quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Uma análise filosófica da cena 1 do Ato 3 da peça Hamlet, de William Shakespeare com um olhar na atualidade



         No findar da Idade Média surge o Renascimento deflagrando uma passagem para a Idade Moderna. Nesse período, destaque para William Shakespeare e principalmente uma de suas melhores peças que é Hamlete. Este artigo traz uma análise filosófica da cena 1 do ato 3 da referida peça numa conexão com a época renascentista e a atualidade.
          Em Hamlete, por exemplo, o protagonista, depois de ter seu pai morto, passa a viver com frequencia a angústia da vingança. Os nomes aqui já apontam o nascimento de termos que dificilmente seriam usados no período medieval que é o caso de “ninfa”. E, mais, graças às descobertas de novos povos por conta das navegações, o homem nunca mais será um “ser” único como verdadeiro e ditado por uma única igreja. Agora há diversos outros povos com culturas e deuses diferentes o que impossibilita mais ainda dizer que um grupo de pessoas está  de posse de uma verdade. O “ser ou não ser, essa é que é a questão” resume bem esse novo homem. A partir do Renascimento, o homem é dono do seu próprio destino podendo decidir entre ser o que quiser e, portanto, sendo individualista. Esse individualismo  fica bem expresso no desejo de vingança de Hamlet que não pensa nem na sua amada Ofélia, pois no último verso, “A bela Ofélia! Ninfa, em tuas preces Recorda os meus pecados”, o personagem parece pedir que ela reze por ele porque ele não consegue se livrar dos seus desejos odiosos.
             O enredo também é cheio de aspectos filosóficos que são debatidos desde sempre e persistem atualmente, basta ver os versos “Morrer – dormir; Dormir, talvez sonhar – eis o problema: pois os sonhos que vierem nesse sono De morte, uma vez livres deste invólucro Mortal, fazem cismar.” É perceptível nesse verso uma reflexão acerca da morte e do que virá depois, pode-se dizer também da consciência dentro do corpo e que, com a destruição da matéria, toda a angústia se findaria. Ser um renascentista é justamente isso, findar tudo com a morte do corpo. Isso é novo porque desde Platão até a idade média com os patrísticos e escolásticos, as coisas continuariam após a morte, agora, o autor põe isso em dúvida.
             Ainda fica subentendido do enredo que Hamlet sendo dono de seu destino pode findá-lo com o suicídio. Essa marca desesperançosa - consigo e com a humanidade - irá ter seu ápice na contemporaneidade que unida a depressão e outras doenças, marcam esta época.
            É por tudo isso que a cena 1 do ato 3 da peça Hamlet de Wiliam Shakespeare torna a obra do autor algo imortal. É a expressão de uma nova realidade surgindo e sendo expressa na literatura de forma a apresentar um novo homem: um homem mais centrado em si mesmo, porém angustiado por precisar ser dono de seu próprio destino. É isso que se encontra na peça de Shakespeare, agora, um héroi, não tão herói assim, porque precisa se vingar e não consegue se livrar desse sentimento não tão nobre e que, para espantar tal fantasma, pensa no suicídio.              
               




REFERÊNCIAS




Hamlet. Ato III, cena I, por William Shakespeare. Disponível em <https://jornalggn.com.br/noticia/hamlet-ato-iii-cena-1-por-william-shakespeare/> acesso em 19 de agosto de 2019

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. – 5. Ed. -São Paulo: Atlas, 2003

Renascimento. Disponível <https://www.estudopratico.com.br/caracteristicas-do-renascimento/> acesso em 19 de agosto de 2019


SANTOS, Fernando César. Política Educional Brasileira. Disponível em: <https://ava2.uemanet.uema.br/mod/assign/view.php?id=27931>. Acesso em: 20 julho. 2019.                  


O QUE EU SEI!

QUER SABER? Aqui você encontrará resenhas de livros, resumos, comentários sobre política e COISAS que você não achou em outro lugar.