sábado, 10 de abril de 2021

Blocos Regionais VS Multilateralismo: discriminar ou compartilhar


    Num mundo globalizado, o comércio mundial se tornou tão forte quanto alguns Estados. Por uma ordem econômica universal, governos sofrem interferências constantes do capital. Dessa forma, empresas e líderes de regiões mais pobres estariam sempre submissas ao poder mais rico. A “saída” surge com a criação dos chamados blocos econômicos: na Europa – com a União Europeia; Na América do Norte – com o NAFTA; na América do Sul – com o MERCOSUL. A Organização Mundial do Comércio-OMC contabilizou mais de uma centena dessas uniões que atendem o artigo 24 do Acordo Geral de Tarifas Aduaneiras e Comércio. (Popular GATT em inglês)
     Esse tipo de integração econômica só existe quando países diferentes, político e econômico, resolvem reduzir tarifas e permitirem o intercâmbio entre seus membros durante um intervalo de tempo. (O grande problema é que o acordo tem acontecido só entre vizinhos).
     A mais exitosa dessas experiências é a União Europeia. O Bloco começou com o propósito de tornar livre a circulação de bens, serviços e pessoas. Em 1993, o movimento chegou a sua forma acabada também adotando uma moeda única para os seus partícipes. Desde 2008 o mercado europeu passa por uma crise persistente. No norte americano, o NAFTA tentou algo parecido, mas o grupo composto por Canadá, Estados Unidos e México ficou apenas na liberalização de serviços, investimentos, concorrência, compras governamentais e propriedade intelectual. No continente sul americano, o MERCOSUL, também tenta algo como a UE, mas passados vários anos a proposta não conseguiu emplacar nem sua zona de livre comércio.
     Formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, a união sul americana tem avançado muito pouco se as pretensões é algum dia ser algo como a União Europeia. Para o Brasil, o bloco só acrescenta poder de representação diplomática diante das nações fora do continente. Isso por conta da influência do gigante com os outros três parceiros. Em termos comerciais, o MERCOSUL engatinha: das transações internacionais que o País faz, o bloco só representa de 10 a 15% das negociações. A questão social, resolvida na Europa durante muito tempo, nos quatro países latinos ainda é um círculo vicioso de pobreza.
     Na verdade, o Brasil perde por participar do MERCOSUL. A época é do multilateralismo – de abertura comercial com o máximo de países e principalmente com aqueles que se pode ganhar em termos tecnológicos. Depois de 1948, com controles e regras mais transparentes propostas pelo GATT, participar do comércio internacional, que não só com vizinhos, se tornou mais seguro. O MERCOSUL é de certa forma regional e regionalismo está muito associado a protecionismo. Tal tática, a de se proteger, não deixa o país competir e sem competição não há avanços. Mesmo assim, a OMC (Organização Mundial do Comércio) tem monitorado esses acordos de forma que eles não se tornem tão discriminatórios.
     É com tudo isso que se percebe um erro clássico nas economias mundiais. A tentativa falaciosa de que para proteger empregos, países vizinhos têm que se unir e se fecharem aos concorrentes estrangeiros. O que não é bem verdade. A geração de emprego surge quando se é aberto à cultura do diferente. Quando isso acontece há intercâmbio intelectual. Se há um medo de que o comércio mundial se torne mais forte do que o Estado, do que governos, como dito no início deste texto, outras alternativas devem ser tomadas, contudo a história tem mostrado que se fechar não o é.




















REFERÊNCIAS




Borges, Fernando Tadeu de Miranda Economia brasileira / Fernando Tadeu de Miranda Borges, Pedro Caldas Chadarevia. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2010.140p. : il.


Introdução à economia / Carlos Magno Mendes ...[et al.]. - 2. ed. – Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília] : CAPES : UAB, 2012. 170p. : il.


Silva, José Maria da. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas e técnicas/José  Maria da Silva , Emerson Sena da Silveira. 5. Ed. – Petrópolis, RJ : Vozes, 2009



TREVISAN, Andrei Pittol; BELLEN, Hans Michael vanRevista de Administração Pública. Rio de Janeiro 42 (3): 529-50, maio/jun. 2008.

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