domingo, 22 de dezembro de 2013

Análise crítica de “O Projeto Brasil 2020: cenários e perspectivas” de Ronaldo Mota Sardenberg

     Há um trabalho interessante feito por Ronaldo Mota Sardenberg e publicado na internet. No artigo, o escritor aponta um Brasil desejado no longo prazo – para 2020, contudo, bem antes, o autor mostra aquilo que ele chama de cenários exploratórios. Para os cenários, as hipóteses são levantadas com base no espaço econômico, social, político-institucional, ambiental, cultural e tecnológico. O resultado são três cenários que se seguidos, tem-se previamente um Brasil em números diversos. O Brasil desejado é mostrado a partir de entrevistas feitas com vários setores da sociedade.
     Acerca dos cenários, percebe-se um mais liberal, voltado ao acúmulo de capital individual e outro mais social - voltado ao bem estar coletivo. O primeiro produz mais renda per capita, maior crescimento, mais liberdade comercial; o segundo é o oposto nesses quesitos, mas em termos sociais é bem melhor. Há ainda o terceiro cenário que é um mais fechado: opção menos viável dos três e mesmo assim, muito usado em alguns países.
     Mota batiza o primeiro cenário de Abatiapé (espécie de arroz selvagem da Amazônia). Não é à toa. Aqui, é incentivado o livre comércio. O objetivo é o crescimento econômico. Para se ter uma ideia, se o cenário existir, o PIB fica 1,5 vezes o da Alemanha e a renda per capita de US$ 17.000. O problema é a pobreza e o desemprego – 7% e 6,5% respectivamente; o outro cenário. O mais social: é o Baboré. Nesse, o crescimento é menor. O PIB diminui muito; a Renda per capita fica de US$ 11.800; a pobreza e desemprego caem: 4% e 5% respectivamente. O último cenário é o Caaeté (região legítima da Amazônia). Esse cenário é marcado pelo protecionismo ao extremo. Segundo o autor, PIB, renda per capita, pobreza e desemprego serão todos desagradáveis à sociedade.
     Nenhum dos três cenários é o desejado. São só os que podem ser e são, em muitos casos, explorados em todas as nações.
      Munido de tal percepção, Ronaldo Mota parte para várias entrevistas junto aos diversos setores sociais e chega àquilo que ele chamará de cenário Diadorim. O cenário desejado. A opinião é unânime: “um Brasil mais equitativo, com elevado nível de qualidade de vida e justiça social” é o ponto comum que marca o desejo de todos. Aspectos econômicos, pilares nos três cenários exploratórios, é posto em plano derradeiro pelos entrevistados. O desejo primordial é o resgate da “dívida social”: - o progresso das populações negras; as perspectivas de ocupação ordenada do território nacional, com ênfase nas regiões menos desenvolvidas do País, são os exemplos que se pode citar existentes nos desejos.
     A conclusão do articulista é em defesa do cenário desejado, desde que o país assuma seu papel diante da globalização, não sendo um tanto protecionista. Entende-se nesse caso que a economia não deve ser descartada. O que se deseja por todos só poderá ser alcançado se houver planejamento do futuro. Vale ressaltar, subentende-se do autor, que os cenários, até como fontes de pesquisa não podem ser colocados de lado, embora eles não tenham em seu bojo uma coincidência com a vontade da grande maioria.






















REFERÊNCIAS




Borges, Fernando Tadeu de Miranda Economia brasileira / Fernando Tadeu de Miranda Borges, Pedro Caldas Chadarevia. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2010.140p. : il.


Introdução à economia / Carlos Magno Mendes ...[et al.]. - 2. ed. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2012. 170p. : il.


Silva, José Maria da. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas e técnicas/José  Maria da Silva , Emerson Sena da Silveira. 5. Ed. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2009



TREVISAN, Andrei Pittol; BELLEN, Hans Michael vanRevista de Administração Pública. Rio de Janeiro 42 (3): 529-50, maio/jun. 2008.

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