De origem
francesa, a palavra Empreendedorismo tem sido muito falada nos últimos anos em
terras tupiniquins. Fosse aplicada, na proporção em que é emitida, há tempos
alguns problemas tinham ficado só no passado por aqui. Com tudo as coisas
ruins, principalmente no setor público, persistem. Este artigo é, justamente,
uma abordagem da arte de empreender – algo que contempla a teoria, e o que se
tem de prática no executivo governamental brasileiro.
Segundo Evandro Tsufa (2009), entrepreneur, ou empreendedor, surgiu na
França entre os séculos XVII e XVIII. A palavra varou a história porque se
tornou um substantivo e, ou, um adjetivo, que melhor serve para apontar aquelas
pessoas na comunidade que reúnem as características de serem ousadas - que
pensam a economia como inovação frequente, e, principalmente, lutam para
realizar suas intenções. O termo, antes ligado ao homem privado, chegou aos
dias atuais à coisa pública.
Ouve-se falar muito de empreendedorismo no
executivo público brasileiro. Algumas Prefeituras que conseguem fazer algo um
pouco diferente das outras são sempre citadas. De qualquer forma, parlamentar
sobre empreender no Brasil é muito complicado e requer certo ceticismo. O País
é a terra dos governos que mais atrapalham do que ajudam. A burocracia impera.
Por isso é que, antes de se dizer que um prefeito X é empreendedor há que se
ver melhor o que se tem na iniciativa privada internacional e comparar com o
que está acontecendo no setor privado e público brasileiros. Do contrário, o
que se tem é só mera propaganda.
É porque é difícil acreditar que algum
líder político brasileiro consiga ser aquilo que Mintzberg, Ahlstrand e Lampel
(2000, p. 98) classificaram como alguém que pertença à escola empreendedora:
desperto no mais inato Estado da intuição, do julgamento, da sabedoria, da
experiência, do critério. Pode até existir prefeito assim, mas ele é
neutralizado pela legislação. O que mais se ver por aqui é um executivo que
cria um problema e depois ele mesmo se apresenta como solucionador. Basta ver
os impostos que são criados e depois desonerados. Assim é fácil ser chamado de
empreendedor.
O Brasil trilhou à esquerda. O Estado
ficou inchado e toda a população sonha ser servidor público ou receber alguma
bolsa social. Dessa forma, não há como nascer um empreendedor sequer.
Empreender requer necessidade. Não há como “fazer coisas novas ou fazer coisas
velhas de novas maneiras” com todos na zona de conforto. O pessoal do executivo
público Estadual e Municipal, por exemplo, de forma alguma sabem ser criativos
sem os repasses federais ou a arrecadação local.
O que se tem de prática da melhor forma de
empreendedorismo vem da história passada, ou, de nações ricas atualmente, e
principalmente, na iniciativa privada, mas com o aval ou, melhor, sem a
intromissão do setor público. Tudo leva a crer que a melhor saída para fazer
com que o povo empreenda mais é desburocratizar o país e diminuir o tamanho do
Estado sem perdas de eficiência. Exemplo histórico recente foram as Revoluções
Industriais; e, nos dias atuais o que se tem de moda no ramo vem do chamado
Vale do Silício nos Estados Unidos e de grande parte da Ásia.
Com tudo o que foi dito, é difícil
encontrar práticas inovadoras que impliquem empreendedorismo no Brasil. Há
casos isolados de tentativas de sobrevivência na iniciativa privada e alguns
setores públicos que se sobressaem sobre os outros, mas todos com serviços
prestados muito ruins. Se a maquiagem de onerar e desonerar forem considerados empreendimentos,
nesse caso o país é vanguardista nessa prática. Agora, se for observada a
literatura especializada, o que se percebe é a necessidade de desburocratizar o
país, diminuir o tamanho do Estado e deixar o individualismo aflorar.
REFERÊNCIAS
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