Num mundo
globalizado, o comércio mundial se tornou tão forte quanto alguns Estados. Por
uma ordem econômica universal, governos sofrem interferências constantes do
capital. Dessa forma, empresas e líderes de regiões mais pobres estariam sempre
submissas ao poder mais rico. A “saída” surge com a criação dos chamados blocos
econômicos: na Europa – com a União Europeia; Na América do Norte – com o
NAFTA; na América do Sul – com o MERCOSUL. A Organização Mundial do
Comércio-OMC contabilizou mais de uma centena dessas uniões que atendem o
artigo 24 do Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio. (Popular GATT em
inglês)
Esse
tipo de integração econômica só existe quando países diferentes, político e
econômico, resolvem reduzir tarifas e permitirem o intercâmbio entre seus
membros durante um intervalo de tempo. (O grande problema é que o acordo tem
acontecido só entre vizinhos).
A mais
exitosa dessas experiências é a União Europeia. O Bloco começou com o propósito
de tornar livre a circulação de bens, serviços e pessoas. Em 1993, o movimento
chegou a sua forma acabada também adotando uma moeda única para os seus
partícipes. Desde 2008 o mercado europeu passa por uma crise persistente. No
norte americano, o NAFTA tentou algo parecido, mas o grupo composto por Canadá,
Estados Unidos e México ficou apenas na liberalização de serviços,
investimentos, concorrência, compras governamentais e propriedade intelectual.
No continente sul americano, o MERCOSUL, também tenta algo como a UE, mas
passados vários anos a proposta não conseguiu emplacar nem sua zona de livre
comércio.
Formado
por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, a união sul americana tem avançado
muito pouco se as pretensões é algum dia ser algo como a União Europeia. Para o
Brasil, o bloco só acrescenta poder de representação diplomática diante das
nações fora do continente. Isso por conta da influência do gigante com os
outros três parceiros. Em termos comerciais, o MERCOSUL engatinha: das
transações internacionais que o País faz, o bloco só representa de 10 a 15% das
negociações. A questão social, resolvida na Europa durante muito tempo, nos
quatro países latinos ainda é um círculo vicioso de pobreza.
Na
verdade, o Brasil perde por participar do MERCOSUL. A época é do
multilateralismo – de abertura comercial com o máximo de países e
principalmente com aqueles que se pode ganhar em termos tecnológicos. Depois de
1948, com controles e regras mais transparentes propostas pelo GATT, participar
do comércio internacional, que não só com vizinhos, se tornou mais seguro. O MERCOSUL
é de certa forma regional e regionalismo está muito associado a protecionismo.
Tal tática, a de se proteger, não deixa o país competir e sem competição não há
avanços. Mesmo assim, a OMC (Organização Mundial do Comércio) tem monitorado
esses acordos de forma que eles não se tornem tão discriminatórios.
É com tudo isso que se percebe um erro
clássico nas economias mundiais. A tentativa falaciosa de que para proteger
empregos, países vizinhos têm que se unir e se fecharem aos concorrentes
estrangeiros. O que não é bem verdade. A geração de emprego surge quando se é
aberto à cultura do diferente. Quando isso acontece há intercâmbio intelectual.
Se há um medo de que o comércio mundial se torne mais forte do que o Estado, do
que governos, como dito no início deste texto, outras alternativas devem ser
tomadas, contudo a história tem mostrado que se fechar não o é.
REFERÊNCIAS
Borges, Fernando Tadeu de Miranda
Economia brasileira / Fernando Tadeu de Miranda Borges, Pedro Caldas
Chadarevia. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC;
[Brasília] : CAPES : UAB, 2010.140p. : il.
Introdução à economia / Carlos Magno Mendes ...[et al.].
- 2. ed. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC;
[Brasília] : CAPES : UAB, 2012. 170p. : il.
Silva, José Maria da. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas
e técnicas/José Maria da Silva ,
Emerson Sena da Silveira. 5. Ed. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2009
TREVISAN, Andrei Pittol; BELLEN, Hans Michael van. Revista
de Administração Pública. Rio
de Janeiro 42 (3): 529-50, maio/jun. 2008.
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