domingo, 18 de junho de 2023

Os Inconfidentes, o Arcadismo. Brasil: uma crítica

      Que o Brasil é um país caro, todos estão cansados de saber. Impostos por aqui beiram a metade de tudo que se compra e o retorno é aquém. Que há uma elite que ganha com as regras existentes, isso vem desde o descobrimento e, todos sabem disso também. Talvez o que esta nação não saiba é que por aqui o contexto bíblico ou homérico (até das características literárias da época) de heróis salvadores e traições também se construiu, e a mais famosa obra está em “Os Inconfidentes”.
     “Os Inconfidentes” filme de Joaquim Pedro de Andrade, 1972 é o retrato do Brasil dependente do século XVIII. No enredo, Portugal, para pagar suas dividas com a Inglaterra e manter os luxos da corte, resolve cobrar dos brasis a remessa de mais de uma tonelada de ouro quando as minas por aqui já apresentavam sinais de falência. Nesse contexto os pobres são explorados no seu limite e os primeiros sinais de conflito querendo independência surgem.
     O herói da vez é Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes. O homem é um utópico desejoso “d’um” Brasil melhor, independente e justo, livre da alta carga tributária imposta pela Coroa Portuguesa e, para tanto, não tem papa na língua. Fala mal do reino e até dos pobres “que além de pagarem altas taxas, bem mais do que pagam os ricos, eles mesmos, os pobres, se predispõem a carregar nas costas a contribuição” até o arrecadador no poder. Atualmente só não tem a figura do herói.
     O Bom da obra são os conluios da burguesia da época para ficarem com sua fatia de poder quando da independência. Só o puro interesse particular: recomeço monetário, perdão de dívidas, patentes no novo governo - quem vai mandar mais que quem. Distribuição de riquezas/renda nada. Mas, é quando a rainha descobre tudo que o tragicômico acontece - uns entregando os outros - e na hora da punição choros e bajulação aos pés da majestade. Tiradentes, o lado mais fraco da corda é enforcado, esquartejado, sua casa queimada e jogado sal no chão para que nada mais nasça ali.
     Pronto. Uma narrativa bíblica ou homérica está construída: poder, heróis, traição - a vida imitando a arte mesmo. Até a poesia do período embebe-se do grego clássico, tal qual o de Homero. O Arcadismo ou Neoclassicismo com marcas de escapismo nasce.

     A verdade é que “Os Inconfidentes” é muito bom. É atual: uns poucos que trabalham pouco querendo arrecadar muito dos que trabalham muito. Para piorar, os que trabalham a morrer aceitam tudo. As traições também existem: passou eleições até o adversário político bajula o vitorioso. Por aqui só não tem aparecido mais um louco gritando aos ventos que algo está errado. Sorte dele porque se aparecer é enforcado e esquartejado – Isso é Brasil. 



1) Assinale a alterantiva que corresponde com o texto, ou seja, aquela que é a CORRETA confrorme o texto

(A) Que o Brasil é um país caro, todos estão cansados de saber. Impostos por aqui beiram a metade de tudo que se compra e o retorno é aquém.    


(B) O Brasil é um país barato e onde todos que pagam os seus impostos são satisfeitos com o retorno que vem sempre com escola com arcondicionado e internet boa para todos




     Crítica de Tiradentes ao pobre brasileiro  




O professor e sua função nos dias atuais

     O conhecimento já esteve preso às quatro paredes. O único capaz de fazê-lo chegar à mente do aluno era um ser especial chamado professor. Como poucos podiam pagar por este profissional, ele era restrito às elites. Aprender era coisa pra gente rica e lugar de pobre era nas ruas, roças ou cozinhas. Dificilmente algum pobre conseguiria chegar dentro daquelas paredes. A função desse mestre era mesmo de poço de conhecimento – ele era o responsável de colocar o conhecimento na mente do aluno. Com o passar do tempo, pobres conseguiram ingressar nas quatro paredes do saber. Como tornar o conhecimento algo caro, restrito aos que poderiam pagar, de novo? É aí que surge a internet. Uma fonte inesgotável de conhecimento disponível fora da sala de aula, mas cara. Os pobres foram empurrados para as quatro paredes; os ricos descobriram que o conhecimento está no mundo –fora das salas – de forma virtual. O professor muda a sua função: não é mais detentor da sabedoria, mas um mero aplicador e fiscalizador de tarefas.
     A verdade sobre a função do professor pode ser definida por duas linhas bem opostas: a função do mestre na escola tradicional e a função do mestre nos dias atuais. Na escola tradicional, o docente era detentor de todo o saber – era inquestionável e o discente tinha por obrigação beber dessa fonte. O desejo de qualquer pessoa que pudesse pagar pelo saber era restringir esse saber – a sala de aula e poucas mentes docentes eram os guardiões. O problema é que os pobres começaram a chegar à escola. O professor tradicional e sua função de somente ensinar já não era mais tão útil e seguro para guardar algo tão importante para a elite. A postura foi mudar o lugar onde seria guardado o saber e mudar radicalmente a função do mestre em sala. Surgiu a internet.
     Nos dias atuais, filhos de pobres estão a toda na escola pública, e com a ajuda dos pais e muitos gestores públicos, cobrando de professores que ensinem. Uma armadilha. Com a internet, um professor é uma gota d’água no meio do oceano do conhecimento. É tão pequeno. Os meninos carentes estão lá, nas quatro paredes esperando que aquele professor da escola tradicional venha e preencha as suas cabeças com o máximo de saber. Mal sabem que o conhecimento foi liberto – está fora das salas de aula, mas custa muito caro. Há uma confusão na mente dos mestres. Eles sabem que tais pedagogias já se ultrapassaram – sua função é outra - e que ele deve ser apenas o agente aplicador e fiscalizador de tarefas feitas pelos alunos. A palavra da vez é - pesquise na rede! Como sempre, as escolas particulares já deram esses passos, mas os filhos de pobres continuam enganados. Para piorar ricos ainda pagam Pedagogos para criarem pedagogias mirabolantes – adivinhem quem são as cobaias nesses projetos?
     Tendo em vista os aspectos observados, é perceptível que a função do professor muda conforme um pequeno grupo detentor do poder quer que ela mude. Escolas, teorias pedagógicas, agentes, todos são usados nessa empreitada. Ao longo de toda história duas tendências se opõem – a tradicional e as contemporâneas. Aquela, com o professor na sua função de dono do saber; esta, do mestre apenas como mediador, aplicador e fiscalizador das tarefas dos alunos. A verdade é que sempre houve alguém manipulando o saber. Protegem seus filhos e usam os filhos de pessoas mais carentes para seus projetos pessoais – se der certo bem, se não der também. Nota-se que a função do mestre descrita na segunda tendência é a melhor. Torna o aluno agente do seu próprio conhecimento. Mas há a necessidade de se padronizar tal tendência nas escolas públicas assim como já é praxe nas particulares. Esse é o desafio: dá ao professor uma única função e disponibilizá-la tanto aos ricos quanto aos pobres.


3. 124 (ENEM 2014 ab2011min(1) adaptada)O texto é uma menção a função do professorr. Marque a correta


A) O conhecimento já esteve preso às quatro paredes. O único capaz de fazê-lo chegar à mente do aluno era um ser especial chamado professor.


B) O conhecimento está ainda na escola. Um único capaz de guiar o aluno rumo ao saber é o professor que estudou muito para tanto.


Uma língua, múltiplos falares.

 

     No Brasil, convivemos não somente com várias línguas que resistem, mas também com vários jeitos de falar. Os mais desavisados podem pensar que os mineiros, por exemplo, preferem abandonar algumas palavras no meio do caminho quando perguntam “ôndôtô?” ao invés de “onde eu estou?”. (...)

     Todas as línguas são em si um discurso sobre o indivíduo que fala, elas o identificam. A língua que eu uso para dizer quem eu sou já fala sobre mim; é, portanto, um instrumento de afirmação da identidade.

     Desde suas origens, o Brasil tem uma língua dividida em falares diversos. Mesmo antes da chegada dos portugueses, o território brasileiro já era multilíngue. Estimativas de especialistas indicam a presença de cerca de mil e duzentas línguas faladas pelos povos indígenas (...) .

     Há de se considerar também que a chegada de falantes de português acontece em diferentes etapas, em momentos históricos específicos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, temos primeiramente o encontro linguístico de portugueses com índios e, além dos negros da África, vieram italianos, japoneses, alemães, árabes, todos com suas línguas. Daí que na mesma São Paulo podem-se encontrar modos de falar distintos. (...)

     Independentemente dessas peculiaridades no uso da língua, o português, no imaginário, une. Na verdade, a construção das identidades nacionais modernas se baseou num imaginário de unidade linguística. É daí que surge o conceito de língua nacional, língua da nação, que pretensamente une a todos sob uma mesma cultura (...)

     No Brasil, hoje, o português é a língua oficial e também a língua materna da maioria dos brasileiros. Entretanto, nem sempre foi assim.

Patrícia Mariuzzo. Disponível em: <http://www.labjor.unicamp.br/patrimonio/materia.php?id=219.> Acesso em 09/05/2012. Excerto adaptado




4. 01 (NUCEPE 2012cAmin). Desde o título, o leitor do Texto tem elementos para antecipar que ele trata:

A) da importância da língua portuguesa como instrumento de afirmação da identidade.

B) da herança linguística deixada por diferentes povos na cidade de São Paulo.

C) de como a língua portuguesa, como qualquer outra língua, apresenta variedades.

D) do forte sotaque que caracteriza falantes de algumas regiões, como o do mineiro.



5. 02. (NUCEPE 2012bAmin) O conteúdo global do Texto pode ser sintetizado pelas seguintes palavras-chave:

A) Brasil; sotaques; índios.

B) língua portuguesa; falares; variedades.

C) colonização; sotaques; portugueses.

D) português; índios; negros.

E) língua portuguesa; Brasil; São Paulo.



LINK PARA O GABARITO


https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfRBT91IChukWH_URY8NwFSOcBO9bEFCp7w2T-POeuM56u42w/viewform?usp=sf_link


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