domingo, 8 de novembro de 2020

A Pedagogia da libertação como instrumento do homem pós-moderno


     Desde os primórdios a humanidade é dividida em dois grupos – os que oprimem e os que são oprimidos. O primeiro grupo sempre precisou das forças do segundo e o segundo sempre quis ser como o primeiro – e é bem aí que o grupo que oprime aproveita e oferece tal sonho aos oprimidos: só um sonho – uma esperança – uma armadilha. Paulo Freire, na Pedagogia da Libertação denuncia, através de uma nova forma de educar, o quanto se perde de cultura própria, de raízes próprias quando há a aceitação de uma realidade proposta por um grupo dito como superior. O problema é que nos dias atuais a perseguição de tal modo de vida “elitizado” provocou o individualismo, o materialismo e mais do que nunca se torna necessária a Pedagogia proposta por Freire.
     É sempre aquela história: um grande número de pessoas trabalha e um pequeno número é quem mais usufrui das riquezas produzidas. O que poucos sabem é da estrutura montada por esse pequeno grupo para fazer com que a grande maioria produza as riquezas existentes e nunca perceba que esteja fazendo algo para o conforto do outro. Essa estrutura começa pela educação. Na maioria das vezes a escola prega um sonho – uma esperança. Na verdade trata-se de uma armadilha onde pouquíssimas conseguirão realizar tal sonho e de novo os que não conseguem vão viver só da esperança e continuarão produzindo o conforto de uma minoria.
     A primeira lição dada na escola é aquela que separa o homem de sua cultura, de sua realidade. Lá são ensinadas coisas que não fazem parte do contexto real do aluno – um outro mundo. Um mundo a ser alcançado. No que é ensinado é dado pouco espaço para o questionamento, assim, o espírito crítico dos meninos é abafado por algo desconhecido. É Paulo Freire quem vai inovar com a Pedagogia da Libertação e mais do que nunca o homem pós-moderno tem a necessidade de tais ensinamentos dentro da sala de aula:  a única forma de evitar a disseminação do homem atual como ser materialista, alienado, egoísta, desconhecedor de sua própria realidade.
     A Pedagogia da Libertação de Paulo Freire é o trabalho mais completo acerca da formação do ser humano. Nela, é trabalhado um homem que olha para os outros com consciência; um homem que olha a natureza como parte de si; um homem amante da sua cultura e crítico às realidades que lhe são impostas. A proposta é educar os alunos a partir de seus espaços, suas vivências, experiências. Nesse contexto, educar não pode ser reproduzir a realidade de um pequeno grupo que se autoproclama detentor da verdade, mas que sem a pedagogia proposta por Freire só tem afundado homens e mulheres no individualismo, no materialismo.
     É perceptível que o modelo de educação adotado nos dias atuais resulta em mais erros do que acertos. É um modelo que incentiva o lado mais maldoso do ser humano: egoísmo, materialismo. É o modelo que repassa a realidade de uma minoria como verdade a uma grande maioria. A solução ou humanização da educação pode ser a Pedagogia da Libertação proposta por Paulo Freire. O que se tem ali é a oposição ao modelo que forma o homem pós-moderno.

Por Isaac Sabino e Adriana

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