terça-feira, 30 de agosto de 2022

13º Plan 3º O EVANGELHO SEGUNDO JESUS CRISTO – JOSÉ SARAMAGO - FERNANDO PESSOA



     Quando todas as religiões dizem que as narrativas bíblicas são feitos escritos através da INSPIRAÇÃO, José Saramago, escritor português, ateu, prova o contrário quando escreve o EVANGELHO SEGUNDO JESUS CRISTO. No enredo, o poeta mostra que com técnica, novidades e uma mente criativa, qualquer pessoa pode chegar a obras de cunho bem semelhante aos escritos bíblicos.
       José Saramago estrutura sua obra em três pilares: - A humanização de Jesus Cristo, os sacrifícios da rola, da ovelha e dos homens e por último o Plano de Deus revelado a Jesus.
           O escritor humaniza a figura de Jesus o tirando do plano de ser um Deus completo e o colocando no plano de ser um mero homem, com vontades e desejos. A humanização do filho de Deus dá-se desde o seu nascimento, “o filho de José e de Maria nasceu como todos os filhos dos homens, sujo do sangue de sua mãe, viscoso das mucosidades e sofrendo em silêncio. Chorou porque o fizeram chorar, e chorará por esse mesmo e único motivo”. [...] passando pelos desejos carnais vistos na adolescência de Jesus, no momento em que ele ver uma mulher tomando banho nua. Os desejos carnais se confirmam com o relacionamento de Jesus com Maria de Magdala, a prostitua, que a partir de então, passa a servir Jesus Cristo cegamente, acreditando sempre que Cristo seja realmente o filho de Deus, participando assim de todos os milagres até o momento da crucifixão. Por último a humanização se confirma com os sentimentos típicos de homens: bondade, caridade e perdão. No enredo, por exemplo, aos 13 anos, Jesus descobre que José, o carpinteiro, o salvara da morte em Belém, porém não salvou as outras crianças, o jovem desespera-se ao saber e sai de casa, começando assim a sua jornada. Mais dois momentos tornarão Cristo o homem-humano proposto por Saramago - o homem de bondade - de caridade - de piedade - uma característica não comum aos deuses: -o momento do sacrifício da ovelha no templo e ao término da narrativa a elaboração de uma estratégia para desfazer os planos de Deus e evitar as muitas mortes e guerras futuras.
          Sobre os sacrifícios, O português endeusa Deus com características de deuses da mitologia grega. Assim como Zeus e os outros do Olympio, Deus dos Judeus aprecia um sacrifício e a narrativa do escritor transcreve bem isto, dando atenção a um sacrifício logo após o nascimento de Jesus, o sacrifício das ROLAS. “uma alma qualquer, que nem precisará ser santa, das mais vulgares, terá dificuldade em entender como poderá Deus sentir-se feliz em meio de tal carnificina, sendo, como diz que é, pai dos homens e das bestas”. O episódio é dentro do templo e depois de várias narrativas psicológicas voltadas para as rolas que José e Maria compraram para o sacrifício. “...um sacerdote, descalço, vestido com uma túnica de linho, espera que o levita lhe entregue os pássaros”. Recebe a primeira, leva-a até uma esquina do altar e aí, de um só golpe, separa-lhe a cabeça do corpo”.
           Na adolescência e muito tempo depois de ter saído de casa, Jesus vai ao templo para suas orações e reverências a Deus. Sem saber como comprar uma ovelha para o sacrifício, Jesus pede esmolas, mas logo em seguida um homem o dá uma ovelha para ser sacrificada. “Jesus segura a ponta do baraço que prendera o anho à corda, o animal olhou o seu novo dono e baliu, fez me-é-é-e naquele jeito tímido e trémulo dos cordeiros que vão morrer jovens por os amarem tanto os deuses”. Neste enredo há também várias páginas voltadas ao psicologismo de Jesus em ter que sacrificar um pobre animal. “ali estava, como nunca antes desta maneira absoluta, senhor da vida e da morte de outro ser, este cordeiro branco, imaculado”. Jesus resolve por piedade não sacrificar a ovelha, põe-na nos ombros e sai do templo.
          Em toda a obra, Deus aparece para o próprio Jesus duas vezes, uma quando passado muito tempo depois do episódio da ovelha no templo, Jesus perde o bicho e sai a procurá-lo pelos vales, lá encontra Deus pela primeira vez. Deus neste momento declara ser o pai de Jesus e que o jovem o deve um sacrifício, o da ovelha no templo. A sua aparição é para cobrar o sacrifício e selar um pacto entre Deus e seu filho, um pacto que trará vantagens aos dois, mas que será revelado em outro momento. Jesus, então depois de muito negociar o sacrifício do animal resolve obedecer ao Pai.
            Na última aparição de Deus a Jesus, já depois de muitos milagres, bem depois da escolha dos discípulos, depois de Jesus está casado com Maria de Magdala. Deus aparece em meio a um nevoeiro e neste aparecimento, Saramago junta o quebra-cabeça das ROLAS, DA OVELHA quando Deus relata os seus planos a Jesus. O momento é em alto mar, num barco: - No barco Deus e o diabo. Jesus ouve os planos de seu pai - o plano nada mais é do que divulgar Jesus como o verdadeiro filho de Deus e depois de muitos milagres feitos, sacrificá-lo, sacrificar Jesus numa cruz perante todos os homens. O martírio daria a Jesus glórias futuras, respaldo mundial e em tão pouco tempo Deus, seu verdadeiro pai, seria o Deus mais conhecido de todos, não seria mais Deus dos Judeus, de um povo tão pequeno, seria Deus do mundo. Deus propõe ainda, que Jesus fale a todos a única forma de se alcançar o reino dos céus – através do sacrifício, sacrifícios de privações, de obediência e até de morte. Neste momento Jesus se opõe aos projetos, mesmo sabendo não poder se opuser a Deus, mas diz aceitá-lo com algumas condições: que Deus o mostre o futuro, os que serão sacrificados para a realização deste projeto. Jesus insiste muito e Deus resolve mostrar o futuro, a começar por um Simão que chamarás Pedro, amigo de Jesus, que morrerá crucificado de cabeça para baixo numa cruz, de André, numa cruz de formato de X, Tiago, degolado, Tomé, que morrerá a lançada, Judas, enforcado pelas próprias mãos. Depois de citar três páginas de nomes e mortes horríveis, Deus pede para parar, mas Jesus não o deixa e insiste que continue e com detalhes das mortes. Citado mais páginas, a inquisição, as cruzadas, as guerras santas, Deus pára. O diabo comenta: só um Deus para gostar de tanto sacrifício. Jesus pergunta o que o Demônio faz ali. -Para os planos de Deus há que haver o diabo, afinal os homens precisam sempre de uma escolha, precisam temer uma das escolhas afim de que possa escolher a outra: nisto uma opção é Deus e a outra o diabo, que também sairá ganhando com o plano, nenhum deus será tão conhecido quanto ele e as almas que se perderem serão todas dele.
            Ao término do livro, Jesus ainda manobra os planos de Deus, logo após a morte de João Batista, mas não consegue impedir os projetos do criador: É crucificado, com um rasgar dos céus alguns dizem: Era o Filho de Deus.
               A obra de José Saramago é grandiosa na criatividade, uma ficção das melhores, pois leva o cérebro a confundir o real com o inventado. É grandiosa historicamente por explicar vários fatos como o machismo da época: os silêncio das mulheres e a brutalidade dos homens. Se o leitor já tiver tido o prazer de conhecer “vidas secas” de Graciliano Ramos terá um pouco de noção psicológica se comparar Maria com a Sinhá Vitória e José com Fabiano.
Palavras, e a explicação delas são interessantes na obra. O “deserto”, por exemplo, e parece está muito bem seguro o autor, nada mais é do que um lugar particular, onde não haja ninguém. Na obra os 40 dias no deserto foram em pleno alto mar, na segunda conversa entre Deus, o diabo e Jesus. Saramago explica também os nomes, por aquela região é a coisa mais comum encontrar Josés, Marias, Judas e outros.
           Do livro, conclui-se que é uma obra excelente, fantasias e realidade se confundem. Um português gramaticalmente inovador. Uma obra que não tira a fé de ninguém, pelo contrário desperta a curiosidade, tendo em vista que quem quiser conhecer a obra terá que passar a conhecer também a bíblia.

Por Isaac Sabino









1º DESCRITOR que visa Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outros recursos gráficos.


A) D17


B) D2


2º Os dois pontos logo após de "José Saramago estrutura sua obra em três pilares". Qua está no segundo parágrafo marca:


A) uma enumeração;


B) um susto;


3 Marque a alternativa que só constam OBRAS DE JOSÉ SARAMAGO:


(A) Memorial do convento, Jangada de pedra (1986), História do cerco de Lisboa (1989) e A viagem do elefante (2008), sobre temas religiosos, como O evangelho segundo Jesus Cristo (1991), sobre temas existenciais, como Todos os nomes (1997) e Ensaio sobre a lucidez (2004), além de uma obra intrigante sobre um dos heterônimos de Fernando Pessoa, O ano da morte de Ricardo Reis (1984).


(A) Memorial do convento, Jangada de pedra (1986), História do cerco de Lisboa (1989) e A viagem do elefante (2008), sobre temas religiosos, como Triste Fim de Policarpo Quaresma (1991), sobre temas existenciais, como Todos os nomes (1997) e Ensaio sobre a lucidez (2004), além de uma obra intrigante sobre um dos heterônimos de Fernando Pessoa, O ano da morte de Ricardo Reis (1984).



4ª JOSÉ SARAMAGO COSTUMA ESCREVER ABANDONANDO OS TRAVESSÕES DE FALAS E ATÉ MESMO OS PARÁGRAFOS.  Que efeito a pontuação utilizada por Saramago produz na leitura do texto?



(A) Ela cria sentidos ambíguos, uma vez que não se sabe exatamente quem está falando. Como consequência, ela exige uma atenção redobrada do leitor, principalmente nos momentos iniciais da leitura.

(B) Ela não cria sentidos ambíguos, uma vez que se sabe exatamente quem está falando. Como consequência, ela não é exigido tanta atenção redobrada do leitor, principalmente nos momentos iniciais da leitura.



1.    510º Descritor 11 – (Distinguir um fato da opiniao relativa a este fato. Um fato é algo que não há como se negar, já a opinião você pode concordar ou não). Qual parte do texto que é só uma opinião.


(AA) José Saramago, escritor português, ateu;    

       

    B) A obra de José Saramago é grandiosa na criatividade;





https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdhJM4hQtRPRpCNHSBZnIqd94ZVV8Ifc0Gtr7YKZfu6GsQelg/viewform?usp=sf_link




Fernando Pessoa nasceu no dia 13 de junho de 1888, na cidade de Lisboa, Portugal. Levou uma vida anônima e solitária e morreu em 1935, vítima de uma cirrose hepática.

Quando falamos desse genioso artista, é necessário fazermos uma distinção entre todos os poemas que assinou com o seu verdadeiro nome (poesia ortônima) e todos os outros, atribuídos aos seus heterônimos: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis.

 

A questão da heteronímia resulta de características pessoais referentes à personalidade de Fernando Pessoa: o desdobramento do eu”, a multiplicação de identidades e a sinceridade do fingimento, uma condição que patenteou sua criação literária e que deu origem ao poema que segue:

 


TEXTO I

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.


E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração

 

Pessoa, Fernando. Lírica e dramática, In: Obras de Fernando Pessoa3e

 

 

Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/literatura/fernando-pessoa-seus-heteronimos.htm#:~:text=Alberto%20Caeiro%2C%20%C3%81lvaro%20de%20Campos,v%C3%ADtima%20de%20uma%20cirrose%20hep%C3%A1tica.>acesso em 10/10/2020




TEXTO II


O mistério das cousas, onde está ele?

Onde está ele que não aparece

Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?

Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?

E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?

Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,

Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das cousas

É elas não terem sentido oculto nenhum,

É mais estranho do que todas as estranhezas

E do que os sonhos de todos os poetas

E os pensamentos de todos os filósofos,

Que as cousas sejam realmente o que parecem ser

E não haja nada que compreender.

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:

As cousas não têm significação: têm existência.

As cousas são o único sentido oculto das cousas.

(Idem, p. 223.)



1º O TEXTO Autopsicografia APRESENTA que TIPO DE VERSO?


A) LIVRE


B) REGULAR


2º O TEXTO Autopsicografia PERTENCE A QUEM?


(A) FERNANDO PESSOA


(B) ALBERTO CAEIRO


3º O texto 2 é um exemplo do pensamento filosófico de um dos heterônimos de Fernando Pessoa. Na concepção do eu lírico, qual é o mistério das coisas ou a metafísica (investigação do que está além do mundo material)?


(A) Na concepção do eu lírico, não existe metafísica nem há sentido oculto nas coisas. Elas simplesmente são o que são, sem mistério.


(B) Na concepção do eu lírico, existe metafísica, as coisas são criadas por Deus. Elas são o que são desde sempre, um mistério, mas são.


4º O eu lírico considera que as sensações são o meio de conhecer a realidade. Comprove essa afirmação com trechos do poema.


(A) “Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?”, “Sempre que olho para as cousas.../ Rio como um regato que soa fresco numa pedra.”


(B) “Que sabe a razão disso e que sabe o pensamento?”, “Sempre que olho para as cousas... / Rio como um regato que soa fresco numa pedra.”


5ª QUAIS OS HETERÔNIMOS MAIS USADOS POR FERNANDO PESSOA?


(A) Álvaro de Campos, Alberto Caeiro, Ricardo Reis


(B) Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, Ricardo Reis


Clique no link abaixo para marcar o gabarito















B





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