segunda-feira, 1 de maio de 2023

UM BREVE ESTUDO DA ARTE EM SANTAELLA

   

                 O presente resumo versa sobre “Navegar no ciberespaço”, livro de Lucia Santaella lançado pela editora Paulus e que trata do leitor em época de tecnologias da informação. Para tanto, neste breve momento, pretende-se apresentar parte do livro como sinopse para a extensa obra de Pierre Levi que é o material fonte desta experiência 

                  Nisso, o primeiro passo, depois de uma leitura superficial foi contar os parágrafos da introdução. Os primeiros parágrafos trazem os três tipos de leitores nomeados por Santaella como O CONTEMPLATIVO, O MOVENTE e O IMERSIVO. São cinquenta parágrafos em que a autora conceitua os hábitos de ler em cada momento da história. Em seguida, logo no primeiro e segundos parágrafos, o texto discute a história do livro e da leitura como fenômenos culturais que acompanham a história da humanidade há milênios. No entanto, com o avanço das tecnologias digitais, novas formas de produzir, armazenar e difundir o texto escrito tem surgido e desafiado as concepções tradicionais sobre o que é um livro e como se lê. É aqui que a autora analisa as transformações que o livro e a leitura têm sofrido diante dos novos suportes e estruturas para o texto escrito. Ela também reflete sobre as implicações dessas mudanças para a cultura, a ciência e a comunicação, considerando os aspectos positivos e negativos que elas trazem.  

                 Já na primeira página o dilema é se o livro no seu formato atual está fadado a desaparecer ou se ele ainda tem um papel relevante na sociedade contemporânea. Dando continuidade, Santaella aponta as incertezas e aponta a necessidade de se recuperar a história do livro fazendo menção a Chartier  que tem buscado reconstituir tanto "as redes de práticas e as regras de leituras próprias às diversas comunidades de leitores (espirituais, intelectuais, profissionais etc.)", quanto as relações da história da leitura com os três conjuntos de mutações: tecnológicas, formais e culturais [...] 

                 A autora deixa claro que o capítulo está marcado por um objetivo muito específico alegando que não há aqui a intenção explícita de fornecer diretamente nenhuma resposta sobre o passado ou futuro do livro e de seus leitores. Nesse sentido, o interesse que move o trabalho está voltado para as novas formas de percepção e cognição que os atuais suportes eletrônicos e estruturas híbridas e alineares do texto escrito estão fazendo. 

                  É interessante, em “Navegar no Ciberespaço”, a busca por analisar como os leitores de hipertextos são afetados pelas características do ciberespaço, que oferece múltiplas possibilidades de navegação e interação. Os leitores de hipertextos são considerados neste livro como um dos tipos de leitores, visto que as habilidades perceptivas e cognitivas que eles desenvolvem ajudam a compreender o perfil do leitor que navega pelas infovias do ciberespaço, povoadas de imagens, sinais, mapas, rotas, luzes, pistas, palavras, textos e sons. O trabalho ajuda em delinear esse perfil. 

                  A autora reconhece que há, entre os estudiosos da leitura, uma reação contrária à expansão no emprego do termo "leitura", quando alegam que são equivocadas as generalizações da ideia de "leitura" que só contenham alusões metafóricas a processos que guardam pouca ou nenhuma relação com a prática de decifração letrada suposta nela (ver Pécora, 1996: 14; Bourdieu e Chartier, 1996: 234-235). Entretanto, desde os livros ilustrados e, depois, com os jornais e revistas, o ato de ler passou a não se restringir apenas à decifração de letras, mas veio também incorporando, cada vez mais, as relações entre palavra e imagem, desenho e tamanho de tipos gráficos, texto e diagramação.  

                 Além disso, com o surgimento dos grandes centros urbanos e com a explosão da publicidade, o escrito, inextricavelmente unido à imagem, veio crescentemente se colocar diante dos nossos olhos na vida cotidiana por meio das embalagens de produtos, do cartaz, dos sinais de trânsito, nos pontos de ônibus, nas estações de metrô, enfim, em um grande número de situações em que praticamos o ato de ler de modo tão automático que nem chegamos a nos dar conta disso. Tendo isso em vista, não há por que manter uma visão purista da leitura restrita à decifração de letras. Do mesmo modo que o contexto semiótico do código escrito foi historicamente modificando-se, mesclando-se com outros processos de signos, com outros suportes e circunstâncias distintas do livro, o ato de ler foi também se expandindo para outras situações. 

                  Santaella é um incentivo para a continuação da busca do leitor em época de tecnologias e, nesse sentido, o trabalho avança em uma literatura mais ampla que pode tratar de nos fornecer um melhor caminho para o incentivo do hábito de leitura num mundo contemporâneo. A melhor indicativa vem com Pierre Lévi: primeiro com seu Livro “As tecnologias da Inteligência - o futuro do pensamento na era da informática", segundo com a obra “O que é o virtual”. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O QUE EU SEI!

QUER SABER? Aqui você encontrará resenhas de livros, resumos, comentários sobre política e COISAS que você não achou em outro lugar.