Cena do filme que mostra a tentativa da TV em manipular a opinião pública
Quem
não viu nos movimentos que aconteceram no Brasil inteiro no ano de 2013, jovens
com a famosa máscara do protagonista V, dos quadrinhos ou filme V de Vingança.
O personagem caiu no gosto dos meninos que querem mudar a condição atual. Mas,
quem também não viu como se comportou a imprensa, o Governo, os partidos
políticos – as instituições brasileiras.
Todo o enredo do filme dirigido por James
Mc Teiguea e lançado em 2005, parece ter saído das telas e invadido a realidade
brasileira em 2013. Foi a primeira vez que uma obra de arte teve tanta
influência na realidade.
No filme, o protagonista dá um prazo de
um ano para que seja destruído o Parlamento Inglês. Na visão do herói, o legislativo
não serve mais ao povo – serve só ao executivo - ao ditador. No Brasil, com os vereadores,
deputados e senadores servindo inteiramente aos prefeitos, governadores e
presidente, vários jovens saem às ruas para protestar.
Por aqui também houve quebra-quebra de
alguns Parlamentos e por conta disso, a palavra da vez foi vandalismo.
Nos noticiários, dentre eles os do maior
canal de televisão do país, a notícia de que vândalos ameaçam o povo e a
democracia é dada com frequência. Em casa, as pessoas são bombardeadas com
imagens, muitas vezes repetidas de jovens quebrando bancos e lojas. No filme
não foi diferente. Depois que V destruiu a estátua da justiça, uma grande
televisão mente dizendo que as explosões eram apenas de fogos de artifícios
promovidos num evento do governo.
Da arte e da realidade se tira algumas
lições: há que se tomar muito cuidado com apresentadores e jornais que se
julgam portadores da verdade e protetores do povo. Esses são os piores.
Normalmente eles vão ao ar no horário nobre, das dezoito às vinte duas horas.
A proposta de V em destruir o Parlamento
é simbólica. “ o povo acredita em seus símbolos”. Os símbolos são a melhor representação do
poder. Por isso quando carros de TVs são
queimados, Bancos são apedrejados, há uma clara demonstração de que as pessoas
não querem mais essas instituições donas de tanto poderio.
A verdade mesmo, sem precisar da TV, é
simples: se tudo estivesse as mil maravilhas ninguém perderia um tempo de praia
ou de shopping, ou de balada em protestos. Ninguém.
O certo é que o povo aceita viver as
regras que o governo impõe: vai à escola, não rouba e nem mata. O sistema
funciona bem, mas por aqui, poucos são os beneficiados. A grande maioria sofre
com educação com propósitos maldosos - um deles: formar mão de obra barata para
o comércio. A grande maioria sofre com péssimas estradas, total falta de
segurança e hospitais que mais matam do que salvam. O governo ainda quer que
nessas situações todos se comportem como ovelhinhas. Situações assim uma hora viram
conflito. E dificilmente pacifico.
2013 é histórico, o brasileiro mostra
que não suporta mais o Status quo. Não aguenta mais ser manipulado pela mídia
ou por grandes conglomerados financeiros. O Recado é claro: se é pra existir
essas situações, que elas se comportem de forma a distribuir mais renda;
transformar a vida em algo mais transparente e justo. O prazo de um ano foi dado – de 2013 a 2014.
Agora é esperar se essa grande nação sairá às ruas no ano das eleições e exigirá uma escola que realmente funcione - que forme pensadores, mão de obra intelectual e não
trabalhadores escravos; pedir para que quem seja corrupto, rico ou pobre, seja
realmente preso; pedir por hospitais que funcionem; pedir integridade.