A EAD COMO MODELO DE INCLUSÃO
EDUCACIONAL
A Educação a Distância diminuindo as desigualdades
no Ensino Superior do Brasil
CARDOSO, Isaac Sabino
Graduado em
Licenciatura Plena em Letras Português, Universidade Estadual do Piauí, UESP,
Bacharelado em Administração Pública, Universidade Estadual do Maranhão, UEMA,
Especialista em Gestão Pública, Universidade Estadual do Maranhão, UEMA. Santa
Quitéria do Maranhão. Maranhão. isaacsabinocardoso@msn. com
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar um
estudo sobre a Educação à distância (Ead) como ferramenta de diminuição da
desigualdade nacional no ensino superior. A problemática é identificar que
fatores ainda interferem na expansão e na qualidade desta modalidade de ensino
no país. Sabe-se que a inclusão deste tipo de ensino no Brasil é necessária,
pois visa atender direitos adquiridos. O objetivo geral é analisar como cursos
à distância com polos de apoio presencial são a saída viável para o oferecimento
de graduações e especializações no país continental que é o Brasil. Assim,
tem-se a necessidade de desenvolver arcabouço teórico acerca da importância da
EAD para diminuição da desigualdade universitária país a fora. De cunho
bibliográfico e dedutivo, o trabalho teve como principais dificuldades o tempo
e a necessidade de estender as pesquisas junto a vida dos egressos da EaD no
intuito de provar os efeitos positivos dessa modalidade no cotidiano das
pessoas.
Palavras-chave: Educação a Distância.
Desigualdade. Expansão. Qualidade.
INTRODUÇÃO
O valor que a Educação a Distância tem é mais
do que evidente. Neste estudo, mostrar-se-á como o descumprimento de levar
ensino superior a todos os lugares do Brasil é fator decisivo no aumento da
desigualdade universitária que perdura no país, mas que nos últimos anos, devido
às diversas tecnologias, tem diminuído.
A dinâmica de mercado
contribuiu e foi decisiva para que a Educação à Distância (EaD) ganhasse “status”
tão bom quanto a presencial. O mercado agiu obrigando que o trabalhador se qualifique
mais e se afaste menos do trabalho. Nisso, só o ensino presencial representaria
um atraso econômico no país.
O resultado do cumprimento do
programado pelo artigo 80 da Lei de Diretrizes e Bases começa a refletir-se na
eficiência de levar formação superior aos mais longínquos recantos brasileiros.
Para efeito de comparação este trabalho trará dados que apontam um crescente
aumento no número de matriculados nas instituições à distância.
Sabe-se que essa temática
relacionada à EaD ainda possui resquícios de preconceito e o tema ainda provoca
debates constantes, mas já há estudiosos que têm consciência que só com este
modelo de ensino é que se pode avançar na promoção da educação superior em
países continentais como o Brasil.
O problema tratado diz respeito
a conhecer os fatores que ainda interferem na inclusão, de fato, da Educação a
Distância no cotidiano brasileiro em especial no Ensino Superior. O objetivo
geral é analisar como cursos à distância com polos de apoio presencial é a
saída viável para o oferecimento de graduações e especializações no Brasil.
Assim, os objetivos específicos são: discutir a importância da EaD como
alternativa ao ensino presencial; conceituar essa modalidade a luz da
literatura existente e conhecer dados que apontam crescimento e/ou opção do
brasileiro por essa modalidade de ensino.
O trabalho justifica-se pela necessidade de
conhecer a realidade da Educação à Distância no contexto brasileiro.
Considerando a importância da EaD e a relevância dos serviços prestados
por essa modalidade de ensino à sociedade brasileira, um estudo na valoração das instituições que trabalham com
esse modelo de levar conhecimento, é
algo de absoluta pertinência.
Partindo da premissa da
necessidade de se disseminar graduações e especializações por todo o país, a
todos os contribuintes, espera-se que este trabalho sirva para conscientizar a
sociedade, os administradores a olharem a Educação a Distância como algo que é realmente
importante e capaz de contribuir significativamente para a sociedade.
METODOLOGIA
De acordo com a classificação
em FRASSON & Vergara (2003) esta pesquisa pode ser útil quanto à natureza;
quanto ao ponto de vista da forma de abordagem do problema e de seus objetivos.
Quanto à natureza esta pesquisa é básica porque visa catalogar o conhecimento
já existente. Quanto a abordagem, o
trabalho é quantitativo, pois traz no seu bojo vários dados e quanto aos
objetivos é descritiva e explicativa.
Do ponto de vista dos
procedimentos Técnicos a pesquisa é bibliográfica porque foram utilizados
livros, artigos científicos, dissertações, teses de material disponibilizado na
internet e Documental. Também foram feitas análises em várias leis que vigoram
no Brasil no que toca a Educação e em específico a Educação a Distância.
As possíveis
limitações do método se referem ao tempo e a necessidade do tipo de amostra
ideal para a pesquisa. O melhor seria uma pesquisa baseada em entrevistas, com
egressos da EaD, num universo de pelo menos um Polo, no intuito de atestar a
qualidade de vida de quem já concluiu o curso há tempos, o que não é possível
por questões de tempo e disponibilidade do público pesquisado. Ainda como limitação,
tem-se a ausência de alguns dados que seriam de suma importância para a
pesquisa. A citar: a evasão e motivos.
Mesmo assim, o trabalho não
se encerra aqui. Pelo contrário, serve para chamar a atenção para um debate que
poderá produzir pesquisas mais aprofundadas no Universo da Educação a Distância
a ser oferecida no Brasil.
REFERENCIAL TEÓRICO
O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação
de programas de ensino a distância (EAD) em todos os níveis e modalidades de
ensino, e de educação continuada. (art. 80 LDB 9394/96).
A Lei de
Diretrizes e Bases (LDB) é o primeiro referencial teórico de comando prático no
intuito de regular, avaliar e supervisionar a EAD em todos os níveis da
educação brasileira. Mas, é o Decreto 5.622 de 19 de dezembro 2005 em seu
artigo 1º que define essa modalidade de ensino.
...modalidade
educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e
aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas
em lugares ou tempos diversos.
Apesar de
existir a mais de 150 anos ou bem mais - se for considerada EAD as cartas do
Apóstolo Paulo aos que queriam conhecer o cristianismo, há bem pouca literatura
que trata da Educação à Distância. No que se tem que conceitua essa modalidade
de ensino destaque para Moran (2009), que entende que esta modalidade de
educação é efetivada através do intenso uso de tecnologias de informação e
comunicação e pode apresentar momentos presenciais.
Essa afirmação é reforçada por Bernardo (2009) que em seus estudos encontra coincidência nas conceituações de Dohmem (1967), Peters (1973), Moore (1973), Keegan (1991) e Chaves (1999) com ênfase nas palavras auto-estudo, meios de comunicação, eletrônicos, separação física.
Essa afirmação é reforçada por Bernardo (2009) que em seus estudos encontra coincidência nas conceituações de Dohmem (1967), Peters (1973), Moore (1973), Keegan (1991) e Chaves (1999) com ênfase nas palavras auto-estudo, meios de comunicação, eletrônicos, separação física.
Embora, nos
últimos anos, a Educação à Distância tenha sido uma ferramenta importante na
descentralização e expansão do Ensino Superior no mundo, em seus primórdios,
essa via de ensino sofreu bastante preconceito quando comparada com o ensino
presencial.
No
que toca contextualizar educação a distancia na história é importante citar
Golvêa e Oliveira (2006) citando alguns compêndios que trazem as epístolas de
São Paulo às comunidades cristãs da Ásia Menor. Um pouco mais adiante na
história, os autores descrevem o marco inicial da Educação a Distância que
começa com a criação da Gazeta de Boston em 1728. É nesse período que a EAD
começa a ser institucionalizada no mundo.
Quem
melhor descreve a história da EAD no Brasil é MAIA & MATTAR (2007) e
RODRIGUES (2010). Segundo os autores, essa modalidade de ensino tem início no
Brasil em 1904 quando o Jornal do Brasil registrou na sua primeira edição da
seção de classificados um anúncio que oferecia profissionalização em datilografia.
A partir de então haverá avanços em 1923, 1934, 1939, 1941. Com a melhora
logística nos serviços postais brasileiro e o advento das rádios, os intervalos
de tempo entre uma novidade e outra nos estudos não presenciais diminuem
bastante. Destaque para a criação do Instituto Universal Brasileiro; a criação
do Movimento de Educação de Base (MEB); o programa “Salto para o Futuro” que
mais tarde é assimilado à TV Escola; criação da Universidade Aberta em Brasília
e de lá pra cá o sistema aberto se expandiu de tal forma que nos últimos anos
tem ganhado muita credibilidade.
Essa
expansão, segundo dados do MEC/INEP, tem salto significativo a partir de 2005.
Em 2010 o país já teria 14,6% dos matriculados no país na modalidade EaD e “Em
2012, em relação a 2011, houve um aumento de 52,5% das matrículas na modalidade
EAD”
(CENSOEAD. BR, 2013, p.20- 21).
(CENSOEAD. BR, 2013, p.20- 21).
O mundo se tornou grande, distante, complexo e
rápido. Parece até um paradoxo. A
competição é constante e dentre as vantagens que se tem para melhorar índices
econômicos e sociais está a educação. ALLEN & SEAMAN (2010) afirmam que o
crescimento e desenvolvimento de um país, seja na esfera econômica, política ou
social, proporcionalmente dependentes do nível educacional proporcionado à
sua população.
Tudo no mundo ficou grande e distante e está preso
a um lugar, numa cidade ou numa sala é sinônimo de improdutividade. Sem falar na época que é de intensa
tecnologia. Por conta disso o homem contemporâneo quer continuar produzindo e
aprendendo, mas, agora, de qualquer lugar. É nesse contexto que a Educação a
Distância vem ocupando lugar de destaque em todos os lugares do mundo.
Segundo
MAIA & MEIRELLES (2002) o modelo EaD é
inovador porque utiliza as Tecnologias da Comunicação (TIC’s) para
facilitar o aprendizado sem as limitações de tempo ou de espaço evidenciados na
modalidade presencial. Neste modelo o indivíduo tende a organizar-se segundo
metodologia, gestão e sistemas de avaliação com características próprias.
Com
o advento da internet e consecutivamente dos diversos dispositivos móveis e
seus softwares. A busca do conhecimento não se retém mais a quatro paredes –
seja da sala de aula, seja de uma biblioteca - está na rede. Agora, o homem realmente
corre atrás do conhecimento. No ensino presencial é comum o professor, como
fonte do conhecimento, correr atrás do aluno. Com o Youtube, Whatsapp e os
próprios ambientes virtuais da aprendizagem, os discentes tem uma gama de fontes
de pesquisas a um clique de distância. Mohamedm Hassan e Spencer (2011) advogam
sobre a importância que a Educação a Distância representa para determinados
grupos sociais, os quais não precisam abandonar o emprego ou família para
aprimorar seus conhecimentos e, consequentemente, melhorar a sua capacitação
profissional.
COSTA
(2012) e PEREIRA (2008) vão além dizendo que ao contribuir com o processo de
democratização da educação, proporcionando conhecimento para públicos e locais
não contemplados pelo ensino superior tradicional (presencial), a EaD torna-se
um pilar para o processo de institucionalização da educação abrangendo locais e
pessoas inimagináveis até então.
Portanto, não à
toa, várias personalidades chamam a atenção para o Ensino à Distância organizado
nos moldes atuais. Percebe-se que o sucesso desta modalidade não está longe de
ser alcançado. Muito provável em bem pouco tempo os números de matriculados EaD
superarão os da educação presencial que vem enfrentando sérias dificuldades nos
últimos tempos. Fator que pode ajudar e confirmar esse sucesso são as dimensões
territoriais do Brasil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação à
Distância acontece quando há uma organização que oferece o conhecimento sem a
necessidade física entre professores e alunos. Pode até haver encontros
presenciais, mas a maioria do aprendizado é ministrado usando as tecnologias da
informação e comunicação. O Brasil, por ser continental tem avançado muito
nessa modalidade de ensino.
Ressalta-se que são
vários os artigos em Lei, no caso do Brasil, que já defendem um Ensino não Presencial
como algo fundamental para que se consiga uma qualidade de vida, cita-se, por
exemplo, a LDB e os diversos decretos, mas que por falta de vontade política e
um certo preconceito, muitos administradores optam por uma via que é o “nada” e, assim, acabam disseminando mais desigualdades
no ensino superior em suas localidades.
Quando se buscou
junto aos índices medidores do Governo Federal, confirmou-se aquilo que já se
previa: os indicadores são um sinal claro da mudança de percepção da população
quanto ao ensino realizado com o uso de mídias tecnológicas – os números de
matriculados só aumentam a cada ano. Do outro lado, percebe-se um relaxamento dos
Gestores, haja vista que para o oferecimento dos cursos à distância, faz-se
necessário uma parceria entre prefeitura e governo estadual ou federal.
Embora seja uma forma
de educar que exista há anos, forma-se um consenso que a EaD é a melhor
alternativa naquilo que poderia ser o começo da busca de um projeto diferente para
diminuir a desigualdade universitária existente no Brasil. Com a ausência dessa
modalidade, a exemplo do que acontecia antes da criação das Universidades
Abertas, o que há é uma subserviência ao modelo de ensino aprendizagem, onde
todos contribuem com uma carga tributária imensa e poucos usufruem do
conhecimento organizado a nível superior.
Portanto, é óbvio, que
o que deve ser copiado já existe e aqui se citou o caso da Educação a Distância
no mundo e no Brasil.
A pesquisa mostrou que o Brasil
desenvolve um trabalho atrativo na produção do saber à distância. Contudo ainda
há muito o que se fazer nessa área. O primeiro passo é diminuir o preconceito
quanto a essa modalidade de ensino. O segundo é ousar mais e aproveitar o
“boom” tecnológico e expandir a modalidade não presencial por todos os cantos
do Brasil e, até mesmo na educação de base.
Dessa maneira, o Preconceito continua sendo
o empecilho, o que vai em desencontro a legislação vigente que vem tentando incentivar
a EaD e aos números que mostram que essa modalidade tem sido muito procurada principalmente
depois do advento da internet. Formar administradores e educar cidadãos
acerca da importância e das vantagens da Educação a Distância, é a tarefa principal do país para os anos que
se seguem, porque essa pode ser a chance de disseminar ensino superior de
qualidade em todo o país. Assim, a lei
só será efetivada de fato, quando os Governantes e governados fizerem um
trabalho coletivo de valorização, execução e avaliação dessa modalidade de
ensino.
As limitações do estudo se deram pelo fato da
pouca literatura que trata do tema, principalmente no que diz respeito aquela
que vincule a qualidade de vida dos formandos egressos da modalidade à
distância.
Para melhorar a situação da
Educação à Distância no Brasil, faz-se necessário avaliar os cursos de forma
rigorosa e munido dos resultados divulgá-los e em caso negativo, trabalhar para
melhorar os indicadores. Em caso positivo, o principal obstáculo da EaD, que é
o preconceito, diminuirá muito. A Universidade Aberta é um campo de experiência
importante neste processo haja vista que lá já existem práticas que servem como
avaliação.
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