quinta-feira, 27 de junho de 2013

V de Vingança - o filme: uma crítica à luz da primavera brasileira de 2013

     Quem não viu nos movimentos que aconteceram no Brasil inteiro no ano de 2013, jovens com a famosa máscara do protagonista V, dos quadrinhos ou filme V de Vigança. O personagem caiu no gosto dos jovens que querem mudar algo. Mas, quem também não viu como se comportou a imprensa, o Governo, os partidos políticos. Todo o enredo do filme parece ter saído das telas e invadido a realidade brasileira em 2013. Foi a primeira vez que uma obra de arte teve tanta influência numa realidade.
     No filme V de Vigança, o protagonista estipula um prazo de um ano para que seja destruído o Parlamento Inglês. Na visão do herói, o legislativo não serve mais ao povo, mas sim ao executivo - ao ditador. Em 2013, no Brasil, com os deputados e senadores servindo inteiramente ao presidente e aos seus próprios interesses, vários jovens saem às ruas, mas é em Brasília que muitos vão ao Parlamento e mostram quem deve temer quem. 
      As quebradeiras do Parlamento brasileiro são vistas como vandalismo. Nos noticiários, dentre eles o maior canal de televisão do país, a notícia de que vândalos ameaçam o povo e a democracia é dada com freqüência. Em casa as pessoas são bombardeadas com imagens, muitas vezes repetidas de jovens quebrando bancos e lojas. No filme não foi diferente. Depois que V destruiu a estátua da justiça, uma grande televisão mente dizendo que as explosões eram apenas de fogos de artifícios promovidos num evento do governo. 
     Há que se tomar muito cuidado com apresentadores que se julgam portadores da verdade e protetores do povo. Esses são os piores. Normalmente eles apresentam programas no horário nobre, das dezoito às vinte duas horas. Photero é a melhor representação deles no enredo. Fala alto, com raiva, com arrogância - todos o ouvem.                              
      O universo das artes, único meio de se convencer os outros acerca de uma ideia, também é usado tanto na realidade quanto na ficção. Milhares de vídeos pipocaram na internet fazendo menção ao manifesto. Uma música em especial - uma propaganda de carro com o título de “vemprarua” virou hino. No filme, o herói explode a torre com uma música e é um grande apreciador de obras famosas censuradas pelo governo. Há uma briga entre os que usam a arte: uns para alienar; outros para informar. No Brasil, o governo tenta desviar o foco dos movimentos com jogos da seleção brasileira - também uma arte. 
     Se há uma contagem para que o Parlamento seja destruído e o povo perceba que é mais poderoso e essa contagem no filme é de um ano, do 05 ao 05 de novembro. No Brasil, essa contagem começa em 2013 e tem prazo em 2014 com a copa e as eleições.          
        A verdade é que o povo aceita viver as regras que o governo impõe: vão a escola, não roubam e nem matam. O sistema funciona as mil maravilhas, mas poucos são os beneficiados. A grande maioria sofre com educação com propósitos maldosos - um deles: formar mão de obra barata para a iniciativa privada. A grande maioria sofre com péssimas estradas, total falta de segurança e hospitais que mais matam do que salvam. O governo quer que nestas situações todos se comportem como ovelhinhas rumo ao matadoro, usa até a igreja no seu propósito. É claro que uma hora o povo acordaria. 
          A proposta de V em destruir o Parlamento é simbólico. “ o povo acredita em seus símbolos”. Os símbolos são a melhor representação do poder. Por isso quando carros do SBT, da RECORD, quando são queimados, há uma clara demonstração de que os homens não acreditam mais na televisão. Neste caso parte dos símbolos que representam o controle é destruído. 
         2013. Ricos envolvidos no caso MENSALÃO ainda não foram presos; um pastor propõe curar os homossexuais; a televisão continua mentindo; uma presidente parece atordoada, desesperada; Photeros (ricos) continuam mais ricos. O brasileiro é transportado para dentro do filme V DE VIGANÇA. Resta saber se aqui, na realidade, as coisas vão mudar. Se o povo irá, em massa, usar a máscara, ir às ruas e pedir por uma escola que realmente funcione - que forme pensadores, doutores e não trabalhadores escravos; pedir para que quem seja corrupto, rico ou pobre, seja realmente preso; pedir por hospitais que funcione; pedir integridade.       

terça-feira, 4 de junho de 2013

Macroagregados Econômicos: O PIB, o desemprego e a inflação no Brasil de 2012 e 2013.


Por Isaac Sabino Cardoso

 

               Brasil de 2012: PIB de 0,9%; Primeiro trimestre de 2013 – 0,6%. Brasil de 2012: desemprego de 4,6%; Primeiro trimestre de 2013 – 5,8%. Brasil de 2012: inflação de 5,84%; para 2013, governo prevê 5,80%, mercado prevê 7,75%. Os dados mostram que os números vão mal com relação ao PIB, mas a população está de paz com o governo por conta do baixo desemprego. Essa paz é ameaçada por um fantasma – o da Inflação.

          Em 2012, o então Ministro da Fazenda iniciava o ano e prometia um PIB de 4,5%. De um lado, o Governo confirmava tais pretensões, mas a cada trimestre, sob forte divulgação da imprensa, o número utópico do governo se distanciava do real. O ano terminou com PIB de 0,9%. Medidas antigas como a redução do IPI foram adotadas, mas não surtiram o efeito desejado: o primeiro trimestre de 2013 fechou com PIB de 0,6%. Se em 2012 foi acionado o sinal amarelo, 2013 começou com o vermelho.

            Contudo, um número tem sido as pazes entre Governo e o povo. O desemprego no país anda em baixa: 2012 fechou com um dos menores números da história – 4,6%, e 2013 aponta para 5,80%. Número que se comparada aos de alguns países da Europa confirma o porquê das mãos dadas. A Grécia, por exemplo, já registrou desemprego de 27%.

              Mas um fantasma está à solta, ou melhor, um dragão. A inflação, que em 2012 bateu a meta proposta pelo Banco Central – de 4,5% sendo de 5,84%, dá sinais que 2013 não será diferente. Para piorar a situação, o Governo, depois de vários deslizes quanto às metas do PIB, deixa sem credibilidade suas novas previsões e o povo já começa creditar confiança em nomes que vêm de setores privados que apontam uma inflação de 7,75% para 2013.

sábado, 1 de junho de 2013

CONTROLE DA INFLAÇÃO NO BRASIL: ANÁLISE DO PLANO REAL

Por Isaac Sabino Cardoso
 
 
 
1.      INTRODUÇÃO
 
 
                   A Inflação sempre existiu, mas só nos últimos 150 anos esse debate é frequente em todos os noticiários e até mesmo nas rodas populares. No mundo acadêmico, entre os economistas, o tema foi provocado por John Maynards Keynes quando propôs a Macroeconomia. No Brasil, o nome assusta. O país, apesar das tentativas de estabilizar a economia, viu a inflação saltar de 415,83% em 1987, para 2.708,55% ao ano em 1993. Só com a implantação do Plano Real o país voltou a quase normalidade.
O estudo aprofundado da temática é de suma importância para as organizações e administradores contemporâneos. O controle da inflação perpassa pilares como ajuste fiscal; desindexação da economia e política monetária restritiva. São itens que estão intimamente ligados ao equilíbrio financeiro de cada cidadão, e para o seu correto funcionamento é necessário um conhecimento especializado por parte daqueles que desejam administrar.
Devido à importância desse assunto para a vida acadêmica e profissional do administrador, tendo em vista que ele (o administrador) é peça fundamental no bom funcionamento da economia, se faz necessário conceituar inflação; conhecer os tipos de inflação que existem; além do contexto histórico da inflação no Brasil. É com essa pretensão que esse estudo ora se apresenta. Caracterizando-se como analítico e bibliográfico. Para sua execução foram realizadas consultas bibliográficas de literatura especializada como livros, revistas, teses e dissertações além de fontes eletrônicas disponíveis na internet. Autores como Bresser Pereira (1984), Luiz Fernando Mählmann Heineck (2010), entre outros, foram consultadas.
A principal metodologia utilizada na elaboração desse trabalho foi a pesquisa e a leitura de textos antigos e atuais referentes ao assunto: buscou-se conceitos e práticas da atualidade para explicar o fenômeno à época pré e pós Plano Real. A linguagem é objetiva e simples, trazendo a todo o momento referências à vida dez anos após o Plano Real no Brasil. O trabalho está dividido nas seguintes: Conceito e tipos de inflação; O administrador público e o conhecimento acerca da inflação e o controle da inflação no Brasil. Também se utilizou a troca de ideias entre os componentes do grupo através de e-mails e interações no Ambiente Virtual de Aprendizagem.
2.      INFLAÇÃO: CONCEITO E TIPOLOGIAS
 
                   A maioria das pessoas pensa que só porque um produto aumenta aqui e outro ali já há inflação. O que não é bem verdade. Não há debates acerca do conceito de inflação, ou seja, todos os especialistas são unânimes em dizer que a inflação é o aumento dos preços de forma contínua e durante muito tempo, atingindo todos os setores da economia. Segundo Luiz Fernando Mählmann Heineck (2010) “A alta de alguns poucos produtos, o aumento não persistente de preços e os aumentos unicamente setoriais não correspondem à inflação”.
Um exemplo claro e prático da ocorrência de inflação é a desvalorização do papel (a moeda, dinheiro). Isso ocorre quando o governo resolve despejar muita moeda no mercado. O dinheiro acaba perdendo o seu valor. Esses papéis em demasia circulam para cobrir gastos, às vezes com custeio, às vezes com investimento. O pensamento é Monetarista, mas convence, pois com a desvalorização haverá uma alta generalizada dos preços na economia e por um longo período. É claro, que o efeito disparador não se reduz ao exemplo citado, os economistas divergem sobre o assunto. Os Estruturalistas, por exemplo, irão trabalhar em cima das subidas nos preços agrícolas, taxas de câmbio e custo de vida urbano. A estrutura em si.
O que há de convergência entre os especialistas é o enquadramento da inflação em várias tipologias. As principais dizem respeito à inflação de demanda; a inflação de custos e a inflação inercial. 
Mas, o que significa inflação de demanda, custos, inercial? E qual o histórico e formas de controle destas no Brasil? Quais as vantagens que o administrador e a sociedade têm ao conhecê-las? Como tal conhecimento quando inserido na Administração Pública pode ajudar o administrador a ajudar a sociedade?
Há uma pretensão deste artigo em responder tais perguntas no decorrer desse estudo.
 
 
2.1  Um conceito à Inflação de Demanda; de custo e Inercial
 
                  Grupos que sempre rivalizaram acerca das causas da inflação concordam sobre uma coisa: o conceito e a existência da inflação de demanda; de custos e inercial.
                 Heineck (2010) entende que a inflação de demanda ocorre quando os agentes econômicos, incluindo famílias, organizações e governo desejam comprar mais bens do que aqueles que a sociedade é capaz de ofertar. Um excesso de demanda para uma quantidade restrita de bens faz com que os preços tendam a subir.
                  A inflação de demanda ocorre quando o mercado não está preparado para uma determinada situação. Imagine uma onda de calor súbita e com demora além do previsto pelos especialistas. Há correria por aparelhos de refrigeração (ar-condicionado e outros). Se a comunidade empresarial está com um estoque limitado, a tendência é que os poucos produtos que restam tenham uma alta inesperada. E piora à medida que o verão se estende por mais tempo.
                  Quanto à inflação de custos, Heineck (2010) argumenta que ela ocorre quando fatores inesperados aumentam os custos de produção, como quebras de safras agrícolas, dificuldades com o transporte de mercadorias, novos impostos incidentes sobre a produção ou comercialização, quebras de produtividade das máquinas ou de produtividade de recursos humanos.
                Um exemplo bem prático que serve de desenho para explicar este tipo de inflação é a questão do trigo. Imagine que haja alta no preço do trigo. Embora distante, essa alta terá reflexo no custo do pãozinho da padaria da esquina do homem comum. O mesmo ocorre quando há alta no cimento, que tem reflexo na construção civil;  ou no canavial que influi no álcool nas bombas de combustível.
                 Por último, tem-se a inflação inercial. Por sua vez, essa age mais na mente das pessoas. É inercial, imóvel. Não surge nem da parte da demanda, nem da parte dos custos. Ao lembrarem de uma inflação ocorrida num tempo atrás, as pessoas tendem a aumentar os preços. Sem causa aparente, por puro medo psicológico relacionado ao período inflacionário existente em suas memórias.
 
2.2  O Administrador Público e o conhecimento acerca da inflação
 
                   Elo de comunicação entre a economia aplicada pelos governos e a população, o administrador público é peça fundamental no bom funcionamento do jogo econômico. O problema é que por não conhecer afundo mecanismos macroeconômicos – como a inflação, muitos administradores públicos terminam mais atrapalhando do que ajudando o país. É bem verdade que muitos destes não passaram por uma universidade.
                   Não saber que o controle da inflação perpassa pilares como ajuste fiscal, e em plena crise, servidores pedem aumento acima dos índices oficiais é uma dessas demonstrações de ausência de conhecimento que não contribui em nada para o crescimento igual dos cidadãos de uma nação; outro fator que aponta que o desconhecimento atrapalha o país e maltrata os mais frágeis, diz respeito à indexação da economia. Neste caso, o administrador ou servidor exige que seus vencimentos sejam corrigidos de acordo com algum índice. Até aí tudo bem, mas quando esse índice reside somente na memória destas pessoas é que o problema se agrava.
                      Saber de tudo isso é o diferencial entre os administradores que farão com que as coisas deem certo para o coletivo e àqueles que pensando unicamente em si fazem com que deem errado.
                      Com tudo isso é que se faz necessária a existência de administradores públicos dentro da coisa pública formados pela teoria ditada nos centros acadêmicos. Não administradores feitos pela lida do dia-a-dia (a sociedade pensa que nestes casos a experiência é mais importante, o que não é bem verdade). É em entidades superiores que são debatidos temas como a macroeconomia, e nesse caso os futuros líderes terão uma bagagem formada tanto pela teoria quanto pela prática (experiência).
                         Conceituar Inflação; saber os tipos de inflação que existem; ter uma visão histórico-teórico do problema inflacionário no país; ser peça fundamental no combate a tal problemática; é o mínimo que se espera de líderes que desejam o bem aos seus subordinados. E nesse grupo de líderes têm que estar os administradores públicos.
                    
3.      CONTROLE DA INFLAÇÃO NO BRASIL: ANÁLISE DO PLANO REAL
 
“Aqui jaz a moeda que acumulou, de julho de 1965 a junho de 1994, uma inflação de 1,1 quatrilhão por cento. Sim, inflação de 16 dígitos, em três décadas. Ou precisamente, um IGP-DI de 1.142.332.741.811.850%. Dá para decorar? Perdemos a noção disso porque realizamos quatro reformas monetárias no período e em cada uma delas deletamos três dígitos da moeda nacional. Um descarte de 12 dígitos no período. Caso único no mundo, desde a hiperinflação alemã dos anos 1920.” Joelmir Beting
 
                  O ano é 2012, a inflação beira os 6% ao ano. O país inteiro fica em alvoroço. A oposição usa o tema como bandeira de campanha e o governo promete fazer o dragão recuar.
                 Boa parte da nação, hoje chefes de família, ou eram bem pequenas ou não eram nem nascidas quando o país viveu tempos terríveis com relação ao aumento dos preços. O desequilíbrio teve picos altíssimos entre os anos de 1960 a 1970. FGV e DIEESE registraram números parecidos que iam de 15,5% a 91,90% ao ano. Mas, o pior ainda estava por vir. A década de 1980 teve forte retração na taxa de expansão econômica e significativo aumento da inflação. Entre 1990 e 1994 registrou-se 764% de inflação.
                  Imagine um país com tudo aumentando todos os dias. O povo, com medo, estocando alimentos.  De longe, a crise do tomate registrada no início de 2013 se assemelha com os problemas vividos pelos brasileiros antes da implantação do Plano Real.
                 De 1960 a 1970 foram várias tentativas. Todas falharam e agravaram o problema. Segundo  Bresser Pereira (1984) os economistas de Castelo Branco trataram a inflação pelo lado da demanda e adotaram medidas para reduzirem o consumo. O resultado foi mais crise. O autor cita Ignácio Rangel (1963) chamando atenção para o controle dos preços pelos oligopólios da época, motivo real dos agentes inflacionários daquele momento. Delfim Netto ao assumir o ministério tentou o controle administrativo dos preços, mesmo assim a inflação continuou alta. Nos anos seguintes as táticas seriam bem parecidas com as dos anos anteriores.
                Só no dia 19 de maio de 1993, o então Presidente Itamar Franco deu carta branca no combate a inflação ao novo ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso. Como em tudo pra dá certo, FHC começa formando uma equipe de competentíssimos economistas da época: Persio Arida, André Lara Resende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha, Clóvis Carvalho e Wiston Fritsch. A promessa era acabar com a inflação, ou pelo menos reduzi-la.
                  Para a adoção do Plano Real foram seguidos alguns passos: (1) houve um período de equilíbrio das contas públicas com redução das despesas e aumento das receitas. Um país com as dimensões do Brasil acumulou gastos e desperdícios durante anos, a medida foi válida e teve efeito rápido; (2) para evitar o confisco da poupança, medida adotada por governos anteriores, e preservar o poder de compra da massa salarial, foi criado a URV (Unidade Real de Valor) - a medida de valor foi uma transição para a nova moeda – o Real.
                 Mas, as medidas não pararam por aí. Seis anos depois da implantação do Plano Real ainda foram tomadas uma série de medidas, entre elas: Privatização de vários setores estatais, o Proer, a criação de agências reguladoras, a Lei de Responsabilidade Fiscal, a liquidação ou venda da maioria dos bancos pertencentes aos governos dos estados, a total renegociação das dívidas de estados e municípios com critérios rigorosos (dívida pública), maior abertura comercial com o exterior, entre outras.
                  Joelmir Beting abre esse texto citando um número que avançou estratosfericamente desde 1967 a 1994 forçando a adoção de seis novas moedas: Cruzeiro Novo (1967), Cruzeiro (moeda) (1970), Cruzado (BRC) (1986), Cruzado Novo (1989), Cruzeiro (moeda) (1990) e Cruzeiro Real (1993). Foram décadas de tentativas e crises. Mas, finalmente, nos primeiros momentos do Plano Real, o brasileiro pôde conviver com uma inflação de 6,08%.
                 O Plano Real deu certo. Foram anos de descontrole na economia brasileira. Governos caíram e outros se levantaram. A proposta era sempre a mesma – acabar com um mal que assolava a todos os brasileiros. Foi com audácia e com as medidas econômicas certas que a partir do primeiro ano do Real o cidadão comum, empresários e muitos economistas puderam dormir com mais tranquilidade.
 
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
 
A complexidade assumida pela economia nos últimos 150 anos exige das organizações contemporâneas, sejam elas públicas ou privadas, uma capacitação de seus administradores quanto à macroeconomia. Um estudo minucioso acerca da inflação tem sido o diferencial nesta empreitada. As conquistas inflacionárias conseguidas no Brasil depois da implantação do Plano Real dependem de manutenção e essa perpassa por todos da nação, mas principalmente por aqueles que agem intimamente para o funcionamento da economia – os administradores públicos.
Afim de não retroceder a um tempo em que os preços aumentavam todos os dias, faz-se necessário que os administradores públicos cobrem. Cobrem para que os que estejam em cargos de administração da coisa pública tenham passado por cursos superiores, dominem o conceito de inflação, seus tipos, o histórico inflacionário no Brasil e como esta afeta o homem simples dessa nação. 
A inflação é até tolerada numa economia. Com o Plano Real, veio o plano de metas a cuidado do Banco Central – algo em torno de 4,5% ao ano. Manter essa meta requer conhecimentos técnico e histórico sobre o assunto, se não dos leigos pelo menos daqueles que lubrificam as engrenagens da economia.
Apesar das conquistas na última década, a ausência de conhecimento por parte de quem deveria tê-lo, tem ameaçado a meta que trouxe tranquilidade ao país. Nos últimos anos, o setor privado e mais ainda, o setor público têm dado aumentos bem acima do salário mínimo estipulado. Tal prática quebra a conquista do chamado “ajuste fiscal” e provoca desequilíbrio na hora de fechar as contas. Vale lembrar que tais aumentos são cobranças de servidores públicos e funcionários privados que sem se darem conta impulsionam os agentes inflacionários que a bem pouco tempo assustava a população.
A Administração Pública precisa de administradores públicos profissionais. Conhecedores do histórico da inflação no Brasil; conhecedores dos Planos que culminaram com o real; articuladores de uma economia que dá certo. Para tal, os centros acadêmicos devem sempre incentivar o estudo acerca do controle da inflação no Brasil, e principalmente, com uma análise minuciosa acerca do Plano Real.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS
 
 
 
Brasil Gov.BR. Plano real , controle da inflação e redução da pobeza. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/linhadotempo/epocas/1994/plano-real-controle-da-inflacao-e-reducao-da-pobreza> acesso em 17 maio 2013
 
Heineck, Luiz Fernando Mählmann Macroeconomia. Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2010.178p. : il.
 
BRESSER-PEREIRA, L. C. As contradições da inflação brasileira. Disponível em: < http://www.bresserpereira.org.br/Books/InflacaoeRecessao-1Edicao/09-As Contradi%C3%A7%C3%B5es-da-Infla%C3%A7%C3%A3o-Brasileira.pdf > Acesso em 17 maio 2013
 
 
WIKIPÉDIA. Plano Real. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_Real >. Acesso em 17 maio2013.

 


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