domingo, 22 de dezembro de 2013

Análise crítica de “O Projeto Brasil 2020: cenários e perspectivas” de Ronaldo Mota Sardenberg

     Há um trabalho interessante feito por Ronaldo Mota Sardenberg e publicado na internet. No artigo, o escritor aponta um Brasil desejado no longo prazo – para 2020, contudo, bem antes, o autor mostra aquilo que ele chama de cenários exploratórios. Para os cenários, as hipóteses são levantadas com base no espaço econômico, social, político-institucional, ambiental, cultural e tecnológico. O resultado são três cenários que se seguidos, tem-se previamente um Brasil em números diversos. O Brasil desejado é mostrado a partir de entrevistas feitas com vários setores da sociedade.
     Acerca dos cenários, percebe-se um mais liberal, voltado ao acúmulo de capital individual e outro mais social - voltado ao bem estar coletivo. O primeiro produz mais renda per capita, maior crescimento, mais liberdade comercial; o segundo é o oposto nesses quesitos, mas em termos sociais é bem melhor. Há ainda o terceiro cenário que é um mais fechado: opção menos viável dos três e mesmo assim, muito usado em alguns países.
     Mota batiza o primeiro cenário de Abatiapé (espécie de arroz selvagem da Amazônia). Não é à toa. Aqui, é incentivado o livre comércio. O objetivo é o crescimento econômico. Para se ter uma ideia, se o cenário existir, o PIB fica 1,5 vezes o da Alemanha e a renda per capita de US$ 17.000. O problema é a pobreza e o desemprego – 7% e 6,5% respectivamente; o outro cenário. O mais social: é o Baboré. Nesse, o crescimento é menor. O PIB diminui muito; a Renda per capita fica de US$ 11.800; a pobreza e desemprego caem: 4% e 5% respectivamente. O último cenário é o Caaeté (região legítima da Amazônia). Esse cenário é marcado pelo protecionismo ao extremo. Segundo o autor, PIB, renda per capita, pobreza e desemprego serão todos desagradáveis à sociedade.
     Nenhum dos três cenários é o desejado. São só os que podem ser e são, em muitos casos, explorados em todas as nações.
      Munido de tal percepção, Ronaldo Mota parte para várias entrevistas junto aos diversos setores sociais e chega àquilo que ele chamará de cenário Diadorim. O cenário desejado. A opinião é unânime: “um Brasil mais equitativo, com elevado nível de qualidade de vida e justiça social” é o ponto comum que marca o desejo de todos. Aspectos econômicos, pilares nos três cenários exploratórios, é posto em plano derradeiro pelos entrevistados. O desejo primordial é o resgate da “dívida social”: - o progresso das populações negras; as perspectivas de ocupação ordenada do território nacional, com ênfase nas regiões menos desenvolvidas do País, são os exemplos que se pode citar existentes nos desejos.
     A conclusão do articulista é em defesa do cenário desejado, desde que o país assuma seu papel diante da globalização, não sendo um tanto protecionista. Entende-se nesse caso que a economia não deve ser descartada. O que se deseja por todos só poderá ser alcançado se houver planejamento do futuro. Vale ressaltar, subentende-se do autor, que os cenários, até como fontes de pesquisa não podem ser colocados de lado, embora eles não tenham em seu bojo uma coincidência com a vontade da grande maioria.






















REFERÊNCIAS




Borges, Fernando Tadeu de Miranda Economia brasileira / Fernando Tadeu de Miranda Borges, Pedro Caldas Chadarevia. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2010.140p. : il.


Introdução à economia / Carlos Magno Mendes ...[et al.]. - 2. ed. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2012. 170p. : il.


Silva, José Maria da. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas e técnicas/José  Maria da Silva , Emerson Sena da Silveira. 5. Ed. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2009



TREVISAN, Andrei Pittol; BELLEN, Hans Michael vanRevista de Administração Pública. Rio de Janeiro 42 (3): 529-50, maio/jun. 2008.

sábado, 16 de novembro de 2013

PROJETO: Seminário Audiovisual


APRESENTAÇÃO

O presente Projeto foi elaborado num momento em que a comunidade escolar exigia maior participação coletiva e ativa na construção e revisão do conhecimento e de um ambiente mais sociável tanto para os alunos quanto para familiares e funcionários em geral.
Da sua elaboração participaram segmentos como o Núcleo Gestor (Diretores e Coordenadores), Professores e alunos da Unidade Escolar.
O Projeto objetiva nortear o trabalho educativo no registro dos seminários discentes e dos eventos escolares, de forma áudio visuais, para posterior exibição nas próprias salas de aula, postagens em blogs específicos, e apresentações nas diversas reuniões promovidas pela direção.
Participaram da elaboração deste Projeto Político: Solange Fontele Carvalho  (Diretora de ensino), Maria do Socorro (Coordenadora Pedagógica), Isaac Sabino Cardos (Professor), Ivanete Pereira da Silva (Professor) Maria dos Milagres Alves de Araújo (Professora) Raimunda Nonata Castro Silva.



JUSTIFICATIVA


É comum a maioria dos professores pedirem aos alunos que trabalhem determinados temas em forma de seminário; como também é rotineiro na hora das avaliações só se saírem bem em algumas questões os donos dos temas explorados. Para melhorar o desempenho de todos na sala, a proposta é que se registrem as exposições para serem usadas pelo professor como revisões pré-prova e ainda postagem em blogs específicos da escola de forma que os alunos assistam aos vídeos na hora que quiserem. Os alunos também ficarão responsáveis por filmar e editar os eventos da escola para enriquecimento do site, apresentações em reuniões de pais e mestres e com os funcionários.

  

OBJETIVOS


Aperfeiçoar a velha prática de seminários acrescentando a ela filmagens, edições e postagens para que sirva de suporte revisativo aos alunos e reflita diretamente no número de acertos nas avaliações internas e externas. Estender a proposta de confecção dos vídeos aos eventos da escola com o intuito de fortalecer cultural e socialmente os alunos.



METODOLOGIA


Trabalhar junto aos alunos dois tipos de produção de vídeos a partir dos eventos promovidos pela escola e dos seminários pedidos pelos professores em suas disciplinas. Nos eventos, os alunos poderão capturar os momentos mais interessantes e confeccionar os vídeos para posterior exibição em reuniões com a comunidade escolar (momento proposto pela direção), e postagem num blog próprio da escola. Na sala de aula, depois do professor explorar o conteúdo do livro didático, será proposto aos educandos a confecção de um vídeo seminário para apresentação aos colegas e em substituição ao velho seminário físico (no vídeo poderão constar entrevistas, paródias, apresentações do próprio aluno). Caso haja a opção do discente por apresentar o trabalho ao vivo (seminário tradicional), a exposição poderá ser filmada no momento da apresentação e editada para postagem no ambiente oficial da escola de forma que possa ser usado como revisão dos assuntos. Toda a dinâmica pode ser desenvolvida num bimestre e finalizada com a aplicação de uma prova nos moldes das avaliações externas do governo federal (Obmep/Enem).

  
MARCO TEÓRICO


LDB 9394-96




CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

DATA
EVENTO
12/11/13
ELABORAÇÃO PRELIMINAR DO PROJETO
13/11/13
ELABORAÇÃO DO PROJETO
18 A 22/11/2013
APRESENTAÇÃO DO PROJETO A COMUNIDADE ESCOLAR E CAPTAÇÃO DOS RECURSOS
25 A 29/11/2013
PESQUISAS POR PARTE DOS ALUNOS
02 A 06/12/2013
CONFECÇÃO DOS SEMINÁRIOS
09 A 13/12/2013
APRESENTAÇÕES
16/17/18 DE DEZEMBRO
PREPARAÇÃO TÉCNICA DA CULMINÂNCIA
19/12/13
CULMINÂNCIA
  





CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aperfeiçoar uma prática já usada por quase todos os professores e bem aceita pelos alunos – o seminário – é a intenção deste projeto, que visa acrescentar um detalhe para melhorar o número de acerto nas provas: o detalhe é a possibilidade de uma terceira revisão de um mesmo assunto por parte dos alunos. Tudo isso se dá por conta do advento tecnológico – da capacidade de capturar momentos e os disponibilizar na rede.






PLANILA DE CUSTOS
Macrocampo
Categoria
Item
Unidade
Quantidade
Valor Unitário
Capital
Parcela
Comunicação, Cultura Digital e uso de Mídias
Máquinas e equipamentos de apoio pedagógico
Aparelho(s) de ar condicionado
Unidade
1
1.618,00
1.618,00
1
Comunicação, Cultura Digital e uso de Mídias
Máquinas e equipamentos de apoio pedagógico
Aparelho(s) de DVD
Unidade
3
215,00
645,00
1
Comunicação, Cultura Digital e uso de Mídias
Máquinas e equipamentos de apoio pedagógico
Aparelho(s) de TV
Unidade
1
2.730,00
2.730,00
1
Comunicação, Cultura Digital e uso de Mídias
Máquinas e equipamentos de apoio pedagógico
Caixa(s) acústica(s)
Unidade
1
1.690,00
1.690,00
1
Comunicação, Cultura Digital e uso de Mídias
Máquinas e equipamentos de apoio pedagógico
Filmadora(s)
Unidade
1
780,00
780,00
1
Comunicação, Cultura Digital e uso de Mídias
Máquinas e equipamentos de apoio pedagógico
Máquina(s) fotográfica(s)
Unidade
1
650,00
650,00
1
TOTAL

8.763,00




sábado, 19 de outubro de 2013

Jogos Vorazes - o filme: uma crítica à luz da escola, do jovem e da liberdade.


     Ah! O velho dilema acerca da liberdade. E a bola da vez é “Jogos Vorazes” – uma obra prima. Do livro ou do filme dá para se extrair as sociedades “espartanas” de todas as épocas, principalmente a atual, que através de algumas instituições “estupra” suas crianças e jovens que, a força, são obrigados a aprender e obedecer as regras impostas por um pequeno grupo de adultos elitizados que precisam manter as coisas como estão.  No enredo, num mundo pós apocalíptico, para evitar uma nova guerra, os pais têm que enviar os filhos a um jogo de onde só um sai com vida e rico. É só arte, mas a comparação com a realidade cabe como uma luva: quantos pais não enviam seus filhos para a escola alimentados por uma esperança que de lá eles saiam vivos, ricos. E quantos filhos não participam do jogo com tanta voracidade  (estudam tanto que esquecem de viver) - o propósito é vencer. A grande maioria perde.
     Como premissa, “Jogos Vorazes” leva qualquer um que assiste ou ler a concluir que as instituições como a escola e crenças na esperança, na liberdade são só parte de algo que serve aos propósitos de alguns.
     Quantos na história discutiram a questão da liberdade – ela existe ou não existe? O homem é dono de suas decisões ou ele vive submisso a outros homens ou deuses? “... e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:22). Por aí se ver o tamanho do dilema do tema porque mesmo conhecendo a verdade e pensando está livre, o homem continuará preso - agora à verdade. Quantos meninos relutam em ir à escola, mas vão. Não sabem por quê, mas vão. E os adultos? Quantos irão aceitar a sua condição - alicerçados num argumento de que fracassaram no colégio e por isso devem ser punidos com os piores serviços da cidade.  
     Quem assiste ou lê “Jogos Vorazes” percebe essa confusão. Os meninos são postos no jogo – só um sairá vivo e será premiado com uma vivência boa na polis. O leitor ou telespectador não consegue vê brechas de que se fosse com ele (o leitor/telespectador) ele conseguiria se livrar da jogatina, protestar e convencer os outros a não participarem. Não consegue porque no mundo real é igual: aceita o jogo - escola com carteiras quebradas, com ventilador, sem metas; aceita os vestibulares. Morrerá, mas aceita, pois não vê uma brecha de saída; quando pais, sabe que fracassou – aceita a nova condição, não há saída. Por esse ângulo parece mesmo que a liberdade do indivíduo não depende dele exatamente. Parece até que não há liberdade.
     “Jogos Vorazes” é bom porque é lento como a vida. Uma vida na carteira da escola ou naquele emprego sub-humano é demorada. A história só vai ter alguma emoção, alguma morte (homens gostam de histórias que tenham mortes), passados mais da metade do enredo, e só no final é que se perceberá que todo o sistema é frágil e que pode haver liberdade. Pode haver. A obra termina, mas os protagonistas continuam submissos ao sistema, de qualquer forma fica subentendido que algo se abalou – uma luz de liberdade sinalizou. Isso é que é interessante no romance: todo o homem se é levado a crer que a única coisa a se fazer é aceitar o jogo macabro, mas o bom é luz da liberdade proposta no término.

     A verdade, alguém já deve ter dito isso, é que “o homem está condenado à liberdade”. Nisso a vida real se assemelha muito com “Jogos Vorazes”: mais da metade da obra, ou quase toda, é vista como uma condição aceitável e que não há saída a não ser viver uma vida miserável alimentada por uma falsa esperança elitizada. Mas já pensou se os negros ou as mulheres ou povos inteiros tivessem visto a coisa só dessa forma. Não viram porque dentro deles algo incomodava. Esse algo era o “verme” com que todos estão condenados a conviver – a liberdade. Os benefícios que se colhe hoje são lutas de alguém que não se conformou com sua condição no passado. A luta que se trava hoje não será recompensada com benefícios aos que lutam hoje, mas aos jovens do futuro.  E com certeza os jovens do futuro usarão máscaras contra um sistema que os manipula, pagarão um preço (às vezes a vida) mas procurarão uma forma de libertar a maioria de uma condição que é repudiante.

Por Isaac Sabino

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Crítica ao Ensaio sobre a cegueira de José Saramago

     Há uma indicação de livro ou filme excelente que mostra o quanto o homem está mergulhado em merda e não percebe. Acostuma-se. Ver Tudo lindo às mil maravilhas. Não percebe que é só na TV; na propaganda; nas promessas do governo. Na realidade o que se tem é o que mostra o escritor José Saramago em Ensaio sobre a cegueira: esgoto e lixo a céu aberto; governos que vivem discutindo sobre saúde e educação enquanto vários morrem e outros tantos continuam analfabetos. O autor vai além, e já que a humanidade não quer enxergar sua real condição, Saramago arranca a visão de todos. É isso mesmo, na ficção uma epidemia cega toda a humanidade. Somente duas pessoas irão continuar enxergando e vendo o homem quebrar todas as convenções morais e voltar ao estado de animal “selvagem”. As duas pessoas que continuam enxergando é você leitor e a “mulher do médico”.     
     Há várias convenções morais que perduram no tempo. O problema é que essa convenções são elaboradas por uma pequena minoria rica e poderosa e seguida por uma grande maioria, pobre e ignorante. Essa minoria é tão audaciosa que arranca os nomes das pessoas e as rebatiza com o que elas fazem. Se você enxerga, você leu ou viu. Em Ensaio sobre a Cegueira não há nomes pessoais. As pessoas se conhecem e se respeitam pelo o que elas fazem e não pelo que elas são. Não há nomes, há professor, médico, menino, número um, dois, trés...É preciso um tapa de Saramago para que as pessoas vejam o quanto são desrespeitadas. 
     O radicalismo da obra é tanto que o Escritor desfaz tudo aquilo que o homem crer como verdade. Até mesmo a sua condição de alienígena neste mundo é desfeito. A moral fica de lado no momento em que comer ou simplesmente sobreviver é o mais importante. Deve ser por isso que tantos se submetem a uma esmola do governo; deve ser por isso que muitos dizem que vender o voto é imoral e muitos continuam com a prática; deve ser por isso que alguém diz sempre “ele rouba, mas faz”. As pessoas são roubadas em sua dignidade, aceitam as regras que lhe são imposta, mas sem o mínimo pra viver - comer, por exemplo, aceitam aquilo que outrora seria visto como mal. Para um Cego, dinheiro não tem valor, roupas não têm valor, jóias não têm valor. O homem retorna a natureza. O animal retorna a natureza. As convenções eram só ilusões.  
     E àqueles que enxergam? Eles existem mesmo? Quais as suas características?  
    A obra não deixa esse tipo humano de fora: no enredo, essa pessoa que continua enxergando, além de você leitor, é a mulher do médico. Muito provável ela enxergue porque nunca se preocupou em limpar um homem sujo; em guiar outros que não enxergam; em perdoar. Portanto, esses personagens existem tanto na ficção de Saramago quanto no mundo real. Essas pessoas são fáceis de serem identificadas porque elas são inconformadas, elas enxergam e não são egoístas de esconderem o que vêem - elas falam.  
     O que há de mais triste na obra do escritor português é o andar em círculo da humanidade. Note-se que mesmo ficando cegos e voltando ao estado de natureza, onde o que importa simplesmente é comer, beber e transar, outros ignorantes cegos vão se impor aos demais, e de novo instituir um governo. No primeiro momento democracias, mas depois ditaduras. É como se o homem, por ser fraco, estivesse fadado, enternamente, a obedecer àqueles que aparentam mais forças. Mesmo depois de há muito a natureza deixar livre o homem, o homem se aprisiona a outros. E na ficcão, a natureza recolhe a homem a si, mesmo assim ele continua com sua necessidade miserável de ser guiado. Saramago deixa subentendido que semore existirão esses malditos líderes que se predispõem a guiar,mas o que fazem mesmo é explorar. Tanto faz se na ficção ou na realidade. As práticas dos líderes são sempre as mesmas - ficarem na zona de conforto e explorar os outros.    

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Evolução humana - a administração como sobrevivência da espécie

     Há uma charge famosa de um macaco que evolui até chegar a um homem moderno diante de um computador. O desenho é uma alusão ao evolucionismo de Darwin. Críticas à parte acerca do debate que sempre é travado entre evolucionistas e criacionistas, há algo de interessante na teoria do cientista que pode ser deduzido numa verdade: o desejo de evoluir para sobreviver, e para tal - uma das principais formas de sobrevivência vai ser a administração. As sete fases da caricatura podem implicar sete momentos em que o homem teve que se organizar para caçar, se comunicar, professar sua fé, plantar e colher, criar, morar, guerrear e pensar.
 
     Tomado por base o conceito de administração que vem do latim e significa direção, gerência, dá para se imaginar que mesmo na época mais remota (pode se citar o homem nômade) houve a necessidade de se tomar direções. Isso é administração.
     A primeira era, a era pré-histórica, é marcada por um homem que usa gestos e símbolos para se comunicar e armas rudimentares para caçar. Pode ser a primeira figura da charge. Mesmo com tais características é difícil imaginar que não houvesse práticas gerenciais nesses grupos; é difícil imaginar que não houvesse o mínimo de organização em horas como cercar uma presa, distribuir a caça entre os membros do grupo ou mesmo guiá-los rumo às migrações dos animais. Caso não houvesse essas práticas administrativas o grupo estaria fadado à morte.
      É claro, que a cada período da história em que o homem evoluiu, individualmente e coletivamente, houve necessidades diferenciadas e mais avançadas acerca da administração do grupo. Essas necessidades gerenciais fizeram nascer a escrita; as religiões; as guerras; o capitalismo. A evolução nesse caso, para citar Darwin, se deu por conta da sobrevivência da espécie (aquelas que pouco se gerenciavam entraram em extinção ou foram escravizadas por aquelas que melhor se organizavam).
     Num salto, da idade antiga a contemporânea, organizar pessoas se tornou bem mais complexo, mas ainda de muita valia para a sobrevivência do indivíduo e do grupo a que ele está inserido.  O homem foi do arco e flecha ao computador; da luta pelo básico (alimentos) a diversos outros confortos; da força física ao pensamento. Esse período é marcado por transformações tanto físicas como mentais.
     A idade contemporânea é marcada pelo amadurecimento do homem num campo não existente antes – a ciência. A humanidade passa a se preocupar mais com sua organização social: surge a dúvida entre socialismo ou capitalismo. Psicologia, Sociologia e outras áreas do conhecimento são disponibilizadas para explicar o homem. A comunição é mais ágil; plantar e colher; criar e morar demandam mais organização. E toda essa organização fará o homem se sentar por horas e mais horas à frente da invenção do século: o computador. A última caricatura da charge representa bem este homem.
     É com o exposto que se conclui que evoluir está diretamente ligado com o ato de administrar. Se o homem precisou se adaptar a diferentes ambientes para manter a espécie viva; se deixou a pele escurecer para suportar o calor; se deixou as mãos ou os pés calejarem para suportar as dores; é fato, que também precisou, a cada momento da história, saber gerenciar o grupo. Isso manteve espécies vivas e fortes desde a pré-história até a contemporaneidade. O simples ato de saber administrar (gerenciar) foi decisivo no sucesso de alguns grupos.

 

    

     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

    

REFERÊNCIAS

 

Coelho, Ricardo Corrêa Ciência política / Ricardo Corrêa Coelho. – 2. ed. reimp.Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2012.159p. : il.

 

Silva, José Maria da. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas e técnicas/José  Maria da Silva , Emerson Sena da Silveira. 5. Ed. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2009

 

Jacobsen, Alessandra de Linhares Teorias da administração II / Alessandra de Linhares Jacobsen, Luís Moretto Neto. – 2. ed. reimp. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2012. 168 p. : il.

 

 

Info Escola. Eras Históricas. Disponível em <http://www.infoescola.com/historia/eras-historicas/ > Acesso em 12 julho de 2013.

 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

V de Vingança - o filme: uma crítica à luz da primavera brasileira de 2013

     Quem não viu nos movimentos que aconteceram no Brasil inteiro no ano de 2013, jovens com a famosa máscara do protagonista V, dos quadrinhos ou filme V de Vigança. O personagem caiu no gosto dos jovens que querem mudar algo. Mas, quem também não viu como se comportou a imprensa, o Governo, os partidos políticos. Todo o enredo do filme parece ter saído das telas e invadido a realidade brasileira em 2013. Foi a primeira vez que uma obra de arte teve tanta influência numa realidade.
     No filme V de Vigança, o protagonista estipula um prazo de um ano para que seja destruído o Parlamento Inglês. Na visão do herói, o legislativo não serve mais ao povo, mas sim ao executivo - ao ditador. Em 2013, no Brasil, com os deputados e senadores servindo inteiramente ao presidente e aos seus próprios interesses, vários jovens saem às ruas, mas é em Brasília que muitos vão ao Parlamento e mostram quem deve temer quem. 
      As quebradeiras do Parlamento brasileiro são vistas como vandalismo. Nos noticiários, dentre eles o maior canal de televisão do país, a notícia de que vândalos ameaçam o povo e a democracia é dada com freqüência. Em casa as pessoas são bombardeadas com imagens, muitas vezes repetidas de jovens quebrando bancos e lojas. No filme não foi diferente. Depois que V destruiu a estátua da justiça, uma grande televisão mente dizendo que as explosões eram apenas de fogos de artifícios promovidos num evento do governo. 
     Há que se tomar muito cuidado com apresentadores que se julgam portadores da verdade e protetores do povo. Esses são os piores. Normalmente eles apresentam programas no horário nobre, das dezoito às vinte duas horas. Photero é a melhor representação deles no enredo. Fala alto, com raiva, com arrogância - todos o ouvem.                              
      O universo das artes, único meio de se convencer os outros acerca de uma ideia, também é usado tanto na realidade quanto na ficção. Milhares de vídeos pipocaram na internet fazendo menção ao manifesto. Uma música em especial - uma propaganda de carro com o título de “vemprarua” virou hino. No filme, o herói explode a torre com uma música e é um grande apreciador de obras famosas censuradas pelo governo. Há uma briga entre os que usam a arte: uns para alienar; outros para informar. No Brasil, o governo tenta desviar o foco dos movimentos com jogos da seleção brasileira - também uma arte. 
     Se há uma contagem para que o Parlamento seja destruído e o povo perceba que é mais poderoso e essa contagem no filme é de um ano, do 05 ao 05 de novembro. No Brasil, essa contagem começa em 2013 e tem prazo em 2014 com a copa e as eleições.          
        A verdade é que o povo aceita viver as regras que o governo impõe: vão a escola, não roubam e nem matam. O sistema funciona as mil maravilhas, mas poucos são os beneficiados. A grande maioria sofre com educação com propósitos maldosos - um deles: formar mão de obra barata para a iniciativa privada. A grande maioria sofre com péssimas estradas, total falta de segurança e hospitais que mais matam do que salvam. O governo quer que nestas situações todos se comportem como ovelhinhas rumo ao matadoro, usa até a igreja no seu propósito. É claro que uma hora o povo acordaria. 
          A proposta de V em destruir o Parlamento é simbólico. “ o povo acredita em seus símbolos”. Os símbolos são a melhor representação do poder. Por isso quando carros do SBT, da RECORD, quando são queimados, há uma clara demonstração de que os homens não acreditam mais na televisão. Neste caso parte dos símbolos que representam o controle é destruído. 
         2013. Ricos envolvidos no caso MENSALÃO ainda não foram presos; um pastor propõe curar os homossexuais; a televisão continua mentindo; uma presidente parece atordoada, desesperada; Photeros (ricos) continuam mais ricos. O brasileiro é transportado para dentro do filme V DE VIGANÇA. Resta saber se aqui, na realidade, as coisas vão mudar. Se o povo irá, em massa, usar a máscara, ir às ruas e pedir por uma escola que realmente funcione - que forme pensadores, doutores e não trabalhadores escravos; pedir para que quem seja corrupto, rico ou pobre, seja realmente preso; pedir por hospitais que funcione; pedir integridade.       

terça-feira, 4 de junho de 2013

Macroagregados Econômicos: O PIB, o desemprego e a inflação no Brasil de 2012 e 2013.


Por Isaac Sabino Cardoso

 

               Brasil de 2012: PIB de 0,9%; Primeiro trimestre de 2013 – 0,6%. Brasil de 2012: desemprego de 4,6%; Primeiro trimestre de 2013 – 5,8%. Brasil de 2012: inflação de 5,84%; para 2013, governo prevê 5,80%, mercado prevê 7,75%. Os dados mostram que os números vão mal com relação ao PIB, mas a população está de paz com o governo por conta do baixo desemprego. Essa paz é ameaçada por um fantasma – o da Inflação.

          Em 2012, o então Ministro da Fazenda iniciava o ano e prometia um PIB de 4,5%. De um lado, o Governo confirmava tais pretensões, mas a cada trimestre, sob forte divulgação da imprensa, o número utópico do governo se distanciava do real. O ano terminou com PIB de 0,9%. Medidas antigas como a redução do IPI foram adotadas, mas não surtiram o efeito desejado: o primeiro trimestre de 2013 fechou com PIB de 0,6%. Se em 2012 foi acionado o sinal amarelo, 2013 começou com o vermelho.

            Contudo, um número tem sido as pazes entre Governo e o povo. O desemprego no país anda em baixa: 2012 fechou com um dos menores números da história – 4,6%, e 2013 aponta para 5,80%. Número que se comparada aos de alguns países da Europa confirma o porquê das mãos dadas. A Grécia, por exemplo, já registrou desemprego de 27%.

              Mas um fantasma está à solta, ou melhor, um dragão. A inflação, que em 2012 bateu a meta proposta pelo Banco Central – de 4,5% sendo de 5,84%, dá sinais que 2013 não será diferente. Para piorar a situação, o Governo, depois de vários deslizes quanto às metas do PIB, deixa sem credibilidade suas novas previsões e o povo já começa creditar confiança em nomes que vêm de setores privados que apontam uma inflação de 7,75% para 2013.

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