terça-feira, 5 de março de 2024

Cap. 1 - Pré Modernismo - Questão de ENEM. Concordância Verba e Conto




Cap. 1. Pré – Modernismo 

·         Lima Barreto : 

·         Monteiro Lobato :

Texto 1:O deus-verme - Augusto dos Anjos

Fator universal do transformismo,
Filho da teleológica matéria,
Na superabundância ou na miséria,
Verme — é o seu nome obscuro de batismo.

Jamais emprega o acérrimo exorcismo
Em sua diária ocupação funérea,
E vive em contubérnio com a bactéria,
Livre das roupas do antropomorfismo.

Almoça a podridão das drupas agras,
Janta hidrópicos, rói vísceras magras
E dos defuntos novos incha a mão...

Ah! Para ele é que a carne podre fica,
E no inventário da matéria rica
Cabe aos seus filhos a maior porção!

1) No poema "O deus verme", qual é o tema central do poema?

(A) É a decomposição do homem pelos vermes.

(B) É a idealização da mulher e do amor pelo homem.


    
Um dos escritores mais interessantes da Literatura Brasileira é Augusto dos Anjos, por isso o poeta é figura carimbada nos ENEM's na vida. O artista é tão complexo que é difícil classificá-lo num movimento só. Em sua poesia há características Parnasianas e Simbolista, contudo é só no 3º ano, no Pré-Modernismo, que Dos Anjo é explorado (principalmente por causa de algumas palavras no texto). E o existencial é sempre um dilema desse homem. Em "Psicologia de um vencido" é desconcertante e inovador saber que o homem não é mais visto como filho de uma entidade metafísica, mas fruto de uma química (carbono e amoníaco). E pra quem vai fracassar na vida ou já fracassou, nada melhor como o canto "sofro, desde a epigênese da infância a influência má dos signos do zodíaco". A questão 113 do ENEM de 2014 trouxe o poema desse polêmico autor. Leia e veja qual alternativa marcar.

Psicologia da um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilânica,
Sofro, desde a epigênesis da infância
A influência má dos signos do zodíaco

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - esta operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra.

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos.
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos

2. 113 A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição, como

(A) a forma do soneto, os versos metrificados, sem o debate existencial que antecipa conceitos estáticos vigentes no Modernismo.

(B) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e dimensionada pela inovação na expressividade do desconcerto existencial.



3. A partir da leitura do Capítulo II do livro "Triste fim de Policarpo Quaresma" responda:

Ao voltar do passeio, Olga se impressiona com o tipo de vida dos roceiros da região levavam, como Olga imaginava que eles vivessem:

(A) imaginava que tivessem uma vida feliz e alegre;

(B) imaginava que eles sofressem demais;



       "O Brasil é o país do futuro". Quem nunca ouviu essa frase? É um paradoxo - o futuro pode mesmo nunca chegar.      Há vários mitos por aqui que as estatísticas desfazem: um exemplo clássico é a cordialidade. Patriotas amam dizer que o brasileiro é gentil e bondoso, contudo, as mortes por armas de fogo passam do 50 mil. Só mortes por armas de fogo. Número maior do que de algumas guerras mundo á fora. A riqueza do solo é outro mito - quase tudo só vai pra frente com muito agrotóxico e por último, a língua portuguesa falada é de altíssima complexidade. Qualquer um que acredita demais no Brasil é levado a frustração ideológica no fim da vida.

TRECHO DE TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA USADO NO ENEM

    Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios?  Eram grandes? Pois que fossem... Em que lhe contribuiria para a  felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas coisas de tupi, de folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma! 
     O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando seu patriotismo se fizera combatente, o  que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar  prisioneiros, inúmeros? Outra decepção.  sua vida era uma  decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções. 
  pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de seu gabinete. 

eB RRETO, L. riste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: 
www.dominiopublico.gov.br. cesso em: 8 nov. 2011. O romance Triste fim de 
Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado em 1911.  

4. 118 No fragmento destacado, a reação do personagem aos desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que 

a) a dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do país. 

b) a construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à frustração ideológica. 




TEXTO I
Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.
CUNHA, E. 􀀲􀁖􀀃􀁖􀁈􀁕􀁗􀁽􀁈􀁖􀀑􀀃􀀵􀁌􀁒􀀃􀁇􀁈􀀃􀀭􀁄􀁑􀁈􀁌􀁕􀁒􀀝􀀃􀀩􀁕􀁄􀁑􀁆􀁌􀁖􀁆􀁒􀀃􀀤􀁏􀁙􀁈􀁖􀀏􀀃􀀔􀀜􀀛􀀚􀀑
TEXTO II
Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional.
SOARES, H. M. 􀀤􀀃􀀪􀁘􀁈􀁕􀁕􀁄􀀃􀁇􀁈􀀃􀀦􀁄􀁑􀁘􀁇􀁒􀁖􀀑􀀃􀀵􀁌􀁒􀀃􀁇􀁈􀀃􀀭􀁄􀁑􀁈􀁌􀁕􀁒􀀝􀀃􀀤􀁏􀁗􀁌􀁑􀁄􀀏􀀃


05 15 (ENEM 2015) Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se perpetuariam na memória
Construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente,
como fruto da


A manipulação e incompetência. 
       
B bravura e loucura.











Gramática – concordância verbal pag. 23, 24,25,26,27,28,29 (fazer a leitura dos textos e responder as atividades


6. 1. Marque o conceito correto de CONCORDÂNCIA VERBAL

(A) é a conformidade do verbo com seus complementos

(B) é a conformidade do verbo com o sujeito.



7. 2. Leia a seguir algumas expressões e marque as questões corretas abaixo:

I.    É nóis.
II.  Tá ligado.
III. Tamo junto.
IV. Tô de boa.

Quais expressões se originam do verBo ESTAR

(A) I, II e IV;

(B) II, III e IV



8. 3. Qual é o verbo usado na expressão I?

(A) SER

(B) ESTAR



9. 4. COMO FICARIAM ESSAS EXPRESSÕES SEGUNDO A NORMA PADRÃO?

(A) "está ligado?",  "estamos juntos", "estou de boa";

(B) "tá ligado?",  "estamos juntos", "estou de boa";

·         O conto : leitura das pags. 30 31 e 32. ( responder as atividades da pag. 32,33,34 e 35) COM ESTUDO DOS DESCRITORES




Nós chorámos pelo Cão Tinhoso
Para Isaura. Para Luís B. Hondwana
Foi no tempo da oitava classe, na aula de português.
Eu já tinha lido esse texto dois anos antes mas daquela vez a estória me parecia
mais bem contada com detalhes que atrapalhavam uma pessoa só de ler ainda em
leitura silenciosa – como a camarada professora de português tinha mandado. Era um
texto muito conhecido em Luanda: “Nós matámos o Cão Tinhoso”.
Eu lembrava-me de tudo: do Ginho, da pressão de ar, da Isaura e das feridas penduradas
do Cão Tinhoso. Nunca me esqueci disso: um cão com feridas penduradas.
Os olhos do cão. Os olhos da Isaura. E agora de repente me aparecia tudo ali de novo.
Fiquei atrapalhado.
A camarada professora selecionou uns tantos para a leitura integral do texto. Assim
queria dizer que íamos ler o texto todo de rajada. Para não demorar muito, ela escolheu
os que liam melhor. Nós, os da minha turma da oitava, éramos cinquenta e dois. Eu era
o número cinquenta e um.

Embora noutras turmas
tentassem arranjar alcunhas para os colegas,
aquela era a minha primeira turma
onde ninguém tinha escapado de ser
alcunhado. E alguns eram nomes de
estiga violenta.
Muitos eram nomes de animais:
havia o Serpente, o Cabrito,
o Pacaça, a Barata da Sibéria,
a Joana Voa-Voa, a Gazela, e o
Jacó, que era eu. Deve ser porque
eu mesmo falava muito
nessa altura. Havia o É-tê, o
Agostinho-Neto, a Scubidu e

mesmo alguns professores também não escapavam da nossa lista. Por acaso a camarada
professora de português era bem porreira e nunca chegámos a lhe alcunhar.
Os outros começaram a ler a parte deles. No início, o texto ainda está naquela parte
que na prova perguntam qual é e uma pessoa diz que é só introdução. Os nomes dos
personagens, a situação assim no geral, e a maka do cão. Mas depois o texto ficava duro:
tinham dado ordem num grupo de miúdos para bondar o Cão Tinhoso. Os miúdos tinham
ficado contentes com essa ordem assim muito adulta, só uma menina chamada
Isaura afinal queria dar proteção ao cão. O cão se chamava Cão Tinhoso e tinha feridas
penduradas, eu sei que já falei isto, mas eu gosto muito do Cão Tinhoso.
Na sexta classe eu também tinha gostado bué dele e eu sabia que aquele texto era duro
de ler. Mas nunca pensei que umas lágrimas pudessem ficar tão pesadas dentro duma pessoa.
Se calhar é porque uma pessoa na oitava classe já cresceu um bocadinho mais, a voz já
está mais grossa, já ficamos toda hora a olhar as cuecas das meninas “entaladas na gaveta”,
queremos beijos na boca mais demorados e na dança de slow ficámos todos agarrados até
os pais e os primos das moças virem perguntar se estamos com frio mesmo assim em
Luanda a fazer tanto calor. Se calhar é isso, eu estava mais crescido na maneira de ler o
texto, porque comecei a pensar que aquele grupo que lhes mandaram matar o Cão Tinhoso
com tiros de pressão de ar, era como o grupo que tinha sido escolhido para ler o texto.
Não quero dar essa responsabilidade na camarada professora de português, mas foi
isso que eu pensei na minha cabeça cheia de pensamentos tristes: se essa professora
nos manda ler este texto outra vez, a Isaura vai chorar bué, o Cão Tinhoso vai sofrer
mais outra vez e vão rebolar no chão a rir do Ginho que tem medo de disparar por causa
dos olhos do Cão Tinhoso.
O meu pensamento afinal não estava muito longe do que foi acontecendo na minha
sala de aulas, no tempo da oitava classe, turma dois, na escola Mutu Ya Kevela, no
ano de mil novecentos e noventa: quando a Scubidu leu a segunda parte do texto, os
que tinham começado a rir só para estigar os outros, começaram a sentir o peso do texto.
As palavras já não eram lidas com rapidez de dizer quem era o mais rápido da turma
a despachar um parágrafo. Não. Uma pessoa afinal e de repente tinha medo do próximo
parágrafo, escolhia bem a voz de falar a voz dos personagens, olhava para a porta da
sala como se alguém fosse disparar uma pressão de ar a qualquer momento. Era assim
O Olavo avisou: “quem chorar é maricas então!” e os rapazes
na oitava classe: ninguém lia o texto do Cão Tinhoso sem ter medo de chegar ao fim.
Ninguém admitia isso, eu sei, ninguém nunca disse, mas bastava estar atento à voz
de quem lia e aos olhos de quem escutava.

O céu ficou carregado de nuvens escurecidas. Olhei lá para fora à espera de
uma trovoada que trouxesse uma chuva de meia-hora. Mas nada.
Na terceira parte até a camarada professora começou a engolir cuspe
seco na garganta bonita que ela tinha, os rapazes mexeram os pés com
nervoso miudinho, algumas meninas começaram a ficar de olhos molhados

O Olavo avisou: “quem chorar é maricas então!” e os rapazes
todos ficaram com essa responsabilidade de fazer uma cara como se nada
daquilo estivesse a ser lido.
Um silêncio muito estranho invadiu a sala quando o Cabrito se sentou. A
camarada professora não disse nada. Ficou a olhar para mim. Respirei fundo.
Levantei-me e toda a turma estava também com os olhos pendurados em
mim. Uns tinham-se virado para trás para ver bem a minha cara, outros fungavam
do nariz tipo constipação de cacimbo. A Aina e a Rafaela que eram
muito branquinhas estavam com as bochechas todas vermelhas e os olhos
também, o Olavo ameaçou-me devagar com o dedo dele a apontar para mim.
Engoli também um cuspe seco porque eu já tinha aprendido há muito tempo
a ler um parágrafo depressa antes de o ler em voz alta: era aquela parte do
texto em que os miúdos já não têm pena do Cão Tinhoso e querem lhe matar
a qualquer momento. Mas o Ginho não queria. A Isaura não queria.
A camarada professora levantou-se, veio devagar para perto de mim,
ficou quietinha. Como se quisesse me dizer alguma coisa com o corpo dela
ali tão perto. Aliás, ela já tinha dito, ao me escolher para ser o último a fechar
o texto, e eu estava vaidoso dessa escolha, o último normalmente era
o que lia já mesmo bem. Mas naquele dia, com aquele texto, ela não sabia
que em vez de me estar a premiar, estava a me castigar nessa responsabilidade
de falar do Cão Tinhoso sem chorar.

— Camarada professora — interrompi numa dificuldade de falar. —
Não tocou para a saída?
Ela mandou-me continuar. Voltei ao texto. Um peso me atrapalhava a
voz e eu nem podia só fazer uma pausa de olhar as nuvens porque tinha
que estar atento ao texto e às lágrimas. Só depois o sino tocou.
Os olhos do Ginho. Os olhos da Isaura. A mira da pressão de ar nos olhos
do Cão Tinhoso com as feridas dele penduradas. Os olhos do Olavo. Os
olhos da camarada professora nos meus olhos. Os meus olhos nos olhos
da Isaura nos olhos do Cão Tinhoso.
Houve um silêncio como se tivessem disparado bué de tiros dentro da
sala de aulas. Fechei o livro.
Olhei as nuvens.
Na oitava classe, era proibido chorar à frente dos outros rapazes.
(In: Rita Chaves, org. Contos africanos de língua portuguesa.
São Paulo: Ática, 2009. p. 98-103.)



O Caniçal

     Já fazia anos que ela pegava cocorotes. Aquela vida começou quando tinha três anos. Hoje tem quinze. Seus pais acreditavam e a mandaram para o lugar onde todos acreditavam sair de lá com sucesso – o Caniçal.
     O relógio marcava a proximidade de mais um dia de aulas. Maria se maquiava; a menina era bonita e inteligente.   
     Já no Caniçal, o professor pegou a aluna Joaquina e iria cumprir a rotina que já existia há anos em todos os cantos daquele estranho mundo. Colocou a mão na parte de trás do pescoço da menina e começou a ‘cocorotar”. Dizia que os meninos só seriam grandes se suportassem até a campa tocar. A boca de Joaquina ficava entre-aberta e escorria muita saliva pelo canto. Seus olhos ficavam arregalados, mas ela suportava.
     O primeiro coque doía muito, do mil em diante nada mais era sentido. Cansado, doído, humildemente o mestre cumpria a sua missão de “cocorotar”. Ele também acreditava naquilo.
     No dia seguinte, Maria se arrumou, penteou o cabelo e saiu. Chegando à escola encontrou seus amigos de classe. Tinha um que ela não suportava - “o traidor Pedro”  ( o chamavam assim por ser o dedo duro da turma).
— onde está a Joaquina? Perguntou Maria.
— Ela não veio, parece que seus pais a colocaram num outro caniçal. Particular.  – “n’outra” cidade. Dizem que os coques daqui são poucos e não levam ninguém a lugar algum. Alguém falou.
— ela é uma tola, nós vamos ter sucesso na vida é a partir daqui. Disse Pedro.
     Maria ouvindo aquilo ficou com uma raiva e pensou: como sofrer tanto pode está vinculado ao sucesso? Não faz sentido.
     O professor se aproximou e começou a dar cocorotes na menina.
     Maria com a cabeça ardendo pediu para sair. Foi quando ouviu o coordenador falando ao telefone com um representante do governo.
— meu querido amigo, a safra deste ano vai ser a melhor de todas. Serão ótimos pagadores de impostos. Trabalhadores braçais muito bons. Os coques os colocam em seus lugares. Os tornam mansos. Nesse ano teremos os meninos que menos questionam. Eles acreditam que quanto mais coques aguentarem, mais sucesso terão. São uns tolos. Mas, é claro que vamos deixar que um deles tenha um bom emprego. Seja o sucesso. Só um, não mais. Os outros vão se encher de esperança querendo ser como esse um.
— Do que ele esta falando?  — quer dizer que eles estão nos enganando? Pensou Maria ao ouvir tudo.
     A garota volta para a sala de aula e como sempre ver os seus amigos recebendo coques. Aquilo a deixa  nervosa. É quando com a voz estrondosa manda o professor parar:
— Vocês não entendem. É tudo ilusório. No fim não seremos aquilo que tanto desejamos. Estamos sendo preparados como gado ou ovelhas para o abate.    O professor é só mais uma vítima inconsciente nisso tudo. Só o coordenador e as autoridades sabem. No futuro vamos apenas trabalhar muito para gerar impostos para uns poucos viverem confortavelmente.
     De início o professor até concordou com a menina, mas para puni-lá, o mestre  a leva ao poderoso coordenador:
— o que?! Essa menina está nos desafiando? Disse o coordenador.
— você é um mentiroso! Disse Maria.
— como?! Do que você esta falando? Perguntou o Sabino.
— você sabe muito bem. Você não me engana, e em breve não enganará mais ninguém.
     O poderoso coordenador ordenou que a levassem para um quarto escuro no interior do caniçal. E lá ele passou horas dando cocorotes em sua cabeça.
     No outro dia ele a tirou do quarto e a levou para a sala de aula, os amigos quando viram seu estado ficaram com muito medo.
     O coordenador pediu a ajuda do aluno Pedro. A proposta do menino foi rápida:
— faça eventos: futebol, desfiles. Isso fará todos ficarem com você.
     Dias após ocorreram diversas festividades.
     O resto do ano foi marcado por palavras como suspensão, expulsão e outras que provocam medo. A rotina de cocorotes continuou. A aluna Maria suportou tudo e ao término do ano prestou um vestibular e conseguiu o primeiro lugar num bom curso. Formou-se numa profissão muito boa e ganhou muito dinheiro.
[...]
— É mais um início de ano letivo. Sejam todos bem vindos. O exemplo que vamos falar hoje é de uma grande aluna do passado. Que suportava tudo. Uma vencedora. Passou num bom vestibular e é o sucesso de nossa instituição. Espelhem-se nela – a aluna Maria -  Disse o Coordenador Sabino aos novatos que chegavam para mais um ano letivo de aula.
Por Gabriela com adaptações

1. Logo no início, o texto faz referência a outro conto, "Nós matamos o Cão Tinhoso", do escritor moçambicano Luis Bernardo Honwana. QUEM É O NARRADOR DA HISTÓRIA DE ONDJAKI?

(A) Um menino da 8ª classe apelidado de Jacó.

(B) Um menino da 9ª classe apelidado de Jacó.




2.     (Vestibular PAES)_Analise as informações apresentadas a seguir, acerca do texto "O CANIÇAL" e marque a CORRETA.

A.    O texto possui características de conto: narrativas com discurso direto, personagens, espaço. Afasta-se de uma dissertação;

C.    O conto é falho. Em nada pode ser comparado com o real. As práticas pedagógicas têm dado certo e todos vencem no final;


3.  Marque a alternativa CORRETA acerca da origem do CONTO:

(A) o conto é um gênero que nasceu de tradição oral e há milênios faz a parte da cultura de todo o mundo;

(B) o conto é um gênero que nasceu da tradição cronológica da necessidade de se narrar o momento;



4º Qual o ponto de vista narrativo adotado no conto "Nós matamos o Cão Tinhoso";

(a) 1ª pessoa;

(b) 2ª pessoa;





VÍDEOS A ASSISTIR.

SOBRE GUERRA DE CANUDOS



SOBRE TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA


SOBRE CONCORDÂNCIA VERBAL





Um comentário:

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