domingo, 20 de outubro de 2024

6º Plan 2º pt Crônica Coesão/Raiz/Pronomes/

Como base, use as páginas do livro de William Cereja 145 a 157




O jovem casal
Estavam esperando o bonde e fazia muito calor. Veio um bonde, mas tão cheio, com
tanta gente pendurada nos estribos que ela apenas deu um passo à frente, ele esboçou
com o braço o gesto de quem vai pegar um balaústre — e desistiram.
Um homem da carrocinha de pão obrigou-os a recuar para perto do meio-fio; depois
o negrinho da lavanderia passou com a bicicleta tão junto que um vestido esvoaçante
bateu na cara do rapaz.
Ela se queixou de dor de cabeça; ele sentia uma dor de dente enjoada e insistente
– preferiu não dizer nada. Ano e meio casados, tanta aventura sonhada, e estavam tão
mal naquele quarto de pensão do Catete, muito barulhento: “Lutaremos contra tudo” —
havia dito — e ele pensou com amargor que estavam lutando apenas contra as baratas,
as horríveis baratas do velho sobradão. Ela com um gesto de susto e nojo se encolhia a
um canto ou saía para o corredor — ele, com repugnância, ia matar a barata; depois, com
mais desgosto ainda, jogá-la fora.
E havia as pulgas; havia a falta d'água, e quando havia água, a fila dos hóspedes no
corredor, diante da porta do chuveiro. Havia as instalações que cheiravam mal, o papel
da parede amarelado e feio. As duas velhas gordas, pintadas, da mesinha ao lado, lhe tiravam
o apetite para a mesquinha comida da pensão. Toda a tristeza, toda a mediocridade,
toda a feiura duma vida estreita, onde o mau gosto pretensioso da classe média se juntava
à minuciosa ganância comercial — um simples ovo era “extraordinário”. Quando eles
pediam dois ovos, a dona da pensão olhava com raiva; estavam atrasados no pagamento.
Passou um ônibus, parou logo adiante, abriu com ruído a porta, num grande suspiro
de ar comprimido, e ela nem sequer olhou o ônibus, era
tão mais caro. Ele teve um ímpeto, segurou-a pelo braço
disposto a fazer uma pequena loucura financeira —
“Vamos pegar o ônibus!” — Mas o monstro se fechara
e partira, jogando-lhes na cara um jato de fumaça.
Ele então chegou mais para perto dela — lá vinha outro
bonde, mas aquele não servia — enlaçou-a pela cintura,
depois ficou segurando seu ombro com um gesto
de ternura protetora, disse-lhe vagas meiguices, ela apenas
ficou quieta. “Está doendo muito a cabeça?” Ela disse
que não. “Seu cabelo está mais bonito, meio queimado
de sol.” Ela sorriu levemente, mas de repente: “Ih, me esqueci
da receita do médico”, pediu-lhe a chave do quarto,
ele disse que iria apanhar para ela, ela disse que não, ela

iria; quando voltou foi exatamente o tempo de perder um bonde quase vazio;
os dois ficaram ali, desanimados.
Então um grande carro conversível se deteve um instante perto deles,
diante do sinal fechado. Lá dentro havia um casal, um sujeito de ar importante
na direção e sua mulherzinha meio gorducha, muito clara. A mulherzinha
deu um rápido olhar ao rapaz e olhou com mais vagar a moça,
correndo os olhos da cabeça até os sapatos, enquanto o homem dizia alguma
coisa de um anel. No momento do carro partir com um arranco macio
ouviram que a mulher dizia: “se ele deixar por quinze, eu fico.”
Quinze contos — isto entrou pelos ouvidos do rapaz, parece que foi bater,
como um soco, em seu estômago mal alimentado — quinze contos,
meses e meses, anos de pensão! Então olhou sua mulher e achou-a tão
linda e triste com sua blusinha branca, tão frágil, tão jovem e tão querida,
que sentiu os olhos arderem de vontade de chorar. Disse: “Viu aquela vaca
dizendo que vai comprar um anel de quinze contos?”
Vinha o bonde.
(In: Davi Arrigucci Jr., org. Os melhores contos de Rubem Braga. 3. ed. São Paulo: Global, 1985. p. 41-2.)



1ª - A crônica retrata um momento da vida de um jovem casal que vive no Catete, bairro do Rio de Janeiro. Qual é o ponto de vista adotado pelo narrador para contar a história:

(A) A 3ª pessoa, conforme indica o emprego de verbos e pronomes em 3ª pessoa: estavam, veio, ele, ela, etc.
(B) A 1ª pessoa, conforme indica o emprego de verbos e pronomes em 3ª pessoa: estou, vim, eu, tu, etc.


2ª Observe as seguintes palavras e expressões empregadas no 4º parágrafo: “cheiravam mal”, “papel de parede amarelado e feio”, “duas velhas gordas, pintadas”, “mesquinha comida da pensão”, “tristeza”, “mediocridade”, “feiura”, “vida estreita”, “mau gosto”, “ganância comercial”, “raiva”. Esse conjunto de palavras e expressões cria um campo semântico (rede
de significados) que traduz o modo como as personagens viam ou sentiam
o espaço em que viviam. Esse campo semântico é positivo ou negativo?


A) É um campo semântico positivo.

B) É um campo semântico negativo.



3ª Na crônica, o que se fica sabendo sobre o casal?

A) Que são ricos, não têm dificuldades econômicas, vivem em uma pensão e são casados há um ano e meio

B) Que são pobres, têm dificuldades econômicas, vivem em uma pensão e são casados há um ano e meio

4ª Como você sabe, a crônica é um texto curto, que apresenta alguns elementos narrativos reduzidos ou condensados. Na crônica lida: Quantas personagens há?

(A) Duas personagens centrais e algumas outras secundárias.

(B) Quatro personagens centrais e algumas outras secundárias.


5ª Em quanto tempo transcorrem as ações?


A) Em alguns minutos; talvez de 10 a 15 minutos.

B) Em alguns minutos; talvez de 5 a 10 minutos.






1º De acordo com o livro didático o que quer dizer "Crônica: experiências do homem comum"

(A) Na crônica, estamos diante de experiências do homem comum, expressas em linguagem ordinária [...]. Em suma, a crônica não se enquadra na divisão clássica dos gêneros – épica, drama (subdividido em tragédia e comédia) e lírica.

(B) Na crônica, estamos diante de experiências do homem comum, expressas em linguagem ordinária [...]. Em suma, a crônica precisa se enquadrar na divisão clássica dos gêneros – épica, drama (subdividido em tragédia e comédia) e lírica.

O dia das perguntas bestas

     Estava cansado daquela sala de aula. Não aprendia nada porque todos conversavam muito. Eu tinha vindo de uma escola particular boa. Já fazia dias que por uma dificuldade financeira - acabei aqui. Os alunos eram muito bagunceiros. Mas, naquele dia havia algo novo no ar. Eles estavam silenciosos.
     Há um diferencial desta escola para a outra. Na outra, eram comum perguntas que faziam os professores se rebolarem para respondê-las. O professor retorcia o rosto e os colegas arregalavam os olhos. A etenção era total. Todos sabiam que uma explicação seria o diferencial na prova e na vida.
     Aqui é horrível. Só que naquele dia todos estavam atentos. Para completar este dia maravilhoso só faltava as velhas perguntas da outra escola.
     Foi então que o silêncio foi interrompido.
     -Professor, professor...?
     Era o Paulo - o baixinho. Um pouco inteligente. Muito atentado, mas um pouco inteligente. Pensei: “finalmente o silêncio seria rompido por uma pergunta que ao ser repondida melhoria nossas vidas”.
     -Professor, professor...? continuou o Paulo.
     O professor olhou e o menino perguntou:
     -Professor, professor: posso ir ao banheiro?
     O menino saiu. O silêncio continuou. O professor começou a escrever o assunto no quadro. O silêncio foi rompido de novo.
     -Professor, professor...?
     De costas o mestre copiava.
     -Professor, professor...?
     Era a Andreia, a menina era a mais preguiçosa, mas parecia querer saber algo.
     -Professor, professor...?
    Ele olhou e a menina perguntou:
     ...É pra copiar?
     O professor ficou com cara de poucos amigos e pediu para que todos fizessem o exercício da página seguinte.
     -Professor, professor...?
     Dessa vez a Joyce. Estava muito agressiva. Agora sim, da Joyce sairia algo que valesse o dia.
    -Professor, professor...? quantas linhas é pra saltar?
     O sinal toca. Era o fim de mais um dia de sofrimento. Todos correm feitos loucos. Na saída da escola eu encontrei um senhor que juntava latinhas. Estava sujo, talvez nunca tivesse  cortado o cabelo nem tirado a barba.
     -Menino...falou o homem.
     -Eu estudei aí. Gostava muito das conversas na aula; não dava muita atenção aos professores. Eu estou vivo.
Disponível em <http://isaacsabino.blogspot.com.br/2014/09/o-dia-das-perguntas-bestas.html> acesso em 14 de setembro 2014

2.     (Modelo_Vestibular PAES 2014) Analise as informações:
1)    O narrador está cansado na nova escola.
2)    Os alunos daquela escola eram muito eufóricos.
3)    As perguntas da nova escola eram interessantes para o estudo.
4)    Na outra escola as perguntas eram inteligentes.

Estão em consonância com o Texto as informações:
A) 2, 3 e 4, apenas.
           
B) 1, 2 e 4, apenas.
    

3. (INSS adaptada 2012) No texto, por eufóricos entende-se

(a)   Animados  

(b) discretos   



Vexame

     Essa vai ser difícil de contar, mas coragem:
     Era segunda-feira, quatro da tarde, eu estava desde cedo escrevendo e lendo e
cozinhando e não aguentava mais ficar em casa. Tirei uma nota de 50 reais da carteira,
peguei os originais de um romance russo que eu tinha que revisar pra semana
seguinte e fui pro Charm, um boteco inteiramente desprovido de charme na esquina
da Augusta com a Antônio Carlos. O plano era voltar em duas horas no máximo.
     Pedi uma cerveja, a cerveja me animou, parei de trabalhar e mandei mensagens
pra alguns amigos que moram na região. Um deles, também escritor, estava
à toa e chegou rápido. [...]

(http://www1.folha.uol.com.br/colunas/fabriciocorsaletti/2015/11/1711933-vexame.s html)


4. Conclua e marque: A linguagem utilizada em crônicas segue um padrão?

(A)Sim, a linguagem de crônicas pode apresentar um registro menos ou mais informal, dependendo do perfil do cronista, do público em vista e do veículo.

(B) Não, a linguagem de crônicas pode apresentar um registro menos ou mais informal, dependendo do perfil do cronista, do público em vista e do veículo.




5. 08 (Instituto Machado de Assis 2015) Analise os itens a seguir que dizem respeito a CONSTRUÇÃO DO TEXTO:
I – Coesão é a relação semântica que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido.
II – Coesão referencial ocorre quando se usam conjunções, locuções conjuntivas, preposições, locuções prepositivas ou pronomes relativos que normalmente conectam orações dentro do texto dando referência à leitura, estabelecendo determinadas relações de sentido e concatenando as ideias dentro dele.
III – Coesão sequencial ocorre quando cada segmento que se sucede no texto acrescenta informações novas aos enunciados anteriores, para evitar repetição de ideias.
IV – Coesão recorrencial ocorre quanDo se usa a reiteração de vocábulos, o paralelismo semântico (repetição de estrutura sintática semelhante) e a paráfrase.

Quantos itens estão corretos?

A) quatro  
       
D) um       


PARA MARCAR AS QUESTÕES, CLIQUE NO LINK ABAIXO





CRÔNICA
     A crônica é uma forma textual no estilo de narração que tem por base fatos que acontecem em nosso cotidiano.
     Você já deve ter lido algumas crônicas, pois estão presentes em jornais, revistas e livros. Além do mais, é uma leitura que nos envolve, uma vez que utiliza a primeira pessoa e aproxima o autor de quem lê. Como se estivessem em uma conversa informal, o cronista tende a dialogar sobre fatos até mesmo íntimos com o leitor.
     O texto é curto e de linguagem simples. A sátira, a ironia, o uso da linguagem coloquial demonstrada na fala das personagens, a exposição dos sentimentos e a reflexão sobre o que se passa estão presentes nas crônicas.  
























PRINCIPAIS SUFIXOS GREGOS

IA:ciência, técnica.(Geometria, Geologia)
ISMO, ISTA: seita, doutrina. (socialismo)
ISTA: profissão. (dentista, pianista)
ITE: inflamação. (otite, pleurite)
IZ(AR): ação causadora. (realizar)
OSE: doença. (esclerose, turbeculose)
TÉRIO: lugar. (ncrotério, batistério).
PRINCIPAIS SUFIXOS LATINOS
ADA: ação ou resultado de ação. (paulada, facada)
ADA: coleção. (boiada, papelada)
AGEM: coleção. (folhagem, margem)
AL: coleção. (bananal, laranjal)
ANO, ÃO: naturalidade. (americano)
ÁO, ARÃO, ALHÃO: aumentativo (caldeirão, casarão, grandalhão)


4 577 (T.JUST-RJ b) Silicose é um vocábulo que apresenta o sufixo ose indicativo de doença. Em que palavra abaixo esse mesmo sufixo tem valor diferente?
a) trombose                  b) diagnose                     c) tuberculose                                       
d) fastígio                    e) tragicômico

4. 159 (CÂM.MUN.RIO Renato Aquino b2014) Assinale a classe da palavra destacada nas frases a seguir, corretamente classificada:
a) Não há receitas magicas que  respondam...(1.31) – conjunção
b) ...para resolver tais questões.  (1.32) – pronome demonstrativo
c) Há que se alargar os horizontes...(141 – pronome relativo
d) ...como meio de ascensão social (1.43) – numeral fracionário
e) ...do consumo mais elitizado. (1.44) – pronome indefinido



        


CRÔNICA COMO QUESTÃO de 6 a 10. Escreva no verso uma crônica parecida com a do início desta página. Use o ambiente escolar. Não esqueça dos personagens e a situação tem que ser o mais próximo possível do tempo presente.

11º Plan 3º - João Cabral de Melo Neto, Concrestismo - Fereira Gullar - e Eu existia






João Cabral e Eu existia - Pág. 201 a 206


Catar feij‹o
A Alexandre O’Neill
1.
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na da folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2.
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a com o risco.
(Poesias completas. 3 ed. Rio de Janeiro:
José Olympio, 1979. p. 21.-2.)


1 3º) O retirante explica ao leitor quem é e a que vai

- O meu nome é Severino,

Não tenho outro de pia.

Como há muitos Severinos,

Que é santo de romaria,

Deram então de me chamar

Severino de Maria;

Como há muitos Severinos

Com mães chamadas Maria

Do finado Zacarias.

Mas isso ainda diz pouco:

[...]

Vejamos: é o Severino

Da Maria do Zacarias,

Lá da serra da Costela,

Limites da Paraíba


[...]

E se somos Severinos

Iguais em tudo na vida,

Morremos de morte igual,

Mesma morte Severina:

Que é morte de que se morre

De velhice antes dos trinta,

De emboscada antes dos vinte

De fome um pouco por dia

(de fraqueza e de doença é que a morte Severina ataca em qualquer idade e até gente não nascida).

Somos muitos Severino

Iguais em tudo e na vida:

[...]


Melo Neto, João Cabral de. Morte e vida Severina.



01 (pAes 2018) Severino chega a uma conclusão que lhe parece óbvia e que confirma, por fim, as similaridades entre os Severinos. Trata-se do fato de


A)   Morrerem precocemente

                    

B) Serem filhos de Marias.



2) Assim como os autores medievais, Morte e Vida Severinas é construída em que que medida de versos e qual a relação o poema tem com a tradição da poesia em Língua Portuguesa?


(A) Todos têm 7 sílabas poéticas e, assim, são redondilhas maiores bem usadas nos autos medievais, principalmente, em Portugal;


(B) Todos têm 10 sílabas poéticas e, assim, são decassílabas menores bem usadas nos autos medievais, principalmente, em Portugal;


3) O poema “Catar feijão” apresenta duas partes, cada uma constituída por uma estrofe. Na primeira parte, é feita uma comparação entre o ato de escrever e o de catar feijão.  Em que as duas situações se assemelham?


(A)Nas duas situações, é preciso escolher: no caso da escrita, escolher palavras, ficando com algumas e eliminando outras.


(B)O que afunda é o feijão em mal estado; o que boia na água é o feijão bom, o que não deve ser descartados.


4) Explique a comparação da viagem de Severino com um enterro.


(A)Sente-se desolado, sem esperança, pois percebe que nem mesmo uma vida pobre, mas digna, ele será capaz de ter na capital.


(B)Severino vê a viagem que fez pelo sertão como a caminhada que pode mudar a sua vida para melhor quando ele chegar na capital;


No princípio, eu estava lá.

Falava outra língua. Aliás, não precisava falar. Eu era entendido sem precisar falar.
Não precisava ser amado nem está feliz. Eu era amado e feliz. Nem precisava saber o que seria ser amado ou feliz – só era.
Existia – Só isso importava.
Estava nu. Não sabia. Eu não precisava saber. Só existir era importante.
Vivia.
Eu não precisava saber. Só viver.
Eu voava. Eu existia. Bastava existir.
Eu estava lá e era infinito. Um silêncio bom. Eu voava.
Eu não precisava saber nada. Nem que eu existia. Só existir era suficiente.
Foi quando me pegaram. Houve uma luz.
Durante um tempo ainda fiquei comigo mesmo. Apegado aquela não existência gostosa.
Com o tempo começaram colocar coisas em mim.
Aprendi uma língua estranha. Mostram-me outros que também foram ensinados a falar a mesma língua.
Aprendi coisas – disseram que seria importante.
Já não conseguia viver sem entender ou explicar.
Aprendi sobre amor e felicidade. Eu precisava ser amado e está feliz. Sabia os conceitos e aprendi mais: o oposto.
Sabia mais: isso. Aquilo.
Vesti-me. Sabia o que eram roupas – eu precisava saber. Eles disseram.
Já não voava. Tudo pesava. A existência pesava.
Eles disseram que eu seria feliz me distraindo com o que eles me ensinaram. Eu tenho coisas. Sei os nomes das coisas. Não posso saber mais do que os nomes que eles me ensinaram. Eu não seria feliz - disseram eles.
Só saber os nomes e tê-las é o suficiente para que eu não me lembre de mim mesmo.
À noite é que eu me visito. E choro pedindo que eu me ache. Logo me distraiu tendo coisas, fazendo coisas. Eles me ensinaram a fazer coisas e eu não consigo discordar do que eles me ensinaram.
Onde me acharam foi onde me perdi.



5 - Descritor 11 – Distinguir um fato da opinião relativa a este fato. Um fato é algo que não há como se negar, já a opinião você pode concordar ou não. Marque a alternativa que é FATO:


(A) Não precisava ser amado nem está feliz. Eu era amado e feliz.


(B) Eu tenho coisas. Sei os nomes das coisas



6 - ANALISE O TEXTO DO LINK QUER SABER?: Texto Dissertativo Argumentativo Nota 940: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira (isaacsabino.blogspot.com)  (Descritor 11 – Distinguir um fato da opinião relativa a este fato) E MARQUE A CORRETA: 



O QUE  é UM Texto Dissertativo-Argumentativo?

(A)   é um tipo textual que consiste na defesa de uma ideia por meio de argumentos e explicações

(B)   é um tipo textual que consiste na narrativa de uma ideia por meio de estórias com personagens


7ª QUAL PORCENTAGEM DEVE  OCUPAR A INTRODUÇÃO NO TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO

       


(a) 60%;          b) 25%;         

8º - Descritor 3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressao. Nesse sentido o aluno tem que saber o significado de determinada palavra. O QUE SIGNIFICA “estigma”?

(A) cura     (C) marca    

 

9º CIENTISTAS CONFIRMAM: ÁGUA É MOLHADA. SOL NÃO DEVE APARECEER ESTA NOITE.


Sobre as manchetes lidas, responda: O que há em comum quanto ao conteúdo de todas elas?


(A) Todas aparentemente fazem referência a fatos óbvios.


(B) Todas aparentemente NÃO fazem referência a fatos óbvios.


Sol não deve aparecer e capital

terá mais um dia frio e nublado

Em plena primavera, a capital paulista terá mais um dia de muito frio e tempo

fechado nesta quinta-feira, 9. A chance de o sol aparecer na cidade é muito pequena

e podem ocorrer chuviscos durante a manhã, mas o céu fica nublado à tarde

e à noite a temperatura não deve passar dos 17 °C, segundo previsão do Centro de

Gerenciamento de Emergências (CGE). [...]

(Disponível em: http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,sol-nao-deve-aparecer-e-capitaltera-

mais-um-dia-frio-e-nublado,256693. Acesso em: 15/3/2016.)



Sol não deve aparecer

nesta noite

A previsão para a noite de sábado e madrugada

de domingo é de escuridão. Segundo

meteorologistas, o Sol deverá se esconder atrás

da linha do horizonte, tornando-se invisível a

olho nu. Este é um fenômeno raro que ocorre

apenas uma vez a cada 24 horas.

A noite deverá ser iluminada por luzes artificiais

e a escuridão promete durar pelo menos até

as 6 horas da manhã de domingo. Para moradores

de outras partes do mundo, no entanto, o Sol estará

visível nesse mesmo período.

(O Estado de S. Paulo, 23/5/2009.)



10ª Ambas as notícias abordam o não aparecimento do sol em situações específicas. Para dar credibilidade a seu conteúdo, as duas fazem menção a vozes de autoridade. Identifique os trechos nos quais essas vozes aparecem em cada um dos textos.


(A) “segundo previsão do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE)” e “Segundo meteorologistas”.


(B) “segundo previsão do Centro de Global de Emergências (CGE)” e “Segundo meteorologistas especialistas”.



 


Link do Gabarito



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O Concretismo

O primeiro movimento importante do período contemporâneo da nossa literatura é o Concretismo, que surgiu em São Paulo, com o lançamento da revista Noigandres (1952-62), publicada pelos irmãos Augusto e Haroldo de Campos e por Décio Pignatari. O grupo tinha como proposta uma poesia concreta, isto é, uma poesia-objeto, sem a presença do eu lírico, que falasse por si só, radicalizando as experiências com a linguagem-objeto, feitas por João Cabral de Melo Neto.


01 (pAes 2018) O Concretismo sofre influência de quais movimentos?


A)   Futurismo e Cubismo

                    

B) Arcadismo e Romantismo



TEXTO I


Não há vagas

O preço do feijão

não cabe no poema. O preço

do arroz

não cabe no poema.

Não cabem no poema o gás

a luz o telefone

a sonegação

do leite

da carne

do açúcar

do pão

O funcionário público

não cabe no poema

com seu salário de fome

sua vida fechada

em arquivos.

Como não cabe no poema

o operário

que esmerila seu dia de aço

e carvão

nas oficinas escuras

– porque o poema, senhores,

está fechado:

“não há vagas”

Só cabe no poema

o homem sem estômago

a mulher de nuvens

a fruta sem preço

O poema, senhores,

não fede

nem cheira

(Dentro da noite veloz e Poema sujo. São Paulo: Círculo do Livro, 1963.)


TEXTO II

Não coisa
O que o poeta quer dizer
no discurso não cabe
e se o diz é pra saber
o que ainda não sabe.
Uma fruta uma flor
um odor que relume...
Como dizer o sabor,
seu clarão seu perfume?
Como enfim traduzir
na lógica do ouvido
o que na coisa é coisa
e que não tem sentido?
A linguagem dispõe
de conceitos, de nomes
mas o gosto da fruta
só o sabes se a comes
só o sabes no corpo
o sabor que assimilas
e que na boca é festa
de saliva e papilas
invadindo-te inteiro
tal dum mar o marulho
e que a fala submerge
e reduz a um barulho,
um tumulto de vozes
de gozos, de espasmos,
vertiginoso e pleno
como são os orgasmos
No entanto, o poeta
desafia o impossível
e tenta no poema
dizer o indizível:
subverte a sintaxe
implode a fala, ousa
incutir na linguagem
densidade de coisa
sem permitir, porém,
que perca a transparência
já que a coisa é fechada
à humana consciência.
O que o poeta faz
mais do que mencioná-la
é torná-la aparência
pura — e iluminá-la.
Toda coisa tem peso:
uma noite em seu centro.
O poema é uma coisa
que não tem nada dentro,
a não ser o ressoar
de uma imprecisa voz
que não quer se apagar
— essa voz somos nós.
(Muitas vozes. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999. p. 53-4.)



2. O poema “Não há vagas” é organizado em duas partes. Identifique os versos que pertencem a cada uma das partes.



A)   A primeira parte vai do terceiro verso até o verso “não há vagas”; a segunda parte vai de “Só cabe no poema” até o fim.

                    

B) A primeira parte vai do primeiro verso até o verso “não há vagas”; a segunda parte vai de “Só cabe no poema” até o fim.




3. De que tipo são as coisas que não cabem no poema?

A) São as coisas elitizadas e abstratas da realidade: as necessidades humanas, os trabalhadores..

  

B) São as coisas simples e concretas da realidade: as necessidades humanas, os trabalhadores..



4. O poema “Não coisa” também aborda o tema do fazer poético. Releia estes versos:


A linguagem dispõe

de conceitos, de nomes

mas o gosto da fruta

só o sabes se a comes



A) Ele considera que a linguagem é capaz de possibilitar uma percepção do objeto tal qual a que temos quando nos relacionamos diretamente com ele.

  

    B) Ele considera que a linguagem é incapaz de possibilitar uma percepção do objeto tal qual a que temos quando nos relacionamos diretamente com ele.


5. Releia os últimos versos do poema “Não objeto”:


O poema é uma coisa

que não tem nada dentro,

a não ser o ressoar

de uma imprecisa voz

que não quer se apagar

— essa voz somos nós.


O que há no poema?


A) Uma voz precisa, que ressoa.

  

     B) Uma voz imprecisa, que ressoa.




Link do Gabarito



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