Nas últimas décadas foram criadas cinco
teorias da administração na tentativa de melhorar a eficácia e eficiência nas
organizações. Cada uma nasceu com o intuito de preencher uma lacuna deixada
pela outra. Os últimos cinquenta anos são marcados por influências diretas da Administração
Sistemática; Administração Científica; Gestão Administrativa; Escola das
Relações Humanas e Burocracia. Dentre
todas, a mais polêmica e influente foi a segunda dessa lista: a Administração
Científica.
Com a revolução industrial diversos países
passaram por transformações drásticas. Nos Estados Unidos, por exemplo, foram
verificados avanços significativos nos transportes, nas tecnologias e
comunicação. Contudo, havia um problema: homens e nações inteiras não estavam
preparados para tamanha revolução. A produção nunca chegava ao ápice. Para
tanto, surgiram teorias com a promessa de fazer esse homem produzir ao máximo.
A mais radical foi a Administração Científica. Nessa se destacaram Frederick
Taylor e Henry Ford.
Taylor percebeu que por não usar técnicas cientificas,
as empresas tinham grande potencial que não eram totalmente usados e por conta
disso as perdas eram significativas. A
proposta do engenheiro foi a racionalização do trabalho através da padronização
das ferramentas e dos equipamentos; uso de cartões de instrução distribuídos
aos trabalhadores; paradas para eliminar a fadiga; gratificação diferenciada.
Mas ninguém foi tão a fundo na teoria
proposta por Frederick Taylor quanto Henry Ford. O empresário montou uma
fábrica para a produção em alta escala do carro da época. Na montadora, partes
do automóvel iam de operário a operário através de uma esteira rolante – cada homem
era responsável por finalizar a sua parte. O todo era a conclusão do carro no
final da linha de produção. Para que tudo desse certo, o maquinário era
padronizado, assim como os carros e o serviço repetitivo para o trabalhador.
Algumas críticas ganharam destaque à época
e o melhor registro está no filme Tempos
Modernos de Charles Chaplin. Numa das cenas o comediante não consegue
acompanhar o ritmo com que as partes chegam a ele – atrapalha-se e causa uma
confusão na empresa; com a repetição do serviço, mesmo estando parado, fora da
fábrica, o operário continua apertando parafusos (aperta até os seis de uma
moça); outro momento interessante é a tentativa do dono da empresa de implantar
uma máquina que fizesse o operário almoçar mais rápido. Chaplin ironizou até os
sindicatos que protestavam contra a opressão das fábricas.
Charles Chaplin ironizou aquilo que Taylor
e Ford ignoraram: fatores psicológicos e sociais do trabalhador; a repetição
como agente causador do tédio, da apatia. O artista finaliza com os movimentos
organizados protestando contra aquilo que acreditavam ser a mecanização do
homem.
Percebe-se que a Revolução Industrial
trouxe vários confortos tecnológicos ao consumidor final e riquezas ao
empresariado, mas entre consumidor e empresário havia o operário. Na visão da
Administração Científica, este deveria ser só mais uma peça eficaz em meio a
todo o maquinário. Por um bom tempo, a Revolução Industrial produziu o homem
industrial. É bem verdade que não restam dúvidas que o movimento científico contribuiu
e muito para as organizações empresariais mundiais, porém falhou ao ver o homem
como um ser ausente de psicologia e não social, nada que outro movimento que viesse
depois não reparasse o erro.
REFERÊNCIAS
Coelho,
Ricardo Corrêa Ciência política / Ricardo Corrêa Coelho. – 2. ed. reimp.Florianópolis
: Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2012.159p. : il.
Info Escola. Eras
Históricas. Disponível em <http://www.infoescola.com/historia/eras-historicas/ > Acesso em 12
julho de 2013.
Jacobsen, Alessandra de Linhares Teorias da administração II /
Alessandra de Linhares Jacobsen, Luís Moretto Neto. – 2. ed. reimp. –
Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2012. 168 p.
: il.
Silva,
José Maria da. Apresentação de
trabalhos acadêmicos: normas e técnicas/José Maria da Silva , Emerson Sena da Silveira. 5. Ed. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2009
TREVISAN, Andrei Pittol; BELLEN, Hans Michael van. Revista
de Administração Pública. Rio de Janeiro 42 (3): 529-50, maio/jun. 2008.
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