terça-feira, 19 de abril de 2016

A importância do desenvolvimento sustentável para o município piauiense Madeiro do Piauí

     A humanidade tem três momentos distintos do poder: o feudo; a indústria e o conhecimento. Todos geraram ou ainda geram riquezas. Contudo, os prejuízos ambientais dos dois primeiros foram enormes, o que fez surgir o termo sustentabilidade tão em voga no terceiro.  Infelizmente tal palavra fica só no campo da teoria na maioria dos municípios piauienses. É o que constata este artigo a partir de análise feita na cidade de Madeiro do Piauí.
     No século IV e V os homens ditos poderosos eram aqueles que concentravam as melhores e maiores terras. A desigualdade do período era tamanha que dificilmente alguém ascendia de sua classe para outra. Também sofria o meio ambiente com o desmatamento para o plantio. Já nos idos de 1600, 1700 e 1800 detinha poder quem estava à frente da indústria – da força das máquinas. Desigualdade e agressão ambiental também são marcas deste período histórico.
     Do século XX aos dias atuais a marca do sucesso são as TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação). O destaque fica para o homem ou nação que domina o conhecimento. A desigualdade mundial continua e os prejuízos ambientais também, mas, a diferença com outras épocas tem sido o debate e incentivo de tecnologias renováveis que privilegiam a sustentabilidade.  Vale ressaltar:- os países ricos já resolveram os dois problemas citados.
     Não há a necessidade de se inventar a roda. Basta copiar os que estão acertando. Nos lugares do mundo em que a qualidade de vida melhorou, três estratégias são disponibilizadas de forma a gerar riquezas e, com o mínimo de agressão à natureza. São: inclusão digital de toda a comunidade; incentivo a geração de energias limpas e, preferencialmente, produzidas pelos próprios cidadãos; e, como mecanismo de conscientização - a educação de qualidade.
     Os últimos dados do IPEA, divulgados em 2010, apontam que apenas 4,5% dos municípios no Piauí têm acesso à banda larga. Os números pioram se observado lugares pequenos, como a cidade de Madeiro do Piauí, que conta com pouco mais de sete mil habitantes e onde é raro encontrar um domicílio com linha fixa de telefone (pré-requisito para acesso à rede). Pouca coisa mudou seis anos depois.
     Sem uma internet de qualidade, tudo que envolve comunicação fica comprometido: a logística é feita com mais gastos de recursos humanos e naturais; ensinar/aprender fica ineficiente, quando não nulo. Isso é o que tem acontecido nas pequenas comunidades como Madeiro. Não há internet e tudo é feito à moda antiga. Falar em sustentabilidade fica insustentável quando para uma conversa há a necessidade de se deslocar de carro ou de moto.
     A segunda saída para gerar riquezas, e não mais da forma de séculos atrás, é o incentivo as chamadas energias limpas e renováveis. A solar é a alternativa mais viável para as cidades nordestinas. O que se tem atualmente é algo caro e destrutivo. Por fim, a melhor ferramenta para conscientizar acerca da importância do conhecimento, da sustentabilidade - é a escola. Por algum motivo, energia e escola piauienses/madeirenses pararam no século XIX.
     Nos municípios piauienses, a palavra sustentabilidade existe na propaganda, no real, pouco ou quase nada está sendo feito para tornar a vida dos cidadãos mais barata, mais produtiva e mais ambiental. Também, fazer isso demanda muita articulação: além de mobilizar o contribuinte, o gestor local tem que convencer os que lucram com o “status quo”; e tornar a escola pública tão boa quanto às privadas. Diante das alternativas todos os gestores que passaram pelo Madeiro optaram apenas por administrar os repasses constitucionais.
     Portanto, o Brasil, o Piauí e bem pior, as cidades pequenas como Madeiro, em plena época de valorização do conhecimento como poder, e do desperdício zero, têm optado por vias contrárias: valorização da energia via hidrelétricas; incentivo ao transporte motorizado no processo logístico e de comunicação, e uma escola com aulas sem nenhum atrativo do século vigente.  
    
   
     
    
    


    
    


REFERÊNCIAS


10 passos essenciais para se tornar o negociador de referência. Disponível em <http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/10-passos-essenciais-para-se-tornar-o-negociador-referencia/37112/> Acesso em 18 março 2016

Coelho, Ricardo Corrêa Ciência política / Ricardo Corrêa Coelho. – 2. ed. reimp.Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2012.159p. : il.

Meio Norte. Piauí tem apenas 10 municípios  com banda larga. Disponível em < http://www.meionorte.com/blogs/efremribeiro/piaui-tem-apenas-10-municipios-com-banda-larga-e-apenas-6-5-dos-homicidios-piauienses-123088> Acesso em 17 abril 2016

Silva, José Maria da. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas e técnicas/José  Maria da Silva , Emerson Sena da Silveira. 5. Ed. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2009

Pinheiro, Ivan Antônio Negociação e arbitragem / Ivan Antônio Pinheiro. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2012.
         82p. : il.

PINTEC pesquisa e inovação. Disponível em < http://www.pintec.ibge.gov.br/> acesso em 28 de março 2016

Sanson, João RogérioTeoria das finanças públicas / João Rogério Sanson. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2011.
       132p. : il.


TREVISAN, Andrei Pittol; BELLEN, Hans Michael vanRevista de Administração Pública. Rio de Janeiro 42 (3): 529-50, maio/jun. 2008.

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