domingo, 12 de janeiro de 2014

Madeiro do Piauí: um município ingovernável e ineficiente desde a emancipação



      O município é Madeiro do Piauí. Localizado no nordeste brasileiro, a cidade possui pouco mais de oito mil habitantes. Há um conceito para governabilidade e governança na literatura e praticado pelos melhores líderes, que poderia se tornar rotina nesse pequeno lugar. Desde a emancipação, em 1995, a cidade é ingovernável e nunca possuiu eficiência nem em administrar os recursos constitucionais vindos da União.  
     Segundo Diniz (1995) a governabilidade é identificada quando o líder enxerga problemas críticos e mobiliza recursos e meios políticos para seu enfrentamento – tudo legitimado pela população. A governança, Matias (2008), está pautada nas relações éticas; na garantia de conformidade em toda a sua plenitude; na transparência das ações governamentais e na prestação de contas de forma responsável.
     Tendo em vista as propostas dos dois, a única conclusão que se chega acerca da cidade de Madeiro é que ela não possui governabilidade – é ingovernável. Imagine um problema: há três grupos políticos no local, que se separados, e um ganhar as eleições, os outros dois e sua “trupe” penarão por quatro anos. Para piorar, os vitoriosos ainda brigarão pelos escassos contratos da “viúva”.
     É o problema crítico que os três líderes já identificaram e nunca “mobilizam” recursos nem meios políticos para o seu enfrentamento. Quem errou o voto ou não cabe na folha de pagamento está morto. À margem. Mas, Também pudera. A solução é trabalhosa: mobilizar o povo a explorarem as águas (piscicultura), as terras (agricultura) do local (o Rio Parnaíba é logo ali) e incentivar o comércio, requer muito jogo de cintura. É melhor torcer para que surja um quarto grupo político e quem ganhar fique com menos pessoas para se agradar.
      Pense num eleitorado de seis mil pessoas dividido por três candidatos. Agora, nesses mesmos eleitores divididos por quatro. Por cinco. O aumento dos candidatos diminui o número de vitoriosos. É política de interior: “quem perdeu que se dane”.
     Tudo bem. Até aí, percebe-se que o município de Madeiro não possui governabilidade (é ingovernável), tudo porque não há o enfrentamento do principal problema do lugar. Mas, e quanto à governança? A Eficiência?
     A governança também não existe, pois quem vence as eleições, é aquele que loteou os cargos. Para se ter uma ideia: depois de eleito, se o chefe do executivo quiser melhorar os números da educação e for preciso promover eleições diretas para diretor (única forma de tornar a escola autônoma e fomentar a participação da comunidade), o novo líder não conseguirá. Registrar falta nos faltosos, nem pensar. Cobrar IPTU ou a água, cruz credo.  
     É com tudo isso que se percebe que a governabilidade do município de Madeiro perpassa pela candidatura de alguém que seja carismático e trabalhador o suficiente para combater os “falsos empregos”; promover a qualidade de vida dos cidadãos a partir da exploração natural local e proporcionar segurança ao empresariado municipal. A governança só virá quando para cada órgão (a começar pelo secretariado) for promovido eleições para seus gestores. A Prefeitura ficaria responsável, tão somente, por preparar a comunidade para as votações, depois, apontar e fiscalizar as metas; remunerar bem os novos eleitos; garantir a autonomia das entidades e primar pela transparência e prestações de contas.
      
           




REFERÊNCIAS



Junquilho, Gelson Silva Teorias da administração pública / Gelson Silva Junquilho. – Florianópolis :Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2010.182p. : il.

TSE. Disponível em <http://www.tre-pi.jus.br/eleicoes/estatisticas/eleitorado-por-municipio.>Acesso em 10 de janeiro de 2014



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