quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Questões do ENEM. ENEM 2014. Ideias contrárias




TEXTO I

Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por filtrarem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras.

BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).

TEXTO II

Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.”

GILSON, E.: BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São

Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).

 

1. 4. 3.42 (ENEM E2012/ c/adaptações) Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo. Diferente de Basílio Magno, Anaxímenes faz parte dos Pré-Socráticos. Assinale abaixo o principal traço desses filósofos.

a) A cosmologia pré-socrática não é uma explicação racional e sistemática da origem das coisas.

b) A cosmologia pré-socrática é uma explicação racional e sistemática da origem das coisas.



TEXTO I

Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até o esgotamento completo. Vencido palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados.

CUNHA, E. Os sertões. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1987.

TEXTO II

Na trincheira, no centro do reduto, permaneciam quatro fanáticos sobreviventes do extermínio. Era um velho, coxo por ferimento e usando uniforme da Guarda Católica, um rapaz de 16 a 18 anos, um preto magro, e um caboclo. Ao serem intimados para deporem as armas, investiram com enorme fúria. Assim estava terminada e de maneira tão trágica a sanguinosa guerra, que o banditismo e o fanatismo traziam acesa por longos meses, naquele recanto do território nacional.

SOARES, H. M. A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro: Altina, 1902

1. 05 15 (ENEM 2015) Os relatos do último ato da Guerra de Canudos fazem uso de representações que se perpetuariam na memória Construída sobre o conflito. Nesse sentido, cada autor caracterizou a atitude dos sertanejos, respectivamente, como fruto da

A manipulação e incompetência.

B bravura e loucura.

CLIQUE NO LINK PARA MARCAR A ALTERNATIVA CORRET

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSe1Zhb3YktpRddWx8LYFP_pNndFDDVQ9IydpoiNjp94C65ZQQ/viewform?usp=sf_link


Psicologia da um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilânica,
Sofro, desde a epigênesis da infância
A influência má dos signos do zodíaco

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - esta operário das ruínas –
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra.

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos.
Na frialdade inorgânica da terra!
Augusto dos Anjos

113 A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição, como
(A) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o vocabulário requintado, do ceticismo, que antecipam conceitos estáticos vigentes no Modernismo.

(B) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética e o desconcerto existencial.


segunda-feira, 18 de setembro de 2023

7º Plan 3º - A poesia de 30: Cecília e Vinícius Páginas: 182 a 189; e Operadores








Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.


Irmão das coisas fugidas,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.


Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

-não sei, não sei. Não sei se faço

ou passo.


Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

- mais nada.

MEIRELLES, C. Obra poética. Rio de Janeiro:


1º) O poema Motivo se inicia com o verso Eu canto porque o instante existe. Qual é o canto aqui se refere o poema e o motivo do seu canto.

(A) o canto poético, ou seja, a própria poesia e tudo isso por conta do instante, do presente, da própria vida;

(B) o canto poético, ou seja, a própria poesia e tudo isso porque a autora existe, mas tem a vida triste;


Ai, palavras, ai, palavras,

que estranha potência a vossa!

Todo o sentido da vida

principia a vossa porta:

o mel do amor cristaliza

seu perfume em vossa rosa;

sois o sonho e sois a audácia,

calúnia, fúria, derrota...

A liberdade das almas,

ai! com letras se elabora...

E dos venenos humanos

sois a mais fina retorta:

frágil, frágil, como o vidro

e mais que o aço poderosa!

Reis, impérios, povos, tempos,

pelo vosso impulso rodam...

MEIRELLES, C. Obra poética. Rio de Janeiro:


2º) 5. 121 (ENEM 2014) O fragmento destacado foi transcrito do Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles. Centralizada no episódio histórico da Inconfidência Mineira, a obra, no entanto, elabora uma reflexão mais ampla sobre a seguinte relação entre o homem e a linguagem:

a) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras.

b) As relações humanas, em suas múltiplas esferas, têm seu equilíBrio vinculado ao significado das palavras.


Soneto de separa•‹o

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.

(In: Nova antologia poética de Vinicius de Moraes, seleção e organização de Antonio Cícero e

Eucanaã Ferraz. São Paulo: Cia. das Letras, Editora Schwarcz Ltda., 2008. p. 100 © VM.)


3º) 5. 121 (ENEM 2014) Como o nome sugere, o “Soneto de separação” tem como tema a separação. De que tipo de separação trata o poema?

a) A força e a resistência humanas superam os danos provocados pelo poder corrosivo das palavras.

b) De uma separação amorosa, conforme indica o verso “E das bocas unidas fez-se a espuma”.


4º) 5. 121 (ENEM 2014) As figuras de linguagem cumprem um importante papel na construção

do poema. Identifique a figura de linguagem que se verifica nestes pares de palavras da poesia "Motivo"


a) Antítese

b) Sinônimo











5º 3.12.  Quais operadores argumentativos completam o texto acima adequadamente?

(A) Na chamada década perdida / o país / dessas pessoas / ao governo e à sociedade brasileira / à nova realidade / aos estrangeiros / Embora / Esse aspecto / entretanto / Portanto / dessa situação / Ademais / a esse grupo

(B) Na chamada década perdida / o país / dessas pessoas / ao governo e à sociedade brasileira / à nova realidade / aos estrangeiros / Embora / Esse aspecto / entretanto / Portanto / dessa situação / Ademais / Por issso



6º 8.     405 pág. 158 (Renato Aquino 2014) Gritou muito, porém ninguém ouviu. A oração coordenada sindética deste período classifica-se como:

(A)  aditiva                    
              
(B) adversativa


7º 7.     427 pág. 161 (Renato Aquino 2014) Assim que chegou, foi ao escritório. Oração subordinada adverbial
         
(A) proporcional.             
(B) temporal.


8º Com base no livro Didático, responda: O que são OPERADORES ARGUMENTATIVOS?

(A) São termo utilizados para correlacionar partes de um texto, a fim de permitir que a direção argumentativa que se pretende tomar fique subentendida.

(B) São termo utilizados para enfeitar um texto, a fim de permitir que a direção argumentativa que se pretende tomar fique entendida.


LINK DO GABARITO PARA MARCAR. 


https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdGDQ5n01DtSHCyKBuvlIFGnPaiHA2LuxS06M-kTR-MaHonIw/viewform?usp=sf_link

1º Plan 1º ptGÊNEROS TEXTUAIS - Textos instrucionais. Pág 141 a 144 William Cereja









1º Atualmente, é possível encontrar na Internet textos que ensinam a fazer de tudo um pouco, seja na forma de dicas, seja na de tutoriais. Esses textos, assim como as receitas culinárias, as regras de jogos, os manuais de montagem e de uso de aparelhos, entre outros, são os chamados

(A) Texto irracionais;

(B) Texto Instrucionais;

2ª A partir dos textos lidos no livro didático, quais as formas verbais servem para instruir os leitores?


(A) corte, fique, encontre, toque, use, vá;

(B) vieram, existem, estivermos, visualizando


3º QUAIS OS PASSOS ENSINADOS NO "Tutoria de acesso ao Texto Publicitário. William Cereja e Questões". Acesso no link https://www.youtube.com/watch?v=HLb-lNY6Pdo

 

(A) CLICAR NO LINK AZUL E SER DIRECIONADO PARA O BLOGUE ONDE TERÁ DEZ QUESTÕES QUE DIZEM RESPEITO A UM TEXTO PUBLICITÁRIO E VAI ATÉ ABAIXO PARA CLICAR NUM LINK DO GABARITO;


(B) VAI DIRETO NO LINK DO GABARITO E RETORNA E CLICAR NO LINK AZUL E SER DIRECIONADO PARA O BLOGUE ONDE TERÁ DEZ QUESTÕES QUE DIZEM RESPEITO A UM TEXTO PUBLICITÁRIO


4º ACESSE O LINK https://isaacsabino.blogspot.com/2021/04/relatorio-de-estagio-docente-em.html E MARQUE AS INTRUÇÕES PARA FAZER UM RELATÓRIO QUE PRECISA TER EM SUA ESTRUTURA:


(A) CAPA, SUMÁRIO, DADOS GERAIS, INTRODUÇÃO, REFERENCIAL TEÓRICO, CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO, HISTÓRICO, MISSÃO E VISÃO, IMPORTÂNCIA DA EMPRESA, ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E OUTROS;


(B) CAPA, SUMÁRIO, ESTÁGIO, ATIVIDADES DESENVOLVIDAS, PROPOSTAS DE MELHORIAS, CONCLUSÃO, REFERÊNCIAS, ANEXOS, ADOS GERAIS, INTRODUÇÃO, REFERENCIAL TEÓRICO, CARACTERIZAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO, HISTÓRICO;


5º SEGUNDO AS INSTRUÇÕES, UM BOM TEXTO DISSERTATIVO ARGUMENTO PRECISA TER INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO. A PARTIR DA LEITURA DO TEXTO DO LINK https://isaacsabino.blogspot.com/2021/03/a-rotatividade-de-professores.html MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA.


(A) A INTRODUÇÃO VAI DE "A busca por melhores condições no ambiente [...] até [...] como diminuir essas deficiências são geradas com essas trocas?

(B) A INTRODUÇÃO VAI DE "Portanto, é perceptível que um professor   [...] até  [...] Ademais, Ministério da Educação e Secretarias têm criar políticas para combater esse desânimo docente.

 


CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA IR  AO GABARITO E MARCAR A SUA RESPOSTA

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdskZdFI8bKfcRkBBe1_Ts6CCvnx4v7t5uW9c_1Y6KpbRZz7A/viewform?usp=sf_link

 

 































Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa ficou da redenção o dia.

Páscoa de flores, dia de alegria
Àquele Povo foi tão afligido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia,

Pois mandado pela alta Majestade
Nos remiu de tão triste Cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.

Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
O Faraó do povo brasileiro.

DAMASCENO, D. (Org) melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo; Globo. 2006

6. 114 (ENEM 2014) Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo que apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório de Matos apresenta temática expressa por
(A)visão cética sobre as relações sociais.
(B)preocupação com a identidade brasileira.
(C)critica velada à forma de governo vigente.
(D)reflexão sobre os dogmas do cristianismo,

(E)questionamento das práticas pagãs na Bahia.




Tarefa

Morder o fruto amargo e não cuspir
Mas avisar aos outros quanto á amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder
Mas avisar aos outros quanto é falso
Dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a não pulsar
-do amargo e injusto e falso por mudar-
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
CAMPOS. G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1961.

Jogos Vorazes. A escola, o jovem e a liberdade.

         Ah! O velho dilema acerca da liberdade. E a bola da vez é “Jogos Vorazes” – uma obra prima. Do livro ou do filme dá para se extrair as sociedades “espartanas” de todas as épocas, principalmente a atual, que através de algumas instituições “força” suas crianças e jovens, que, são obrigados à aprender e obedecer as regras impostas por um pequeno grupo de adultos elitizados que precisam manter as coisas como estão.  No enredo, num mundo pós-apocalíptico, para evitar uma nova guerra, os pais têm que enviar os filhos a um jogo de onde só um sai com vida e rico. É só arte, mas a comparação com a realidade cabe como uma luva: quantos pais não enviam seus filhos para a escola alimentados por uma esperança que de lá eles saiam vivos e ricos. E quantos filhos não participam do jogo com tanta voracidade (estudam tanto que esquecem de viver) - o propósito é vencer, derrotar o outro. A grande maioria perde.
     Como premissa, “Jogos Vorazes” leva qualquer um que assiste ou ler a concluir que as instituições como a escola e crenças na esperança, na liberdade são só parte de algo que serve aos propósitos de alguns.
     Quantos na história discutiram a questão da liberdade – ela existe ou não existe? O homem é dono de suas decisões ou ele vive submisso a outros homens ou deuses? “... e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:22). Por aí se ver o tamanho do dilema do tema porque mesmo conhecendo a verdade e pensando está livre, o homem continuará preso - agora à verdade. Quantos meninos relutam em ir à escola, mas vão. Não sabem por quê, mas vão. E os adultos? Quantos irão aceitar a sua condição - alicerçados num argumento de que fracassaram no colégio e por isso devem ser punidos com os piores serviços da cidade. 
     Quem assiste ou lê “Jogos Vorazes” percebe essa confusão. Os meninos são postos no jogo – só um sairá vivo e será premiado com uma vivência boa na polis. O leitor ou telespectador não consegue vê brechas de que se fosse com ele (o leitor/telespectador) ele conseguiria se livrar da jogatina, protestar e convencer os outros a não participarem. Não consegue porque no mundo real é igual: aceita o jogo - escola com carteiras quebradas, com ventilador, sem metas; aceita os vestibulares. Morrerá, mas aceita, pois não vê uma brecha de saída; quando pais, sabe que fracassou – aceita a nova condição, não há saída. Por esse ângulo parece mesmo que a liberdade do indivíduo não depende dele exatamente. Parece até que não há liberdade.
     “Jogos Vorazes” é bom porque é lento como a vida. Uma vida na carteira da escola ou naquele emprego sub-humano é demorada. A história só vai ter alguma emoção, alguma morte (homens gostam de histórias que tenham mortes), passados mais da metade do enredo, e só no final é que se perceberá que todo o sistema é frágil e que pode haver liberdade. Pode haver. A obra termina, mas os protagonistas continuam submissos ao sistema, de qualquer forma fica subentendido que algo se abalou – uma luz de liberdade sinalizou. Isso é que é interessante no romance: todo o homem se é levado a crer que a única coisa a se fazer é aceitar o jogo macabro, mas o bom é luz da liberdade proposta no término.
     A verdade, alguém já deve ter dito isso, é que “o homem está condenado à liberdade”. Nisso a vida real se assemelha muito com “Jogos Vorazes”: mais da metade da obra, ou quase toda, é vista como uma condição aceitável e que não há saída a não ser viver uma vida miserável alimentada por uma falsa esperança elitizada. Mas já pensou se os negros ou as mulheres ou povos inteiros tivessem visto a coisa só dessa forma. Não viram porque dentro deles algo incomodava. Esse algo era o “verme” com que todos estão condenados a conviver – a liberdade. Os benefícios que se colhe hoje são lutas de alguém que não se conformou com sua condição no passado. A luta que se trava hoje não será recompensada com benefícios aos que lutam hoje, mas aos jovens do futuro.  E com certeza os jovens do futuro usuram máscaras contra um sistema que os manipula, pagaram um preço (às vezes a vida) mas procuraram uma forma de libertar a maioria de uma condição que é repudiante.


3. (Modelo Enem 2014) Infere-se do texto
A) que não dá para se extrair lição alguma do enredo analisado;
B) que “Jogos Vorazes” mostra a esperança escolar com a verdade;
C) que o leitor ou telespectador consegue ver uma saída do jogo;
D) que a jogatina da ficção pode ser comparada com a escola real;
E) que “Jogos Vorazes” não é bom. É lento. É chato.

4.     O texto é predominantemente:
A)   Lúdico         B) Publicitário        C) Dissertativo        D) narrativo

5.     Movimento Literário marcado pelo desejo de liberdade e representado por uma ave.
A)   Mau do século    B) Condoreirismo   C) Arcadismo    D) Barroco


Em bom português

     No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela gíria que a gente é apanhada (aliás, já não se usa mais a primeira pessoa. tanto do singular como do plural: tudo é “a gente”). A própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico cai em desuso.
     Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas. chamou minha atenção para os que falam assim:
     - Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
     Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um filme com um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de à praia, vestido de roupa de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão de trem de ferro e apresentarão sua Esposa ou sua senhora em vez de apresentar sua mulher.

SABINO. F. Folha de São Paulo. 13 abr. 1984 (adaptado)

1.     110 (ENEM 2014)A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O texto exemplifica essa característica da língua, evidenciando que
(A) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.
(B) a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de gerações.
(C) o emprego de Palavras com sentidos diferentes caracteriza diversidade geográfica.
(D) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que pertence o falante.
(E)  o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente em todas as regiões.

2.     61(S. M. adm. ) Na apresentação de uma carta somos obrigados, muitas vezes, a separar no final da linha: qual das separações silábicas a seguir está correta?
A) trans-a-tlan-ti-co               
B) sub-li-nhar                          
C) pra-ia                      
D) con-se-quên-cia               
E)  p-si-co-lo-gi-a

A História, mais ou menos
     Negócio seguinte. Três reis magrinhos ouviram um plá de que tinha nascido um Guri. Viram o cometa no Oriente tal a se flagraram que o Guri tinha pintado por lá. Os profetas, que não eram de dar cascata. já tinham dicado o troço: em Belém da Judeia vai nascer o Salvador, e tá falado. Os três magrinhos se mandaram. Mas deram o maior fora. Em vez de irem direto para Belém, como mandava o catálogo, resolveram dar uma incerta no valho Herodes, em Jerusalém. Pra quê! Chegaram lá de boca aberta e entregaram toda a trama. Perguntaram: Onde está o rei que acaba de nascer? Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo. Quer dizer, pegou mal. Muito mal. O velho Herodes, que era um oligão, ficou grilado - Que rei era aquele? Ele é que era o dono da praça. Mas comeu em boca e disse: Joia. Onde é que esse guri vai se apresentar? Em que canal? Quem é o empresário? Tem baixo elétrico? Quero saber tudo. Os magrinhos disseram que Iam flagrar o Guri e na volta dicavam tudo para o coroa.
                        VERÍSSIMO. L.F. O nariz e outras crônicas. São Paulo. Ática. 1994

3.     114 (ENEM 2014) Na crônica de Veríssimo, a estratégia para gerar o efeito de humor decorre do(a)
(A) linguagem rebuscada utilizada pelo narrador no tratamento do assunto.
(B) inserção de perguntas diretas acerca do acontecimento narrado,
(C) caracterização dos lugares onde se passa a história.
(D) emprego de termos bíblicos de forma descontextualizada.

(E)  contraste entre o tema abordado e a linguagem utilizada.



quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Mudanças educacionais durante o período da ditadura militar















                   Em março de 64, o Brasil, mais uma vez, muda radicalmente os rumos da política e consecutivamente os da educação também. Um ser humano, antes moldado pela igreja, depois pelo liberalismo econômico, quase pende para a esquerda, mas gira totalmente para a direita militar. A escola que quase acerta por ser a transmissora de conhecimentos sistematizados passa a ser ideológica e social desde então.
                 Trinta anos após a promulgação da constituição, o Brasil passa por fortes críticas à democracia e suas diversas instituições públicas (destaque para a escola pública que tem recebido severas críticas). Contudo, alguns podem pensar que os militares almejam o poder e o país esteja parecido com março de 64. Ledo engano. Mas, muito parecida situação. Naquele período, partes importantes dos setores sociais não queriam o comunismo ou o socialismo implantados no Brasil: é o caso de alguns empresários proprietários rurais, industriais paulistas, uma grande parte das classes médias urbanas e o setor conservador da igreja católica. Tal situação não se configura atualmente. Até foi bem parecida à situação de queda de um governo de esquerda como o de João Goulart com o de Dilma Rousseff, mas, como os militares já foram testados, o brasileiro segue acreditando num governo civil eleito pelo voto direto.
                      Mesmo que fosse qualquer ideologia que ascendesse ao poder – a educação sempre seria usada como uma ferramenta de extensão daquele poder. Nisso os militares não perderam tempo e trataram logo de mudar a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) 4.024/61 para a 5.692/71 (Esse texto observa só essa lei do ensino básico).
                 Além de ser um profissional técnico, o homem desejado pelos militares é fruto das principais características de uma grade curricular que incluía educação física, artística, programas de saúde e, evidentemente, educação moral e cívica. O ano letivo tinha 180 dias e exigia-se dos professores, para lecionarem na 1ª e 4ª séries habilitação específica. Para o 2º grau, um curso superior em nível de graduação.
                      Mesmo que não se aprofunde é bom ressaltar, tornar os homens cobaias de projetos que não lhes pertence, vem desde sempre – dos jesuítas a Pombal, dos militares aos dias atuais, da esquerda à direita.
                  É sabido que os militares exageraram no poder: censuraram, mataram e reprimiram muito. E ainda por cima demoraram a devolver o Governo aos civis, até por conta disso, nenhum civil em sã consciência os quer de volta no governo, mas algumas mudanças propostas por eles persistem até hoje e são sempre bem recepcionadas pela população mais humilde – é o caso do ensino profissionalizante, embora haja uma elite intelectual que bateu muito contra esta proposta no período militar e continua batendo mesmo em época de lei 9394/96, aquele momento histórico requeria uma escola que formasse um trabalhador que não desejava tanto ir para o ensino superior – alguém que só queria uma profissão e entrar no mercado o mais rápido possível. Na verdade o ideal seria uma escola de tempo integral que visasse o mercado de trabalho e a universidade, mas mesmo na atualidade isso ainda não vigorou.
               Outra mudança, que talvez o momento histórico exigisse, é a inclusão das disciplinas educação física, artística, programas de saúde, educação moral e cívica. O momento poderia requerer, mas aqui, a ditadura tirou o foco da escola, que este texto concorda com Saviani (2011) de que a escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber sistematizado. As novas matérias eram de cunho muito subjetivo e, continuam sendo, e ocupando espaços que  deveriam ser dos estudos linguísticos, matemáticos, físico-químicos. Daquele conhecimento que é bem mais difícil se fazer no íntimo familiar. Sem falar que alguns assuntos daquela grade aparecem em textos da base obrigatória como nos de língua portuguesa. Sempre apareceram e irão aparecer. Os militares queriam uma escola técnica e criaram uma escola social “aperfeiçoada” mais tarde pelos governos sociais da década de 90 e dos anos 2000.
                 Mesmo assim, há que se concordar com o pensamento dialético no sentido de que a coisa histórica vai se construindo sempre procurando a alternativa “menos pior” para o momento. “Menos pior”, não melhor. Por isso, a alternativa jesuítica, pombalina, militar, petista, era a “menos pior” para aquele momento histórico. Mas é bem sabido por este articulador que adjetivar um passado com o olhar do presente é de uma covardia sem tamanho. Por isso é que, sem pejoração, o que o homem do presente tem admirar é a coragem de quem ousa mexer com as estruturas da educação: educar um único filho já é tarefa hercúlea quiçá um país, embora se saiba que todos os que tentam educar os faz para manipular, controlar, escravizar – da esquerda a direita – todos têm um interesse muito particular quando se enfileira ou não os outros.
            
              
                 



REFERÊNCIAS


Dutra, Luiz Henrique de Araújo. Teoria do conhecimento / Luiz Henrique de Araújo Dutra. — Florianópolis, 2008.

FRASSON, Antonio Carlos,:JUNIOR, Constantino Ribeiro de Oliveira. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA. São Luís, Maranhão : 2010

Lei de Diretrizes e Bases 5692/71. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l5692.htm> acesso em 17 de junho de 2018

Saviani, Dermeval, 1944- Pedagogia histórico-crítico: primeiras aproximações/Dermeval Saviani-11.ed.rev. – Campinas, SP: autores associados, 2011.

SILVA, José Maria da. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas e técnicas/José Maria da Silva , Emerson Sena da Silveira. 5. Ed. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2009

Vieira, Ana Lívia Bomfim. História da Educação Brasileira.




O QUE EU SEI!

QUER SABER? Aqui você encontrará resenhas de livros, resumos, comentários sobre política e COISAS que você não achou em outro lugar.