional, mas pela busca da virtude e da felicidade. Nesse sentido, Sócrates compara o homem que segue os seus impulsos com um tonel furado que nunca se enche, e o homem que segue a razão com um jardineiro que cultiva a sua alma. Em suma, Sócrates defende que a verdadeira arte da palavra é a filosofia, que visa descobrir o conhecimento e educar a alma para o bem.


3 Do que trata o livro "Górgias" de Platão


(A)  é um diálogo filosófico que aborda o tema da retórica, ou seja, a arte da persuasão.


(B) é um diálogo filosófico que aborda o tema da verdade, ou seja, a arte de dizer a verdade.



4 Quais personagens aparecem na obra Górgias


(A) Sócrates, Górgias, Cálicles,

 (B) Robert Angier, Heráclito e Alfred Borden 

5 5º Clique no link QUER SABER?: Desmundo, linguagem, Consciência. Uma crítica (isaacsabino.blogspot.com) leia o texto e marque a alternativa que tem a ver com a resenha lida



A) “Desmundo” é um daqueles enredos bem simples e que hipnotiza do adolescente mais hiperativo ao adulto crítico. A obra retrata a condição da mulher, mas há outro monte de temas interessantes: a questão do índio; o poder e declínio do Reino e da igreja. 


B) “Desmundo” Não é um daqueles enredos bem simples e que hipnotiza do adolescente mais hiperativo ao adulto crítico. A obra retrata a condição da mulher, mas há outro monte de temas interessantes: a questão do índio; o poder e declínio do Reino e da igreja. 




Um comentário:

  1. Filme O Grande Truque certamente é um filme atraente do início ao fim. Lembra-me da nova serie HBO O Hipnotizador, onde os segredos de produção revelna através da hipnose, o que pode parecer mágica por causa de sua eficácia.

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