O município é Madeiro do Piauí. Localizado no nordeste
brasileiro, a cidade possui pouco mais de oito mil habitantes. Há um conceito
para governabilidade e governança na literatura e praticado pelos melhores
líderes, que poderia se tornar rotina nesse pequeno lugar. Desde a emancipação,
em 1995, a cidade é ingovernável e nunca possuiu eficiência nem em administrar
os recursos constitucionais vindos da União.
Segundo Diniz
(1995) a governabilidade é identificada quando o líder enxerga problemas
críticos e mobiliza recursos e meios políticos para seu enfrentamento – tudo
legitimado pela população. A governança, Matias (2008), está pautada nas
relações éticas; na garantia de conformidade em toda a sua plenitude; na
transparência das ações governamentais e na prestação de contas de forma
responsável.
Tendo em vista as
propostas dos dois, a única conclusão que se chega acerca da cidade de Madeiro
é que ela não possui governabilidade – é ingovernável. Imagine um problema: há
três grupos políticos no local, que se separados, e um ganhar as eleições, os
outros dois e sua “trupe” penarão por quatro anos. Para piorar, os vitoriosos
ainda brigarão pelos escassos contratos da “viúva”.
É o problema
crítico que os três líderes já identificaram e nunca “mobilizam” recursos nem
meios políticos para o seu enfrentamento. Quem errou o voto ou não cabe na
folha de pagamento está morto. À margem. Mas, Também pudera. A solução é
trabalhosa: mobilizar o povo a explorarem as águas (piscicultura), as terras
(agricultura) do local (o Rio Parnaíba é logo ali) e incentivar o comércio,
requer muito jogo de cintura. É melhor torcer para que surja um quarto grupo
político e quem ganhar fique com menos pessoas para se agradar.
Pense num eleitorado de seis mil pessoas
dividido por três candidatos. Agora, nesses mesmos eleitores divididos por
quatro. Por cinco. O aumento dos candidatos diminui o número de vitoriosos. É
política de interior: “quem perdeu que se dane”.
Tudo bem. Até aí,
percebe-se que o município de Madeiro não possui governabilidade (é
ingovernável), tudo porque não há o enfrentamento do principal problema do
lugar. Mas, e quanto à governança? A Eficiência?
A governança
também não existe, pois quem vence as eleições, é aquele que loteou os cargos.
Para se ter uma ideia: depois de eleito, se o chefe do executivo quiser
melhorar os números da educação e for preciso promover eleições diretas para
diretor (única forma de tornar a escola autônoma e fomentar a participação da
comunidade), o novo líder não conseguirá. Registrar falta nos faltosos, nem
pensar. Cobrar IPTU ou a água, cruz credo.
É com tudo isso
que se percebe que a governabilidade do município de Madeiro perpassa pela
candidatura de alguém que seja carismático e trabalhador o suficiente para combater
os “falsos empregos”; promover a qualidade de vida dos cidadãos a partir da
exploração natural local e proporcionar segurança ao empresariado municipal. A
governança só virá quando para cada órgão (a começar pelo secretariado) for
promovido eleições para seus gestores. A Prefeitura ficaria responsável, tão
somente, por preparar a comunidade para as votações, depois, apontar e
fiscalizar as metas; remunerar bem os novos eleitos; garantir a autonomia das
entidades e primar pela transparência e prestações de contas.
REFERÊNCIAS
Junquilho, Gelson Silva Teorias da administração pública /
Gelson Silva Junquilho. – Florianópolis :Departamento de Ciências da
Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2010.182p. : il.
TSE. Disponível em <http://www.tre-pi.jus.br/eleicoes/estatisticas/eleitorado-por-municipio.>Acesso
em 10 de janeiro de 2014
Bom texto, vou copiar para o meu facebook e orkut.
ResponderExcluirISTO É COISA DE MADEIRO, LUTEM POR UMA SOCIEDADE MELHOR, TIREM DO PODER OS PROPRIETARIO DO RECURSOS PUBLICO
ResponderExcluirque pena que alguns ainda se vendem por emprego e tem medo de falar a verdade.
ResponderExcluirUM TEXTO BEM ESCRITO TENHO QUE CONCORDAR, MAIS IMAGINE PROFESSOR ISAAC A FRENTE DE UM MUNICIPIO INGOVERNAVÉL COMO ESSE? EU PAGARIA PARA VER ISSO, QUE A FRENTE DE UM COLEGIO FOI UM VERDADEIRO DESASTRE DE DES...... DE.
ResponderExcluirFui aluno na escola do professor Isaac. Não acho que lá foi um desastre. Tinha muitos eventos, tinha merenda todo dia e era muita gostosa. Os professores eram muito bons. Tinha o Carlos, a Reginalda do Pastor, a Leidiana, o Gomes, a Claudionete e eles não faltavam. Hoje lá na escola só tem menino ensinando.
ResponderExcluirESSE CARA QUE FALOU MAL DO PROFESSOR ISAAC DEVE SER UM DESSES BABO OVO QUE JÁ ESTIVERAM EM TODOS OS GOVERNOS NO MADEIRO. AÍ ELES SE ZANGAM E SAEM PRA ELEGER OUTRO. E O POVÃO DESEMPREGADO TODO TEMPO.
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